Caixeiral e Leão da Fronteira chamam a comunidade para ser solidária ao conhecido pipoqueiro João Fera

José de Souza Perrim, João Fera e Luis Carlos da Silva com algumas doações

Nas tardes de futebol do João Martins ou na esquina da Sala Cultural, entre outros pontos da cidade. Cotidianamente, lá estava ele. Pipoca novinha, milho recém estourado na panela com pouco óleo e colocada no saquinho branco com a pitada de sal e de carinho. Das mãos dele para muitas mãos, a preço justo, menos até do que poderia ser pago. Valor de infância, dos tempos que não voltam mais. Quantos guris passavam com seus pais e pediam-lhes pipoca? Quantos pais, filhos e netos, gerações?

Ano a ano, João Fera estava lá. Nos pontos e eventos da cidade. Hoje, acometido de um problema de saúde de gravidade, o Fera que sustenta sua família vendendo pipocas, vive dificuldades junto a esposa e filhos. Ele faz hemodiálise três vezes na semana, às segundas, quartas e sextas e com dificuldade, locomove-se de ônibus.

Na frente de sua casa, no parque do Sol, o carrinho de vender pipocas parado. Ornamentado com plantas e flores, não permite mais a atividade. Alimentação, medicamentos, transporte. São elementos essenciais de que necessita esse ícone popular de Sant’Ana do Livramento. O clube Caixeiral e o Esporte Clube 14 de Julho, assim como a Tchê Farmácias Armour, estão engajados no sentido de proporcionar apoio a João Fera e sua família.

A comunidade santanense também pode e deve colaborar, demonstrando sua solidariedade. Basta procurar a secretaria do Caixeiral, manifestando o desejo de colaborar com alimentos, medicamentos e a pessoa receberá a orientação sobre como proceder.

De acordo com Luis Carlos da Silva, presidente do Clube Caixeiral, a ideia é recolher o equivalente a, no mínimo, uma cesta básica a cada 20 dias, além de medicamentos – quais sejam necessários, conforme as recomendações médicas – e prover transpore de ida e volta quando Fera necessite deslocar-se.

As ações solidárias já vêm sendo realizadas, nas pessoas de Romário, Luis e Beto desde outubro, no dia 12, sem qualquer divulgação. A intenção é tão somente ajudar, e a propagação das informações tem a finalidade de, literalmente, estimular a adesão de mais pessoas, com a finalidade de colaborar.

“Vamos mobilizar nossos associados, no clube Caixeiral, assim como também o seu Beto está fazendo no 14 de Julho para colaborarmos” – refere o presidente caixeiralista, ressaltando que todos os santanenses e riverenses que desejarem participar também podem. “Tudo em alimentos e mediamentos que pudermos arrecadar será revertido para ele, sua esposa e os filhos” – refere.

“Quem está fazendo, desde muito tempo, uma série de ações nesse sentido é o Romário. Ele prefere não ser citado, mas é uma forma de reconhecimento e de motivar outras pessoas a ter atitudes semelhantes apenas” – diz, confirmando acreditar que mais pessoas estejam também fazendo sua parte como seres humanos.

Luis Carlos e Alberto Lassaga (Beto), entregando os alimentos à esposa de João Fera

A ideia agora é conseguir consertar o carrinho de pipocas, deixando-o em condições de ser utilizado pela família de João Fera, já que ele próprio, mesmo desejando, não apresenta condições de saúde ideais para permanecer horas em um ponto de venda da cidade ou dos estádios de futebol.

“Já mantivemos contato também com a ONG Sociedade Eclética Caridade Esperança Solar, na pessoa de Terezinha Maia, que disse estar à disposição” – complementa Luis, que diariamente está no Caixeiral das 13h às 14h e pode ser contatado para mais informações. Na secretaria caixeiralista, os contatos podem ser feitos até 19h.

Uma cesta dos medicamentos necessários, conforme o receituário médico, também poderá ser necessária.

Diretor do Leão da Fronteira, Alberto Lassaga, o popular seu Beto, ressalta que enquanto não for possível que a família tenha condições de trabalhar e caminhar só, chegando a se auto-sustentar, o apoio será dado, sem qualquer outro interesse que não a solidariedade humana.

Também está em aberta a questão do transporte para as sessões de hemodiálise. O chamamento é a todos, pois, assim como juntas as pipocas são mais atrativas ao paladar; juntas as pessoas podem realizar ainda mais pelo próximo.

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