“Pol favol”

O Cebolinha, criado por Maurício de Souza, é o personagem da Turma da Mônica, que troca o “r” pelo “l”. Minha filha de quatro anos ainda fala assim, mas já sabe muito bem as palavras mágicas para conquistar sua mãe: “pol favol” (por favor). Assim, o colocando na frente das frases.

Próximo à grande festa do Natal, muitos pais passam por isso. O pedido insistente dos filhos por presentes, o brinquedo tal, a boneca que fala, o carrinho com controle remoto e por aí vai. Mas como fazer um equilíbrio entre os muitos pedidos e o atendimentos dessas solicitações?

As massivas propagandas nos meios de comunicação colaboram ainda mais para a lista dos desejos consumistas das crianças que nem sempre podem ser atendidos e, na verdade, nem devem.

Não podemos confundir dar carinho com dar presentes, isso nem é novidade. Os filhos têm que aprender a conviver com as frustrações, com os “não” que a vida vai lhes falar e como reagir a eles. E o bom senso parece o mais adequado, dar o que se pode e, mesmo assim, algumas vezes, em ocasiões especiais como é o próprio Natal.

É difícil para muitos pais, no que me incluo, dizer o tal “não”, mas se ganha em crescimento para a criança que, aos poucos, vai aprendendo também sobre economia doméstica. Quando coloca o “pol favol” na frente dos pedidos, então, um “não” fica ainda mais difícil e deve ser acompanhado, aliás em todos os casos, de uma explicação para que o filho entenda o real valor do material e, ainda assim, que um carinho vale muito mais que isso.

Ver um filho abrir o presente de Natal que o “Papai Noel” deixou, é muito emocionante, assim como presenciar os primeiros dias de sua bicicleta nova, da casinha da boneca, do conjunto de pecinhas de montar, e a interação que ele vai fazer com esses brinquedos em seu mundo de criança. Alguns “sim” fazem parte e também são necessários. Eles vão proporcionar a certeza de que haverá em toda vidinha deles momentos de alegria também.

Mas a felicidade não se compra, e para ser ainda mais feliz nesse Natal, sente com seu filho no tapete da sala, brinque com o carrinho, seja um cowboy do espaço para ele, ou brinque de instituto de beleza de boneca e deixe que o transforme na princesa ou no príncipe, pois a verdadeira felicidade não tem preço e está ali, muito perto da gente, no convívio de um lar que sabe o valor do sim, do não e do por favor.

*Ana Cecília Romeu
*Publicitária e escritora

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