Tu és político, leitor!

Problemas reincidentes. Estradas rurais, falta de empregos, buracos nas ruas, iluminação, atendimento deficitário na área da saúde, na atenção com crianças, com idosos, inexistência de resultados financeiros e sociais com turismo, etc…

São muitas as mazelas de Sant’Ana do Livramento, onde as pessoas – até pela condição emocional e cultural – adquiriram o hábito de privilegiar a queixa à solução; dedicar atenção ao insípido a louvar a dinâmica. Acomodaram-se, dirão alguns, defensores do deixa como está para ver como é que fica.

Óbvio que nada é fácil, na grande maioria das vezes, as coisas dependem de dinheiro, mas nem tudo. Há muito que depende de atitude, dedicação, decisão, criatividade, associativismo. E, nessa seara, talvez mais grave do que a depressão econômico-social vivenciada pelas pessoas no dia a dia da cidade – daquelas que sequer têm um vale-transporte para percorrer a distância entre um bairro e o centro, está justamente a não-compreensão e a rejeição ao que não depende de dinheiro, bem como a transferência de responsabilidades (“eu não tenho que fazer nada, é sempre com o outro – com a Prefeitura, com a Câmara, com os empresários, com os comerciantes, etc” – nunca comigo).

Pior do que isso, mesmo que seja para construir, elevar, as pessoas jamais aceitam crítica em Sant’Ana. Defendem apaixonadamente, com convicção até, mesmo o indefensável.

Uma palavra de contra-argumento e cria-se “o inimigo”, pois os fatos constantemente mexem com as pessoas, a tal ponto que uma opinião não compreendida vira mágoa e, dalí, rancor, evoluindo para belicosidade e chegando até juras de inimizade eterna…

Pasmem! Imaginem que o objetivo comum está esquecido, melhor, foi anulado.

Tudo é atribuído aos políticos, sem que o cidadão comum – o mesmo para quem falta um vale-transporte – esquece que ele é igualmente político. Nos dicionários, por simplificação, político é qualidade de quem se relaciona à política, do ser dotado de traquejo social. Aprofundando, apenas para esclarecer, o que é política?

Das mesmas fontes, os conceitos são pontuais: ciência do governo de instituições relativas ao Estado, conjunto de regras relativas ao exercício de administração pública, arte ou habilidade de governar bem, conjunto de objetivos que orientam a administração de um governo (plataforma), conjunto de objetivos que orientam a execução das atividades de um plano, princípio ideológico sustentado pelo Estado, atividades realizadas pelos candidatos e seus adeptos durante a campanha eleitoral, habilidade de alcançar objetivos através de relações humanas.

Chame-se atenção para o último conceito, especificamente. Será que os santanenses estão dotados, pela compreensão própria, da habilidade de alcançar objetivos através de relações humanas?

Será que são políticos somente aqueles que estão ligados às instituições mediante eleição?

Mas será possível resolver temas localizados com a ação dos políticos?

Tire sua conclusão, leitor.

As forças sociais têm se mostrado ineficazes, em que pese sua série de esforços de transformação, para solucionar – definitivamente – os problemas cruciais.

Mesmo quando ocorre uma união dessas forças, ainda há dificuldades, dada incapacidade do Estado e da União em prover soluções com agilidade. Os municípios raramente são notícia pelas soluções.

Tudo estoura na Prefeitura e no Legislativo, estes mais ou tão responsáveis quanto quem escreveu e quem está lendo esta linha agora mesmo.

E quem está lá precisa entender que é assim, aceitar que é assim. Porém, não se trata de uma praxe, simples, descomplicada e alcançável a qualquer tempo.

As prioridades locais devem ser tratadas a partir de agora e é fundamental que apresente um compromisso de prioridades e as cumpra.

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