Identificadas variações no genoma associados com a resistência ao carrapato, através de marcadores moleculares
Um grupo de 24 agropecuaristas, vindos do Reino Unido, Austrália e Canadá, visitou a Fronteira no início da semana, avaliando a possibilidade de negócios com empresários rurais locais e, fundamentalmente, conhecendo o sistema de manejo no trabalhado com as raças britânicas. A visita iniciou pela Agropecuária Caty, de Adroaldo Potter, que apresentou rebanhos de cria, novilhas prenhas e tourinhos de 1 ano na chegada dos visitantes na propriedade, sendo enfatizado o foco da criação na Caty, que é a produção de animais rústicos funcionais, de genética apurada, gerando produtos com qualidade de carne e brevidade no círculo reprodutivo.
O britânico Tom Clark disse estar satisfeito com o padrão de animais obtido na raça Hereford e também no sintético Braford, observando a realidade climática adversa e, inclusive, citando a escassez de chuvas que constatara ao visualizar os campos de pedra da região, durante o percurso.
Após a apresentação da Agropecuária Caty, feita por Adroaldo Potter, e a explanação sobre o manejo, feita pelo responsável técnico, o veterinário Bernardo Potter, foi apresentado por Fernando Cardoso, pesquisador da EMBRAPA Pecuária Sul, o resultado de um importante trabalho de pesquisa realizado pela Embrapa e a Conexão Delta G, programa genético da qual a Agropecuária Caty é uma das fundadoras.
Segundo Fernando Cardoso, o trabalho de pesquisa consistiu na avaliação de mais de 3000 animais da Conexão Delta G. A contagem foi feita por técnicos treinados, com três contagens por animal. Desses animais, 2160 tiveram determinados seus códigos genéticos para 50 mil marcadores moleculares cada. Esses marcadores foram utilizados para identificar variações no genoma associados com a resistência ao carrapato, tendo uma precisão de 60% no Braford e 48% no Hereford. O conhecimento dos marcadores moleculares permite prever a resistência genética dos animais a partir de uma amostra de sangue, sem a necessidade de expô-los ao parasita, evitando prejuízos, transmissão de doenças e contaminação das pastagens. Os animais mais resistentes podem ser selecionados para serem criados em locais infestados pelo carrapato, como as regiões mais quentes do País, reduzindo o número de tratamentos carrapaticidas necessários e os riscos de contaminação dos produtos e do ambiente.
Ao final, falando em nome dos integrantes do grupo, o canadense Denis Brown entregou um presente para a equipe da Agropecuária Caty, em agradecimento pela recepção. Também enfocou três pontos. O primeiro em relação à forte estiagem que se abate sobre a região e as consequências graves que ela traz. “Mas, segundo vimos, vocês, aqui, vem conseguindo, pelo menos, manter-se muito bem durante essa seca” – disse. Em relação ao segundo ponto, fez questão de evidenciar o elemento gente, citando a importância da acolhida e receptividade, bem como da manutenção das inter-relações e, por último, fez um rápido enfoque a respeito da qualidade dos animais produzidos, elogiando os resultados da empresa santanense.
Loading ...
