Câmara da Ovinocultura aponta possibilidades de desenvolvimento

Em reunião realizada na tarde desta quinta-feira (27), último dia de Expoagro, em Rio Pardo/RS, foram discutidas as alternativas para a ovinocultura no Estado. Na ocasião, o representante da Câmara Setorial da Ovinocultura, Roberto Azambuja, apresentou as ações do Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura (Fundovinos) e os programas voltados à recuperação da ovinocultura no RS como o Mais Ovinos no Campo. O fórum da ovinocultura é uma promoção da Afubra em parceria com o programa Juntos para Competir, ação que integra Farsul, Senar e Sebrae.

Conforme Azambuja, a reativação do Fundovinos, em 2012, serviu de incentivo ao crescimento da atividade. Deste então, voltaram a ser recolhidas taxas de abate e comercialização da lã.

O fundo é um gerador de recursos para financiar os programas, construídos a partir do diálogo com o setor realizado na Câmara Setorial, para promover a organização da cadeira produtiva, além da produção e o consumo de carne, lã e seus derivados.

Alternativa de diversificação 

Já a viabilidade da inserção da ovinocultura para a diversificação da produção foi um dos temas abordados pelo médico veterinário do programa Juntos para Competir, Marcelo Grazziotin. Entre os desafios, Grazziotin apresentou os aspectos relevantes para uma produção eficiente como o combate a mortalidade perinatal; o controle da verminose; o aumento dos índices reprodutivos; a adoção de tecnologias e de práticas de manejo adequadas. “A ovinocultura não necessita de grandes extensões, mas a escolha da raça precisa ser avaliada, existe um tipo ovino que se adapta a cada topografia, solo e cobertura vegetal. O segredo é a organização da propriedade”, destacou.  

Projeto Cordeiro do Alto Camaquã é exemplo de organização 

Durante o fórum, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Marcos Borba, apresentou o projeto Cordeiro do Alto Camaquã. A partir da formação de uma rede organizada de produtores, a estratégia é a comercialização de produtos com a marca Alto Camaquã, uma vez que em função dos aspectos geográficos e sociais, a região mantém um sistema de produção diferenciado. A rede, hoje, conta com cerca de 300 produtores, pertencentes a 20 associações de oito municípios.

De abril a dezembro de 2013 foram comercializados 1040 cordeiros, cerca de dez animais por semana, com um peso médio de 33 quilos e preço superior a R$ 5,00 o quilo. Somente no mês de dezembro, foram 364 cordeiros ao preço médio unitário de R$ 178,00. Segundo Borba, a remuneração por parte do mercado é resultado de um processo inovador e da manutenção de um padrão de qualidade.

Fruto, principalmente, da intensificação de conhecimentos e da integração social entre os produtores, em sua maioria pecuaristas familiares. “No projeto buscamos parceiros comerciais que estejam dispostos a remunerar essa marca e valorizar esse processo de produção diferenciado”.

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