CRÍTICAS AO CAPITALISMO

Apesar dos esforços que os governos vêm fazendo para estabilizar a economia em grande parte dos territórios globais, há uma insatisfação muito grande com a vida das pessoas, porque em síntese o crescimento econômico é precário, aumenta o desemprego e as questões sociais relacionadas à inclusão e à pobreza se agravam. Nestas circunstâncias, ocorre um clamor por reformas estruturais, que possam reverter a atual situação e impedir as rupturas futuras. Mesmo que se admita que as crises são inerentes ao capitalismo, é bom compreender que os períodos cíclicos são cada vez mais curtos, como se o capitalismo estivesse em uma espécie de crise permanente. Ora, longos períodos sem crescimento econômico e rigorismo fiscal constante não permitem por si só o aumento de empregos. Falta, portanto, estabilidade para estimular os empreendimentos. Esta inconstância da crise movimenta o capital financeiro com mais rapidez, ou seja, a especulação se torna mais agressiva e o sobe e desce das moedas interfere nas políticas industriais dos países, determinando medidas protetivas permanentes. De outra parte, o sistema financeiro, indispensável ao capitalismo, tem padecido de seu valor maior que é a confiança para captar recursos por taxas compatíveis e assim fornecer crédito também por juros adequados para os empreendedores. Com a falta de confiança, os recursos são captados por custos altos e por via de consequência também emprestados por taxas que dificultam no vencimento o pagamento dos empréstimos. É um circuito financeiro que não “combina” com a lógica de mercado tradicional. Por esta razão tem ocorrido ultimamente a intervenção dos governos para cobrir os expressivos rombos que as circunstâncias de desequilíbrio econômico têm determinado aos bancos em grande parte do mundo. Também tem sido objeto de crítica o aumento da desigualdade nos últimos tempos, fruto de uma injusta distribuição de renda e a falta de inclusão de parcelas da população que não tem acesso à comida, moradia digna e saúde, garantias fundamentais para todos. Procede ainda a crítica com relação à política, mesmo que com a fachada de democracia, muitos governos têm permitido que as escolhas e decisões venham privilegiando o capital financeiro em detrimento das demandas básicas da população. Com efeito, faltam recursos para a saúde, educação e segurança. Cortam salários e praticam a demissão para o atendimento do regramento fiscal, entretanto, recursos imensuráveis são destinados cotidianamente para capitalizar os bancos, em nome do interesse público. Ademais, é inegável que o capitalismo é globalizado com mercados integrados e sem regulação. A falta de alinhamento determina a insegurança permanente, porque a repercussão de uma medida macro-econômica num país pode atingir toda a economia global. E não é só a economia, mas outras questões que envolvem bens indispensáveis à vida humana, como água, alimentos e meio-ambiente, também estão neste contexto global. Portanto, a partir destas críticas é que o sistema precisa recuperar o valor da prosperidade, indispensável para a melhoria da qualidade de vida das bilhões de pessoas que habitam a terra. É bom que se diga que, na atualidade, seja qual for o sistema a dinâmica dos mercados e do estado impõe flexibilidade, inovação e participação. Ao ensejo, há quem diga que as crises mais recentes do capitalismo estão servindo para recuperar o debate sobre o socialismo, com apropriação da produção por parte do Estado. Ou pelo menos, o capitalismo com estados fortes, induzindo os mercados e também estimulando empresas fortes de estado a participar da atividade econômica. É um debate que os próximos fatos vão permitir uma compreensão maior e um direcionamento para o sistema econômico que melhor conseguir atender aos anseios da sociedade.

 

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