Juíza Mirtes Blum se despede oficialmente de suas atividades em Sant’Ana do Livramento

A juíza Mirtes Blum está se transferindo para a capital do Estado

Chegava na cidade, no dia 19 de fevereiro de 1989, a juíza Mirtes Blum. Pronta para enfrentar mais um desafio que sua profissão lhe impusera. Ao longo destes mais de 20 anos, passou por vários momentos que marcaram tanto sua vida pessoal, quanto profissional. Agora, deixa a cidade e, conforme suas palavras, leva grandes alegrias no coração. Como um dos fatos mais marcantes nesta sua passagem, destacou a singela, mas não menos importante, conquista de seu filho, que aprendeu a andar de bicicleta nos vastos passeios do Parque Internacional.

 

Apesar de ter vindo de outra fronteira – da cidade de Quaraí, que faz divisa com a cidade uruguaia de Artigas – ela afirma, como grande parte das pessoas que chegam à nossa cidade, que a fronteira Rivera-Livramento é uma fronteira ímpar, na qual as pessoas não conseguem, na maioria das vezes, notar quando estão no lado brasileiro ou uruguaio. Este fato foi, inclusive, uma das lutas mais batalhadas pela magistrada na intenção de que houvesse uma legislação de fronteira, que contemplasse juridicamente ambos países. “Eu, aqui, consegui realizar muitas coisas como pessoa, e consegui unir a juíza com a pessoa e entrar na comunidade para ver os problemas e tentar uma solução. Tudo isso foi feito através do projeto Ronda da Cidadania, sem o qual eu teria dificuldade de chegar onde queria. Esse projeto ampliou a atuação do magistrado fora de seu gabinete, pois dentro dele a gente tem uma limitação que se chama processo. Essa foi a maneira e a oportunidade que encontrei para ajudar muitas pessoas”, destaca.

Questionada sobre o uso da emoção em suas decisões, a magistrada destacou que por muitas vezes teve de pensar com mais afinco suas decisões, principalmente depois de 2008, quando passou a integrar a Vara da Infância e da Juventude.

 

Apoio da família

 

Ela destaca que mesmo em casa, nunca conseguiu se desligar de suas tarefas, mas sempre teve um apoio muito importante de seu marido, que compreendia sua atividade e buscava sempre relaxá-la depois de atividades extenuantes no trabalho.

 

Marcas que ficam

 

Mirtes destaca fatos que marcaram sua vida aqui na cidade, fatos estes que lhe trouxeram grandes alegrias. “Aqui é uma Fronteira ímpar, mas o que sempre me marcou muito é a integração entre os dois povos. Acho que esta integração serve de exemplo para o mundo. Justamente por isso que eu tinha esta batalha por uma legislação de fronteira”, afirma.

Sobre um local que a magistrada destaca como inesquecível, ela foi incisiva em afirmar, “o Parque Internacional, pois foi o local onde meu filho aprendeu a andar de bicicleta. Como vou esquecer?”, destaca, emocionada.

 

Futuro

 

A juíza Mirtes Blum deve assumir, na capital do Estado, uma vaga de juíza substituta, sem uma determinada vara, e ficar aguardando uma classificação. “Eu recebi, por e-mail, uma notificação que devo assumir minhas atividades no dia 20 de março e que estou designada provisoriamente para a 10ª Vara Criminal do Foro Central”, completa.

 

Uma mensagem

 

Mirtes Blum deixa como mensagem para os santanenses que “é difícil passar uma mensagem assim tão resumidamente para esta cidade, mas eu diria que Livramento e Rivera são uma Fronteira que oferece grandes possibilidades e que tem capacidade de progredir, principalmente na área do turismo, e para que isso ocorra há necessidade de união, pois a união é a base de tudo. Então vão em frente, batalhem por tudo e levem esta cidade a ser a melhor do mundo, assim como é a água”, finaliza. Ela destacou, também, o apoio irrestrito de todos os meio de comunicação da cidade e de todas as pessoas que sempre apoiaram seus projetos.

 

Últimas atividades

 

Como últimas atividades, a juíza Mirtes Blum participa, na noite desta sexta, de um jantar de despedida em sua homenagem, que será realizado no clube Comercial de Livramento.

Já na manhã de sábado, acontece a última edição do programa Ronda da Cidadania, que será realizado no Centro Beneficente Maria Abegahir.

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