Primeiro dia de paralisação da Polícia Civil é marcado por zero de ocorrência

A mobilização atinge todas as delegacias da capital, região metropolitana e das 29 regiões policiais do interior do Estado

Mobilização ralizada em frente a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, na avenida João Goulart

Até às 18h de ontem (21), a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), de Livramento havia registrado zero ocorrência em função da paralisação que foi desencadeada por volta das 8h30 e com previsão de encerramento às 18h desta quinta-feira (22).

Segundo os plantonistas, normalmente são registradas em média 30 ocorrências em cada período de 12 horas, mas com a paralisação as delegacias de todo o estado, apenas estão mantendo atendimentos para crimes de maior gravidade, tais como homicídio, latrocínio, estupro, lesão corporal grave e sequestro, ou conforme entendimento do chefe de plantão, como no caso de Livramento, onde ficou acertado com o delegado titular da DPPA sobre essa avaliação de necessidade no atendimento dos casos mais importantes.

A mobilização atinge ainda os policiais civis da 1ª Delegacia de Polícia Civil, localizada na rua Silveira Martins, onde concentram-se vários cartórios, equipes investigativas, entre outros setores.

O escrivão Jorge Ferreira Diogo, representante estadual da Ugeirm/Sindicato destacou durante entrevista na manhã de ontem, que esta decisão de uma paralisação de 36 horas, partiu da última assembleia realizada, dia 16 de março, em Porto Alegre na qual foram deliberados sobre a paralisação e sobre o mantimento da operação “Cumpra-se a Lei”. “Queremos continuar negociando com o governo do estado, para diminuir esta diferença tão grande com relação aos salários dos policiais e de delegados, que gira em cerca de R$ 720,00 no mínimo. Entendemos que não pode haver uma diferença tão grande na mesma carreira, já que trabalhamos todos na segurança, esperamos que cumpra-se a lei, e a falta que nós fazemos no prosseguimento dos serviços e esta paralisação para que o governo se de conta de que não estamos brincando, pois queremos nossa valorização, a dignidade da classe e o atendimento sim as nossas reivindicações e o cumprimento das propostas que foram feitas na época de campanha, discurso que o governo fez”.

Moblização realizada em frente a 1ª Delegacia de Polícia, na rua Silveira Martins

Na Operação “Cumpra-se a Lei”, os agentes não realizam mais atribuições privativas de delegados de polícia, conforme estabelece o Código de Processo Penal. Logo, a autoridade policial deve estar presente na lavratura de flagrante, inquirindo partes e testemunhas. O delegado deve conduzir oitivas, cumprir requisições judiciais e elaborar relatórios de inquérito policial.

Os agentes policiais exigem o estabelecimento de política salarial única, que institua vencimentos na proporção certa para todos (verticalidade). Rechaçam o fato de o governo ter privilegiado o topo da hierarquia remuneratória na Polícia Civil.

Palavra do presidente do Núcleo local da Ugeirm, Roberto Carlos Machado Farias:

Esta paralisação será decisiva para o estabelecimento de salário na proporção certa para todos. Desde já, será o maior presente que a Ugeirm terá no transcorrer dos 32 anos de luta completados no dia 20 do corrente mês.

“Certamente o governo vai ouvir rechaço da categoria à proposta que amplia o abismo salarial na Polícia Civil para mais de 350% em 2018″.

A proposta rejeitada na última assembleia realizada na sexta-feira, dia 16, contraria o discurso de campanha do atual governo, bem como os reiterados compromissos em diminuir a diferença entre o maior e o menor salário da instituição.

A tabela integral tem como propósito zerar todas as negociações, para que o governo não repita, 20 anos depois, a tragédia que foi imposta em 1992, onde ocorreu a perda da verticalidade por parte dos agentes. Sendo assim, continuamos a negociar.

Os agentes policiais devem manter atendimentos de registros de crimes de maior gravidade, tais como: homicídios, latrocínios, estupros, lesões corporais graves e sequestros, além dos autos de prisão em flagrante, portanto, devemos zelar pelo atendimento prestado à sociedade, a quem pedimos apoio neste momento.

É necessário constar que os plantonistas das Delegacias de Pronto Atendimento (DPPAs) possuem orientação específica. Portanto, nos próximos dois dias de paralisação, está mantida a Operação Cumpra-se a Lei. Será dado atendimento aos autos de prisão – APFs, que serão executados por um colega de cada vez, utilizando o tempo necessário para uma boa execução, sem atropelos. Será intensificada a Operação Cumpra-se a Lei. Devemos dar continuidade a essa Operação Cumpra-se a Lei, ou seja, os agentes não realizarão atribuições privativas de delegados de polícia, conforme estabelece o nosso Código de Processo Penal. Com bom senso, visando tanto a continuidade de nossas atribuições como a demonstração de insatisfação com as propostas salariais apresentadas pelo Governo até o momento.

 

 

 

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