Vocação, Tradução: Chamado, Apelo

Quem não tem competência, não se estabeleça. Vocação é predisposição orgânica. Quer dizer, cada qual traz, na própria constituição de seu ser e identidade, também a capacidade de exercer uma certa liderança; e sendo assim, todos são líderes, mas nem todos podem exercer a mesma liderança. As lideranças são diferentes, diferentes são as vocações. As vocações são, portanto, inatas, são divinas, são eclesiásticas e sociais, e são também individuais e personalizadas. Vocação inata é a capacidade, a competência de que Deus nos dotou. Curioso, aqueles pescadores que Jesus chamou, como pescadores é que ele quer que vivam na sua igreja. Sabem pescar peixes, aprenderam com o pai; serão pescadores de homens; e todos nós entendemos o que Jesus quis dizer com essa expressão.

A vocação é inata e também adquirida pela cultura em que se vive. Mas a vocação é divina, porque Deus pede que cada um de nós corresponda aos dons que ele nos deu. E assim, cada um se estabeleça conforme a sua competência, e não na competência que acha mais bonita, que mais o atrai. Mas não deixe de se estabelecer, não deixe de praticar a vocação para a qual percebe que foi chamado. Vocação inata é vocação natural, e poderíamos dizer que a vocação mais natural, mais inata que existe é a vocação para o matrimônio. É a única vocação, se quisermos ser radicais. E a vocação sacerdotal e religiosa de que tanto falamos na Igreja? Tomemos exemplo do Padre Dalcin, idealizador e promotor do Movimento Familiar Cristão. Tinha ele vocação para o matrimônio? A essa vocação correspondeu? Nela se estabeleceu? Vejo que a resposta que vocês dão é que sim.

Era tão forte nele a vocação para o matrimônio, maior talvez do que a de qualquer pessoa que aqui, hoje, se encontra, que ele não descansava enquanto não fundava, organizava, assessorava, escrevia, falava, respirava, organizações como as Equipes de Nossa Senhora que reuniam chefes de família, o Movimento Familiar Cristão e múltiplas atividades com a família relacionadas, inclusive visitas e sopas que quase mendigava nesta e naquela família, coisa que está hoje na saudade de muitos de nós. Por aí se vê que a vocação é também social e mesmo eclesiástica.

Aquele sacerdote de que estamos falando deixou registrado em suas memórias que tudo fazia de acordo com o grande catequista que é o bispo em sua diocese. Chamado para uma vocação, chamado por suas predisposições orgânicas, chamado pela sociedade, chamado por Deus, mas também chamado pelo Bispo. E, abreviando o caminho que estamos percorrendo para dissertar sobre vocação, queremos finalizar com um apelo a todas as pessoas que entram em contato com os adolescentes, com aqueles que por um destino da providência, em breve, muito breve, serão adultos, assumindo o que lhes compete assumir, e oxalá o façam com grande competência. Que peço a respeito deles e delas? Que exista sempre junto aos jovens um ambiente vocacional; vocação também é tarefa dos pais, dos mestres e dos catequistas, e de toda a comunidade social e eclesiástica. Só assim poderemos dizer ao jovem: entre os doze e os vinte anos que leve a sério descobrir qual a sua competência, qual a vontade de Deus sobre você, qual a necessidade da sociedade e da Igreja, qual o caminho de sua felicidade, qual a sua vocação; para que você é chamado; para sua realização a que apelos deve responder. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Agapito Prates Paulo

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