Juíza e Promotor falam na RCC FM sobre decisão de retirada de camelôs da Praça dos Cachorros

A juíza Carmen Lúcia dos Santos e o Promotor Marcelo Gonzaga, acompanhados do prefeito Wainer Machado, comentaram os passos que definiram a ação que culmina no dia 6

Conversa de Fim de Tarde: (da esq. para a dir.) Calico, juíza Carmen Fontoura, promotor Marcelo Gonzaga, o apresentador Fernando Moura, prefeito Wainer Machado, Clarisse Acauan e Cleizer Maciel

Em visita aos estúdios da rádio RCC FM para participar do programa Conversa de Fim de Tarde, na última terça-feira, a Juíza Carmen Lúcia dos Santos e o Promotor Marcelo Gonzaga falaram sobre a decisão tomada de realocar os camelôs instalados na praça dos Cachorros na divisa entre Sant’Ana do Livramento e Rivera. Durante uma hora, a Juíza esclareceu pontos importantes e respondeu aos questionamentos feitos pelos integrantes da bancada. “Essa não foi uma decisão tomada de forma fácil. Iniciamos um debate há muitos meses atrás tendo uma ideia inicial, que não era essa de hoje, tão pacífica quanto esta, e felizmente a conversa evoluiu para que pudéssemos chegar a um bom termo e ao momento em que estamos hoje”, esclareceu. Segundo a Juíza, havia a preocupação com a retomada da praça e ao mesmo tempo manter o trabalho dos camelôs. A Juíza Carmen Lúcia disse que todos os passos foram pensados em conjunto pelo grupo de trabalho que participou do processo. “As pessoas que capitanearam o processo e que entraram com a ação não compareceram na audiência. Estou dizendo isso porque as pessoas estão dizendo que daqui a pouco as pessoas irão expandir os espaço de novo. É muito fácil criticar, mas a comunidade tem que se fazer presente”, desabafou ela ao comentar a ausência de pessoas que chegaram a lhe procurar no gabinete pedindo a retirada dos camelôs e não foram na audiência. A juíza falou dos passos que foram dados em sigilo e agradeceu à imprensa pela compreensão e colaboração no sentido de não permitir que as informações vazassem antes do tempo, evitando confrontos negativos.

Já o Promotor Marcelo Gonzaga, disse que espera não haver nenhum tipo de confronto no domingo, último dia para a presença dos camelôs no local, porque houve um acerto no sentido de resguardar o uso legítimo da praça e ao mesmo tempo não privar as famílias de extrair o sustento do trabalho feito no local. “Considero que esse tempo foi necessário para amadurecer as decisões para que tudo se encaminhasse de maneira razoável. É importante frisar que essa ação partiu de um movimento de cidadania e que teve a adesão de entidades representativas que encaminharam ao MP uma pedido de providência, e a partir daí se iniciou esse trabalho e se levou ao judiciário essa demanda. Temos visto o comprometimento da Prefeitura em buscar a solução razoável e um projeto mais amplo”, frisou ele. O Promotor disse, ainda, que considera que esta é uma linha de aproximação entre dois povos e que precisa representar o cartão-postal das duas cidades. “Esse é um momento especial e deve servir de lição para que a sociedade entenda os direitos e deveres que cada um tem para com o espaço público”, afirmou o Promotor. Marcelo Gonzaga diz esperar que aconteça a restauração completa da praça para que o espaço seja devolvido à comunidade tal como era quando foi ocupado. Ao falar da participação das autoridades uruguaias, a Juíza disse que há colaboração, mas por ora os camelôs do lado uruguaio irão permanecer. O prefeito Wainer disse que a proposta para levar os camelôs para outro lugar não foi efetivada porque um empresário envolvido acabou desistindo do investimento pouco antes da decisão final. “A Intendência de Rivera se comprometeu a fazer a mesma ação que fizemos agora. Esse é o comprometimento deles”, afirmou Wainer Machado, ao responder sobre as atividades que poderão ser executadas do lado uruguaio. O prefeito comentou, ainda, que em 2006 foi feito o ato de desapropriação de um espaço localizado no centro da cidade para acomodar definitivamente os camelôs, mas que nesse momento faltam finanças. “Temos que constituir um processo legal através de uma licitação para quem quiser vir construir o shopping popular com espaço para duzentos comerciantes”, disse.

O processo

Na audiência pública, realizada na última segunda-feira, foi anunciado prazo para que os camelôs deixem a praça do lado brasileiro. Os trabalhadores terão até a meia-noite de domingo para desocupar o local, sob pena de terem todo o material apreendido, caso a ordem seja descumprida. Os 75 vendedores ambulantes deverão ocupar barracas que foram adquiridas pela Prefeitura Municipal e que serão instaladas ao longo da Avenida João Pessoa, no trecho compreendido entre o largo Hugolino Andrade e a rua Rivadávia Corrêa. A instalação dos ambulantes no local considerado provisório deverá se dar no dia 14 de novembro, quando estes estarão liberados para voltar ao trabalho. O espaço antes ocupado pelos camelôs permanecerá fechado com tapumes.

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3 Comentários

  1. iturbide

    Até que enfim vamos ter de volta um espaço que faz parte da historia da cidade e que deve ser preservada.

  2. carlos bruno

    tomara que seja o começo de um final feliz

    • olegna

      Quando vão começar a recuperação das praças?  A arquitetura original será recuperada e mais, teremos um sistema de iluminação compativel com um espaço urbano centralizado einigualável a nível de “fronteira internacional entre países”? Até parece que, em retirando os camelôs das praças e os recolocando a cinco metros, eu disse cinco metros de onde se encontravam, irão solucionar os problemas ali existentes. Dizem que é mais uma medida provisória e de emergência. Essas explicações são dadas desde quando eu era criancinha. Para reurbanizar o lugar e dar condições de trabalho aos camelôs é preciso investimentos com a construção de um camelódromo amplo, dinâmico e funcional, afinal estamos no século XXI(ano de 2011).Tanto o poder público quanto os camelôs precisam entender que para crescer é necessário modernizar, evoluir e isso se faz em beneficio de todas  as partes envolvidas, com ações concretas, sem muita falácia e demagogia.

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