Combate- fome é uma questão ética

Na última semana, os jornais publicaram foto de crianças somalis que choca ao expor uma dura realidade que o mundo enfrenta. As notícias informam que 29 mil crianças já morreram de fome. Este mal, que flagela cerca de um bilhão de pessoas em todos os continentes, deve ser a grande prioridade política do mundo. Especialmente se levarmos em conta as absurdas somas gastas, por exemplo, em guerras. Somente os Estados Unidos destinarão neste ano mais de 700 bilhões de dólares para esta finalidade.

Dados da FAO, organismo das Nações Unidas, estimam que precisaremos aumentar em 70% a produção de alimentos até 2050 para que possamos alimentar a população mundial prevista para chegar a nove bilhões de pessoas daqui a 40 anos. Este é um dos desafios que temos e que por si só não resolve a questão, pois há outras condicionantes de caráter político e econômico que contribuem para este quadro de verdadeiro horror.

No Rio Grande, trabalhamos para aumentar a produção agrícola e pecuária via elevação dos índices de produtividade. Avançamos nos últimos 25 anos, saindo de uma produção de 13 para 28 milhões de toneladas de grãos. Mas há, ainda, espaço para continuarmos crescendo. Por isso, a importância de medidas anunciadas pelo Governo do Estado que apontam para a reestruturação de órgãos como a Fepagro. O fortalecimento da pesquisa agropecuária tem um papel decisivo na construção deste cenário.

Por outro lado, o Brasil se afirma com o seu Programa de Ajuda Humanitária. O nosso País está repassando a outras nações, neste ano, 720 mil toneladas em alimentos, das quais 500 mil de arroz. Estamos em permanente contato com o Coordenador-Geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do Ministério das Relações Exteriores, Ministro Milton Rondó Filho, acertando nossa participação em encontro marcado para os dias 12 e 13 de setembro, em Roma, em que este tema será discutido.

O Brasil deu exemplo ao Mundo, com a retirada da linha de pobreza de mais de 30 milhões de brasileiros, através do Bolsa Família, do aumento do salário mínimo e da criação de empregos. Isso nos anima e nos fortalece para lutarmos contra esta vergonhosa situação. O combate à fome, mais do que humanitária, é uma questão ética perante à vida.

*Luiz Fernando Mainardi
*Deputado Estadual – Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio

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