Fronteira ainda precisa 148 mm de chuva para atingir a média de janeiro

Estação Meteorológica de Rivera registou apenas 1 mm de precipitações na primeira quinzena

Falta de reposição: Rio Ibirapuitã, símbolo da área de preservação, apresenta vários pontos de seu leito sem a tradicional lâmina de água

O clima não tem sido clemente com a fronteira neste verão, apesar de que as autoridades ligadas à gestão do setor primário considerem que ainda não é necessário apelar para instrumentos como a declaração de Estado de Emergência em Livramento. A estiagem que atinge todo o Rio Grande do Sul e norte do Uruguai – tendo levado Livramento e Rivera a adotarem o racionamento no fornecimento de água potável – vem assustando principalmente os produtores rurais e as pequenas propriedades, mas as autoridades avaliam que essa situação ainda está dentro das condições normais do período de verão.

Apesar disso, o mês de janeiro vem indicando uma preocupante defasagem na reposição hídrica proporcionada pelas chuvas.

A média histórica, no período, é de 149 mm de chuvas aqui na fronteira, relata Pezzolano.

O observador Oscar Pezzolano, da Estação Metereológica de Rivera, informou ontem que até o momento somente foi registrado 1 mm de chuva, neste ano.

Para atingir a média até o final de janeiro, seria necessário chover cerca de 74 mm por semana. A previsão, porém, não é otimista, nesse sentido. Além da continuação das altas temperaturas, por enquanto não há expectativa de chuva para os próximos 10 dias, segundo Pezzolano. O site Climatempo, porém, até prevê pancadas de chuva para a próxima quinta-feira, dia 19, e sexta, 20, mas mesmo assim num total de apenas 4 mm.

Falta de chuva poderá levar o Município a rever decisão de protelar decreto da Situação de Emergência em Livramento.

Inicialmente, representantes da Defesa Civil na região, Emater, Secretaria de Desenvolvimento Rural e Prefeitura, entre outros, haviam concluído que a situação da estiagem ainda não chegou ao ponto de ser considerada como estado de emergência. Na mesma reunião, realizada na Prefeitura Municipal, o grupo definiu a realização de uma nova análise no final deste mês, podendo rever a decisão tomada anteriormente.

A falta de chuva já se estende há meses na região. Nas propriedades rurais, seja de grande ou pequeno porte, açudes, aguadas e poços praticamente secaram, nas últimas semanas. Até mesmo o Rio Ibirapuitã, que corre ao longo dos principais municípios da Fronteira Oeste, já registra pontos de enforcamento provocados pela evaporação causada pelo excessivo calor e, óbvio, pela falta de chuvas para repôr o volume hídrico.

Tradicionalmente procurada como espaço de lazer, inclusive, nos dias de calor mais forte, a ponte sobre o Rio ibirapuitã já não atrai tanta gente quanto antes, também devido à seca. No início da tarde de ontem, uma família de quatro pessoas circulava pelas proximidades, à procura de um espaço onde descansar. Sem encontrar um local com água suficiente no Rio para seu lazer, subiram no Fiat Uno no qual foram até o local e voltaram para a cidade. “Vamos ter que ir para o Batuva”, informou a motorista do veículo.

Temperatura na casa dos 30°C

O calor também deve continuar forte na fronteira nos próximos dias. Ontem, ainda em função de uma frente fria que chegou à fronteira no meio da semana, a temperatura ainda ficou amena. A Estação Metereológica de Rivera registrou uma mínima de 14.4°C às 7h30min e uma máxima de 28.4°C às 17 horas. A previsão é de que o calor aumente aos poucos já a partir desta segunda-feira, devendo chegar aos 32°C na próxima sexta-feira e permanecendo na casa dos 30°C para cima durante toda a semana seguinte.

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