Adolescente infrator acusado de matar em Uruguaiana é apreendido na cidade

Jovem de 17 anos foi encontrado pela volante da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento, na vila Elfia, no Prado

Policiais civis que atuam na Volante da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) cumpriram, recentemente, em Livramento, um mandado de busca e apreensão expedido pelo Juizado Regional da Infância e da Juventude da Comarca de Uruguaiana.

A apreensão do adolescente infrator, de 17 anos de idade, conhecido pela alcunha de Dentrinho, natural daquele município, ocorreu na vila Elfia, no bairro Prado e, segundo a Polícia, o mesmo estaria se escondendo por ter se envolvido em um homicídio, no fim de janeiro deste ano.

Além deste acusado, a Polícia Civil também apreendeu, na Região, outros integrantes de uma gangue, dentro da operação desencadeada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Uruguaiana – DPCA, quando foram cumpridos mandados de busca, apreensão e internação de adolescentes envolvidos com a prática de atos infracionais graves perpetrados pela gangue autodenominada “Comando Vermelho-CV”.

Os infratores foram apreendidos e tiveram suas casas revistadas à procura de armas e drogas. Os três adolescentes participaram do homicídio ocorrido há cerca de um ano e meio em frente ao “X do João Pedro”, no centro da cidade de Uruguaiana.

Naquela ocasião, um adolescente foi morto com um tiro na cabeça e outro foi ferido por disparo de arma de fogo efetuado pela gangue. Um dos adolescentes é o autor confesso dos disparos que tiraram a vida do jovem. Além do autor material do homicídio, foram apreendidos também outros dois adolescentes envolvidos naquele ato infracional. Ambos se envolveram em duas tentativas de homicídio ocorridas em outubro do ano passado.

Autor preso na cidade

Um deles também matou com um tiro um parceiro seu de gangue, no mês de janeiro de 2012. Todos os procedimentos dos atos infracionais já haviam sido concluídos com o indiciamento dos adolescentes por homicídio, tentativa de homicídio e formação de quadrilha ou bando armado, tendo o Delegado representado pela internação provisória dos adolescentes.

Diante dos últimos acontecimentos, o delegado Ramonilson Bezerra, em ofícios dirigidos ao Promotor de Justiça da Infância e da Juventude, reiterou as proposições pela internação provisória dos adolescentes em conflito com a Lei. O Ministério Público acolheu prontamente as considerações do Delegado e representou à Juíza da Infância e da Juventude pela internação provisória dos adolescentes. Os mandados de busca e apreensão e de internação foram expedidos pelo Juizado da Infância e da Juventude, sendo cumpridos durante todo o fim de semana pela Polícia Civil.

Bezerra, titular da DPCA, afirma que o sucesso da operação e a apreensão dos adolescentes infratores se devem ao trabalho conjunto e afinado entre a Polícia Civil e o Ministério Público, bem como à sensibilidade e firmeza da Juíza da Infância e da Juventude. Segundo a autoridade, estas três instituições (Polícia Civil; Ministério Público e Poder Judiciário) contam com órgãos especializados para atuar na persecução infracional para a responsabilização dos adolescentes infratores, sendo que os titulares de tais órgãos estão fechando o cerco contra as gangues. “O adolescente que for identificado como participante de gangue, só por isso, ainda que não seja apontado como executor de outro ato infracional específico, será indiciado e processado por ato infracional de formação de quadrilha. A Polícia Civil e o Ministério Público já decidiram. Tolerância zero contra as gangues”, afirmou o Delegado. Os adolescentes apreendidos foram encaminhados à FASE.

Homicídio Simples
Trecho da juíza, Ana Beatriz Rosito de Almeida Fagundes, no processo do adolescente apreendido em Livramento:

“Primeiramente, no tocante ao presente ato infracional, haja vista encontrar- -se dentre os praticados mediante violência, constituindo fato grave, em que pese não confesso, não apresenta um relato convincente. Isso porque, disse que foi até a casa da vítima para pegar uns tênis. Então cabe a indagação: por que estaria portando uma arma? Segundo o relato das demais testemunhas presenciais, com a chegada do acusado e outros dois elementos em um fusca, a vítima foi para frente de casa atendê-los, ocasião em que o infrator foi até ele para “conversar”. Em seguida, foi ouvido o disparo a queima-roupa, atingindo a vítima fatalmente, em região vital. Nessa esteira, os narrares não são claros e conduzem a fortes suspeitas do envolvimento do representado nesse homicídio. Ademais, indispensável que se faça uma análise da situação como um todo. Os documentos acostados pelo Agente Ministerial são evidentes para se avaliar que o acusado (preso em Livramento) apresenta um comportamento violento, pois é integrante da gangue do Comando Vermelho, que anda armada, promovendo brigas e mortes de desafetos, causando temor à sociedade”.

 

 

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