O amor e a simpatia de quem vive intensamente o carnaval

A musa Mônica Elisabete Quintana Padilha

Mônica Elisabete se dedica a disseminar a cultura do carnaval às novas gerações,repassando toda experiência vivida até hoje com o carnaval dos dois lados da Fronteira

Identificada desde sua infância com o carnaval, Mônica Elisabete Quintana Padilha, 39, é a musa da bateria da Mocidade Alegre. Ela fala de seu envolvimento com o carnaval com muito sentimento, com verdadeiro amor ao que faz.

Ela relata que desde sua infância foi apaixonada por carnaval, mas a participação na folia entrou definitivamente em sua vida aos 18 anos de idade, quando pôde, pela primeira vez, participar do concurso que elegeria a rainha do carnaval de Livramento. Vencedora do concurso, Mônica entrou de corpo e alma no carnaval.

Passou por diversas agremiações carnavalescas, e foi também rainha do carnaval do Clube Livramento. “Quando nosso carnaval esteve sem atividade, eu passei a participar do Bloco da Mira, no bairro São Paulo. Depois disso, comecei a participar do Candombe, em Rivera, que é o samba afro-uruguaio. Quando o carnaval retornou à nossa cidade, eu passei para a escola de Samba Mocidade. Até então, eu participava da Império, que foi uma das primeiras escolas da qual eu participei e pela qual eu tenho grande paixão”.

Trabalho voluntário

Uma atividade realizada por Mônica junto às crianças que participam dos ensaios da escola Mocidade Alegre é a nova paixão desta musa da bateria. “Esta é uma atividade que me realiza como pessoa – poder passar para essas crianças o que é o carnaval e também seus primeiros passos é muito importante para mim. Essas crianças aprendem a trabalhar em equipe, ter mais desenvoltura na passarela. Quero que elas aproveitem e brinquem, e entendam que quando a gente desfila, é um momento mágico”.

Apoiada pela família, Mônica relata que nunca conseguiu que sua filha fosse para a avenida do samba desfilar. “Minha filha incentiva, apoia, mas o carnaval dela é o de clube. Ela entende que eu gosto, que me dedico e que, naquele período, ela tem que ter um pouco de paciência”, completa.

Apesar da pouca idade, apenas 39 anos, Mônica já é avó, e deposita na neta todas suas fichas para moldar uma “sucessora”, já que sua filha não seguiu seus passos.

Há seis anos na escola, Mônica está há cinco no posto de musa da bateria, e pretende continuar com seu trabalho com crianças por muito tempo ainda. “Eu me sinto a cada ano rejuvenescida, realizada como pessoa, porque é muito gratificante estar envolvida com crianças, pois tu tens aquela troca, a reconpensa por teu empenho. Tu vês nos olhos de cada criança a gratidão por teu trabalho”, destaca. Fazem parte do grupo de trabalho crianças que vão desde os quatro anos de idade até 11 anos. E pela primeira vez, Mônica conseguiu inserir em seu grupo de trabalho adolescentes. “Para que você chegue em uma adolescente, já é mais difícil, pois elas são mais retraídas, mas estou vencendo essa barreira”, completa.

Uma vovó com pique de menina

Quando sua neta nasceu, há seis meses atrás, Mônica relata que ouviu de muitas pessoas: “Bom Mônica, terminou né? Agora deu pra ti…”, ao que ela responde: “Ei, eu sou avó, eu não tive bebê!”. Para ela, o carnaval não apresenta preconceito algum. “Quem se impõe limites, é a própria pessoa”, finaliza Mônica Quintana.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.