Aumento nos Gastos Públicos

O reajuste do salário mínimo e as obras governamentais, estimuladas pelo processo eleitoral que se avizinha, deverão incrementar os gastos públicos neste ano de 2012. Com efeito, o reajuste de 14% no salário mínimo deverá representar mais um ganho real para os trabalhadores, repercutir indiretamente nos benefícios da previdência social e também no conjunto de preços que ainda guardam referência com este indicador do mínimo. Quanto aos investimentos do Governo Federal, a estimativa de incremento com relação ao ano que passou é de 8%, muito acima do que aconteceu no primeiro ano de governo.

Esta política pública expansionista poderá inclusive determinar a elevação do PIB (Produto Interno Bruto), que abriga o conjunto de todas as atividades econômicas e que sinaliza a dimensão do crescimento econômico do País. As estimativas oficiais vêm indicando um crescimento no PIB de 3% para este ano, mas dependendo da dimensão dos investimentos públicos poderemos chegar aos 5% , o que será muito bom e nos credenciará no cenário global para um dos crescimentos mais vigorosos do mundo, num momento em que diversas regiões do planeta vão ter crescimento zero ou negativo.

Até aqui tudo bem, mas é importante avaliar adequadamente as demais políticas de Governo para verificar até onde o crescimento das despesas públicas pode determinar um descontrole que possa prejudicar a avaliação governamental ou afetar diversos setores da atividade privada. É sabido que ocorre de parte do Governo uma gestão da taxa de juros, para diminuir a especulação e estimular o investimento produtivo. Pois o aumento expansionista nos gastos governamentais poderá desacelerar a queda dos juros, ficando num patamar de 10%, que ainda garante um juro real muito elevado, dos maiores do mundo.

De outra parte, o aumento das despesas não pode desatender a meta estabelecida para o déficit público neste ano. Este resultado é o saldo negativo das contas públicas. Entre a arrecadação e o que vai ser gasto faltará dinheiro, isto já se sabe. Mas não pode faltar mais do que o previsto para não comprometer a nossa solidez econômica. É bom também ter presente que, além destas questões monetárias, o governo deverá adotar outras medidas fiscais, como algumas desonerações tributárias para a “Linha Branca”, aquisição de eletrodomésticos, redução de IOF, Imposto Sobre Operações Financeiras no Crédito, e outras facilidades para estimular a economia. É também intenção do Governo ampliar as linhas de crédito do BNDES para vários setores da atividade econômica aproveitarem as oportunidades que os grandes eventos esportivos programados para o Brasil vão proporcionar.

Em síntese, os gastos públicos, o salário mínimo e um conjunto de políticas poderão contribuir decisivamente para um crescimento econômico vigoroso em 2012. Entretanto, os gastos e demais ações de Governo devem estar vinculados à referências de gestão econômica que não permitam o desequilíbrio, nem a desqualificação conceitual do país, que passa por um momento de grande reconhecimento global. Podem parecer ainda distante da realidade as reflexões macroeconômicas, mas é bom saber que os fatos e conseqüências dos gastos públicos são determinantes na qualidade de vida de uma parcela significante da população brasileira.

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