Judiciário celebra Casamento hetero e homossexual

Beijo homoafetivo encerra a noite de 56 casamentos coletivos em Livramento

 

Fotos oficiais dos noivos, primeiro grupo após a cerimônia coletiva no pátio do Fórum

 

Exatamente às 14h de sábado, a marcha nupcial de F. Mendelssohn tocou no salão do Júri do Fórum Livramento, 25 casais entraram um a um conforme seus nomes eram chamados pelo Mestre de Cerimônia Leonardo Vargas.

 

Expectativa da solenidade, abertura do casamento coletivo marcado pela emoção

 

Dentre as autoridades presentes, a juíza de direito, Carmen Lúcia; vereadores Carine Frassoni e Gilbert Gisler; o advogado e diretor presidente do Jornal A Plateia, Antônio Badra; a psicóloga, Débora Coradine; a advogada, Silva Maria Dutra; procurador da Fazenda Nacional, Luis Carlos Figueiredo e juíza da comarca de Taquari Graice Witt.

Momentos marcantes: noivos entram um a um durante casamento ao som da marcha nupcial

No altar e de pé durante toda a cerimônia, dois juízes de paz, as madrinhas do casamento Dra. Rosi Mari Barreto e Dra. Mirtes Blum e a juíza de direito, Dra. Carine Labres, responsável por pensar um evento singular nos feitos do Poder Judiciário local, conduziram emocionados o casamento dos 56 noivos.

A pergunta sobre a aceitação do matrimônio foi dirigida a cada casal, e a cada resposta, o público formado por parentes, amigos, autoridades, vereadores, demais juízes e empresários da cidade aplaudiam entusiasmados. A emoção foi contagiante. No auditório, mães, filhos, irmãos choravam emocionados com a beleza da cerimônia e do beijo carinhoso dos noivos.

Tudo seguiu como a tradição determina: testemunhas, troca de alianças, juíz de paz e o beijo final. O evento contou com fotos oficiais e o bolo de casamento repartido e confraternizado entre amigos e parentes com todos os casais numa solenidade para ficar na história. Foi feito um pequeno intervalo até o próximo grupo de noivos às 17h. Todo o cerimonial foi repetido e os demais casais entraram um a um para firmarem o compromisso perante os juízes.

Quem esperava por uma cerimônia coletiva comum, se surpreendeu com a grandiosidade e ao mesmo tempo com a descontração e emoção de todos os participantes. A expectativa e a emoção foram então guardadas para o último casal da cerimônia às 19h.

 

Casal Ibraima Brilhante Flores e Jesus Ayrton Correia Teixeira: união de 23 anos celebrada com casamento oficial no dia 29 de março

 

O MOMENTO MAIS AGUARDADO

 

Depois da espera, Daniela e Mariana se casam em regime de comunhão universal de bens. Dra. Carine Labres e Dra. Rosi Barreto, madrinhas oficiais do primeiro casamento homoafetivo de Livramento

 

O último casamento foi realizado em separado dos demais a pedido das noivas e pelo ineditismo do evento. O casal Mariana e Daniela teve como público e testemunhas amigos íntimos e familiares, os demais presentes eram autoridades, organizadores da cerimônia e repórteres ansiosos por uma foto especial.

A festa começou com 11 minutos de atraso quando o mestre de cerimônia Leonardo Vargas por fim chamou o último casal da noite. As noivas foram buscadas e conduzidas ao juíz de paz João Carlos Paixão pelas próprias madrinhas, a juíza de direito Carine Labres e a promotora de justiça Rosi Barreto, que num gesto emocionado deram-se as mãos para percorrer o caminho até o altar ao lado das noivas e testemunhar um marco para a região.

Troca de alianças entre Daniela e Mariana.

A palavra do juíz de paz foi breve depois de receber o SIM como resposta do casal: “diante da vontade que vós acabais de firmar perante mim, eu em nome da Lei vos declaro casadas”. As noivas casaram-se em regime de comunhão universal de bens e foram aplaudidas em meio ao choro e emoção.

O beijo precisou ser repetido mais duas vezes para as câmeras e registro da imprensa. A música calma e melodiosa foi substituída pela música “I Will Survive” que arrancou sorrisos de todos presentes. Foi aberto um champanhe e as noivas brindaram com a certidão de casamento em mãos fechando o dia com sentimento de dever cumprido.

Em depoimento, o juíz de paz João Carlos disse que se sentiu feliz por celebrar o primeiro matrimônio homoafetivo de Livramento e espera que outros apareçam, “encaro como uma situação normal sendo motivo de alegria”. Mariana e Daniela passaram o restante da noite em companhia de familiares e disseram não ter palavras para medir a alegria que sentiram.

 

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