Assentada é agredida na cabeça com golpe de faca pelo seu ex-companheiro
Tentativa de homicídio ocorreu no assentamento do Ibicuí, após agressor ter visto ocorrência policial feita pela vítima
A agricultora, de 55 anos de idade, foi atingida na cabeça pelo agressor, que estava armado com uma foice e uma faca
O acusado, identificado como João Carlos de Oliveira Rodrigues, de 43 anos, vulgo Amarelo, estava no interior de um ônibus de linha e tentava fugir da região da campanha, quando os policiais interceptaram o referido veículo, por volta das 8h30, na localidade do 1º Subdistrito.
Natural de Palmeira das Missões, o acusado também estava na condição de foragido do regime semiaberto da Penitenciária local, após ter sido condenado por porte ilegal de munição em 2006, quando foi flagrado em uma ação da Brigada Militar.
Segundo o delegado titular da DPPA, Othelo Saldanha Caiaffo, os fatos que motivaram a prisão de João Carlos chegaram até a Polícia Civil na última segunda-feira (15), quando a sua ex- -companheira procurou a DPPA para registrar uma ocorrência de ameaça de morte e solicitou as medidas protetivas da Lei Maria da Penha.
Segundo a vítima, a agricultora Irene Maria Quino da Silva, de 55 anos de idade, natural de São Borja, a relação amigável com o agressor teria durado cerca de um ano, e fazia 15 dias que estavam separados. A comunicante destacou que João Carlos estava foragido do sistema penal, pois havia saído em uma dispensa e não tinha retornado mais. “Por ciúmes, ele começou a me ameaçar de morte há dias. Eu saia de casa para participar das reuniões com os técnicos do assentamento e ele inventava que eu estava com amantes. Ele me agredia fisicamente, com puxões de cabelos, me ameaçava de morte dizendo que iria arrancar minhas pernas com um machado. O que ele encontrava para me agredir ele usava, como chaleira de água quente, soda para fazer sabão, enfim”, disse a vítima na delegacia.
No dia seguinte ao primeiro registro policial da vítima, que reside no Assentamento Ibicui – lote 23, por volta das 22h30, a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento recebeu a notícia crime de que o agressor havia tentado contra a vida de sua ex-companheira.
A agricultora Irene Maria relatou que João Carlos apareceu em sua casa, por volta das 16h, com algumas mudas de árvores frutíferas e se dirigiu até a horta. Em conversa com a vítima, o agressor perguntou “onde ela queria sua cova” e que depois que largou as mudas no chão, entrou na casa e pegou um facão e uma foice.
Na sequência dos fatos, a vítima explicou que se dirigiu à casa de uma vizinha, onde iria levar leite e que o agressor continuou lhe seguindo, tendo se encontrado com o filho da vítima, o qual questionou o agressor sobre o motivo de ele estar tratando sua mãe daquela maneira.
A partir deste momento, João Carlos teria iniciado as agressões contra o filho da vítima, identificado como Rogério Silva de Melo, de 23 anos de idade, o qual resultou com vários ferimentos. Durante a briga, o agressor também desferiu um golpe de faca na cabeça de sua ex- -companheira, causando–lhe um grave ferimento no lado esquerdo.
Após a tentativa de homicídio, o acusado fugiu para o campo e a vítima foi socorrida pela Patrulha Rural da Brigada Militar e encaminhada para atendimento médico no Pronto-Socorro do Hospital Santa Casa. Já a segunda vítima resolveu procurar auxílio médico no dia seguinte aos fatos.
A vítima solicitou novamente à Justiça as medidas protetivas da Lei Maria da Penha (11.340/2006), com urgência. Ela explicou, durante depoimento, que o agressor achou na bolsa da vítima a ocorrência contra ele, tendo sido este o motivo de tais agressões.
Os plantonistas da DPPA entraram em contato com a coordenação do referido assentamento e solicitaram que fosse repassada à Polícia qualquer informação a respeito do paradeiro do acusado, tendo a Equipe da Volante ficado na localidade para realizar as buscas do mesmo.
A DPPA informou, ainda, que tentou entrar em contato com o Centro de Referência da Mulher, em Livramento, para agilizarem a questão de abrigar a vítima, mas que tiveram que arrumar um local seguro na Região central por conta, pois não conseguiram contato com o referido órgão municipal.
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