A brilhante arte de dar vida ao enredo de carnaval

Fábio Bautista tem experiência de sobra em carnavais de destaque no Estado

Fabio Denis Bautista é uruguaio, morador da cidade de Artigas, na fronteira com a cidade de Quaraí, porém, a ligação dele com o carnaval brasileiro é muito forte, tanto que seus trabalhos já puderam ser apreciados por entusiastas do carnaval em cidades como Pelotas, Alegrete, Itaqui, Rio Grande, Porto Alegre e, recentemente, em Uruguaiana, carnaval este que vem sendo denominado com o terceiro maior carnaval do País.

Apesar disso, o desafio de participar dos preparativos do carnaval de Livramento foi uma ideia que sempre mexeu com os interesses do jovem escultor e pintor uruguaio, que também trabalha no acabamento de alegorias.

Ele conta que o convite partiu de um amigo que era carnavalesco na cidade de Artigas, no ano de 2004. “Eu fiz amizade com essa pessoa, e falei para ele que um dia eu iria vir a Livramento e a gente iria se encontrar. Então, o pessoal da diretoria da escola daqui apareceu lá na Rampla, escola onde eu sou escultor, e me fez uma proposta. Eu gostei da ideia de mudar de ares, pois sempre terminava o carnaval em Artigas e eu ia para Uruguaiana. Além disso, lembrei do amigo que eu poderia visitar, e aproveitar para conhecer a cidade e também o seu carnaval. Para minha surpresa, quando cheguei aqui, encontrei meu grande amigo, que é mestre de bateria da Império da Zona Sul”, destaca. Bautista afirma, ainda, que a hospitalidade do povo santanense, e mesmo do pessoal da escola, está sendo um diferencial e está colaborando positivamente.

 

Nova experiência

Apesar de ser “veterano” em carnavais, o escultor conta que a experiência de trabalhar no carnaval de Livramento é diferente das demais vividas até hoje, e até mostrou ter algum conhecimento no que se refere à história do carnaval da cidade. “Eu sei que o carnaval da cidade já teve muita tradição, passou por momentos difíceis e agora parece que está retomando o caminho para se tornar grande de novo. Sei que em uma oportunidade, o carnaval até deixou de sair, por falta de entendimento dos organizadores e escolas de samba da cidade, e depois sei também dos fatos que a diretoria aqui da escola me contou”, destacou.

Surgimento dos trabalhos

 

Cada alegoria surge de uma ideia. Mas como se chega a um consenso e como se busca fazer entender por uma comissão avaliadora? Esta é uma questão que deve povoar o pensamento de muitas pessoas que acompanham os desfiles de carnaval, não só na cidade, mas até mesmo pela TV. Em termos gerais, o artista destaca que o que ele recebe, caso a escola não tenha um figurinista, é o samba-enredo da escola. “Eu recebo o enredo, faço minha proposta, trocamos ideias e, neste caso específico, quando tenho pouco tempo para fazer o trabalho, troco ideias diretamente com o pessoal da diretoria e também de cada uma das alas da escola, e com o pessoal da estrutura dos carros, e chegamos a uma ideia final. Em pouco tempo, chegamos a um denominador comum, e resolvemos o que pode ser feito. Mas, teoricamente, cada carro será confeccionado conforme o enredo do samba e a disposição dos mesmos na avenida também é de acordo com o enredo”, justifica. Sua forma de trabalhar também se difere, pois Fábio gosta de participar pessoalmente de todos os passos da confecção dos carros alegóricos, e quando o mesmo estiver quase concluído é que ele passa para o próximo.

 

Andamento dos trabalhos

 

Como o escultor Fábio Bautista trabalha com um material diferente do que vinha sendo utilizado até então pela escola Império da Zona Sul, foi necessário que o mesmo passasse aos demais componentes da escola dicas de como trabalhar com o novo material e a melhor maneira de aproveitá-lo. “Temos que aproveitar ao máximo o material, pois temos certa dificuldade em conseguí-lo. Este primeiro ano aqui na escola será uma boa prova para ver o que vai impactar nas pessoas com esta nova concepção de uso de material. Depois, em anos seguintes, se eu continuar meu trabalho aqui e a escola poder adquirir com maior antecipação o material, poderemos realizar um trabalho ainda melhor, pois este é o objetivo, melhorar cada vez mais”, destaca o escultor, que deve apresentar, junto com a escola Império da Zona Sul, grandes novidades no carnaval de rua deste ano e, quem sabe, em anos vindouros.

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