Exames pagos, e não realizados, despertam a atenção da Secretaria de Saúde do Município

O secretário de Saúde de Sant’Ana do Livramento, Valmir Silveira, disse que os dados serão apresentados ao Conselho Municipal de Saúde, e diz que monitoramento será mais apurado

O secretário de Saúde de Sant’Ana do Livramento, Valmir Silveira, diz que fatos serão apurados com cautela

Pacientes na fila por exames que demoram um, dois, três ou quatro meses para serem realizados. Insatisfação de médicos que pressionam por uma resposta rápida aos pedidos que fizeram, porque sabem que estão lidando com vidas e cada segundo perdido no momento de dar um diagnóstico preciso é precioso. A secretaria de Saúde, de posse de um levantamento feito no interior da Santa Casa de Misericordia, e que aponta para a ocorrência de uma possível irregularidade envolvendo pelo menos uma prestadora de serviço, fez acender o sinal de alerta. “São ecografias e tomografias que têm problemas desde a contratualização que está em vigor. O hospital recebe 235 ecografias a cada mês. Então, mandamos essas 235 no valor de R$ 8.225,00, e os pacientes sempre vêm aqui e os médicos reclamam que demora muito para fazer. Como mandamos dentro do mês, descobrimos que a empresa não estava fazendo. A Secretaria comprou extra e eles teriam que fazer as 235, e mais as compradas, que foram 204. Teriam que ter feito as 235 (SUS), no mínimo. Quando fomos ver, eles haviam feito apenas 141 ecografias. O problema é que o hospital sempre paga para esta empresa o valor inteiro. Há uma dívida do hospital com a empresa que recebe para fazer os exames, e não faz, em troca da dívida. Agora, queremos apurar completamente esse caso”, afirmou o secretário de Saúde Valmir Silveira. Ao ser questionado sobre se esse fato aconteceu apenas com uma empresa, Valmir Silveira afirmou que sim. “Eu propus que o valor fosse dividido entre duas empresas para que as pessoas na fila tivessem um tempo menor de espera, e eles não quiseram. Agora, vou cobrar todos os procedimentos que já teriam que ter sido feitos, inclusive aqueles do ano passado. Se as prestadoras de serviço não puderem, ou não quiseram fazer, precisam avisar, porque há outras empresas para fazer o serviço”, frisou Valmir.

 

 

Entrevista

A Plateia: Isso caracteriza um desvio?

Valmir Silveira: É isso que estamos apurando. A princípio, estamos fazendo um amplo levantamento. Um cruzamento de toda listagem que mandamos para ver aquelas que realmente foram feitas. Somente após isso vamos ter uma posição oficial. A empresa terceirizada teria que ter feito 235, mais 204 exames. O problema interno da dívida entre o hospital e a empresa não é problema nosso. As tomografias, por exemplo, que são feitas a mais, estamos sempre pagando por fora. Agora, vamos repartir entre duas empresas para dar maior agilidade, conforme a determinação do Conselho. É preciso deixar claro que não tem acusação nenhuma.

A Plateia: Qual a dificuldade que a empresa alega para não fazer os exames?

Valmir Silveira: Eles dizem que fazem os exames que chegam lá. Eles alegam, também, que as pessoas marcam e não comparecem, por exemplo. Mas, se eles marcam lá e demora muitos meses, é lógico que as pessoas não irão.

A Plateia: O valor dos exames que já foram pagos, não teria que ser ressarcido?

Valmir Silveira: No mínimo, uma outra pessoa deveria ocupar a vaga. Eles não devolvem a vaga nem o dinheiro, porque chega no fim do mês e eles ganham pelos 235 e não apenas pelos 141 que foram feitos. Se eu não tivesse demanda reprimida, não teria problema. O que acontece é que eles não fazem. Com as mamografias, por exemplo, não há demanda reprimida. Inclusive agora, estávamos trazendo para Livramento 100 ressonâncias magnéticas, e agora eu vou ligar para a coordenadoria para reavaliarmos essa possibilidade. Imagina pagar por um exame de ressonância e as pessoas não realizarem? Vamos reavaliar essa situação. No caso de repartir entre duas empresas as ressonânias, cada uma ganharia cerca de R$ 13.000,00.

A Plateia: Como ficam os exames atrasados?

Valmir Silveira: Vamos ver qual o ajustamento que se pode fazer com o Estado. Possívelmente, vá se fazer um encontro de contas.

Cleizer Maciel
cleizermaciel@jornalaplateia.com

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1 Comentário

  1. camila menegari

    cade a nossa policia federal e o nosso ministerio publico federal para investigar? recurso sus sendo desviado e ninguem faz nada,muito revoltante isso. Esta na hora dos figuroes serem responsabilizados, minha mae ate hoje aguarda por uma tomografia e nada .chega!

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