CORRUPÇÃO

Com a substituição de cinco ministros atingidos por denuncias no governo Dilma, com 10 meses de mandato e suspeição sobre pelo menos mais dois, o tema da corrupção está no debate público com toda a intensidade. Pelos fatos que vieram à tona, os elementos centrais que sustentaram a corrupção apontada passaram pelo financiamento de campanhas eleitorais e pela facilitação na obtenção de obras ou na remuneração adicional por serviços prestados em infra-estrutura ou outros convênios. E o incrível nesta situação é que os órgãos de controle ou do aparato policial não foram aqueles que descobriram os atos de corrupção. Normalmente as denuncias tem partido de dentro do próprio sistema de poder ou de alguém que tenha alguma espécie de relação com o governo, mesmo do setor privado.

No fundo, é a competição política que determina a apuração da denuncia, especialmente pela mídia, que levanta os fatos e depois, conforme os esclarecimentos dos acusados, vai acrescentando novos ingredientes até desmascarar a farsa. Para participar das coalizações os partidos exigem espaços em Ministérios, em outros escalões e sob o manto da governabilidade viabilizam materialmente os seus projetos eleitorais. Agora vem as eleições Municipais para eleger mais Prefeitos e Vereadores, logo ali vem os Governadores e Deputados. É assim o ciclo sem virtude e amoral que precisa ser superado. O que se constata obrigatoriamente a partir do acontecido nestes primeiros meses de governo é que em quase todos os espaços é permanente aos falta de transparência e controle. É uma espécie de processo que vem de longe. Por esta razão que agora foram suspensos todos os contratos de convênios e com Organizações não governamentais para avaliação. São os programas, projetos e atividades públicas que implicam em expressivas transferências de recursos, de grandes proporções econômicas e por isso passíveis de malversação. A suposição é que estes instrumentos, utilizados por todos os Ministérios, venham sendo fonte permanente para atos de corrupção.

Sendo assim, a corrupção é um tema obrigatório a ser debatido, nas suas causas e soluções para que o Brasil venha a ser reconhecido no cenário global como democrático e desenvolvido. Este momento é de grande oportunidade para todos nós. Serão os cidadãos que darão a grande contribuição através da sua participação, fiscalizando as condutas éticas. Ética é o fundamento da política. É ela que garante efetividade nas posições e nas escolhas de prioridades para a política pública. O interesse público acima de tudo para quem exerce atividade política é a certeza de que o governo é para o povo e para a maioria da população. Concluindo é certo que não se trata de “faxina”, como é referido pejorativamente o tema, mas sim de qualificar a ação pública para que os governos realizem os supremos objetivos de atender as demandas da população.

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