A agropecuária dos próximos 10 anos no RS

Secretaria da Agricultura lança plano que projeta próximos dez anos para agropecuária do Rio Grande do Sul

Luiz Fernando Mainardi deixou ontem a Secretaria de Agricultura, pois concorrerá a deputado

Se na safra 2013/2014 a previsão é colher 30 milhões de toneladas de grãos em 7,5 milhões de hectares plantados, imagine o que deverá ser extraído dos solos gaúchos em dez anos com o incremento de mais seis milhões de hectares.

O questionamento encontra indicadores positivos no Plano Decenal, lançado em formato de revista nesta terça-feira (18) pela Secretaria da Agricultura, em evento na Casa do Gaúcho do Parque Harmonia. O encontro também homenageou o secretário estadual da Agricultura, Luz Fernando Mainardi, que deixou a Seapa ontem.

Conforme o estudo, o Rio Grande do Sul pode incorporar novas áreas de lavouras (horizontalmente) e aumentar os ganhos de produtividades (verticalmente), devendo dobrar a produção por meio de boas práticas e diversificação de culturas. Dos 28 milhões de hectares no total, pelo menos um quarto está coberto de florestas, metade com campos e reservatórios naturais. O cultivo de soja e principalmente milho nas chamadas terras baixas economiza 80% de água em relação ao arroz irrigado e apresenta resultados positivos, de acordo com experimentos do Instituto Riograndense do Arroz (Irga).

A diversificação em áreas de várzea aparece como alternativa de aumento de renda na orizicultura e na pecuária da Metade Sul, abrindo espaço para investimentos agroindustriais nas cadeias de frangos, suínos e leite. Superados alguns gargalos comerciais e tecnológicos, há indicativos de ampliação do cultivo de canola para biodiesel, trigo e outros cereais de inverno em terras baixas.

Para Mainardi, o sentimento é de dever cumprido. Uma das cadeias mais beneficiadas, dentre várias, foi a do arroz. “Conseguimos, num curto espaço de tempo, estabilizar o arroz, levar renda aos produtores e deixar um legado para o futuro da orizicultura”, comemorou. As dificuldades, segundo ele, foram contornadas pelo trabalho conjunto com os produtores e entidades.

A irrigação, outra aposta do Estado, superou a barreira cultural. A cada dez anos de safra, três eram prejudicados pela estiagem. “O programa Mais Água, Mais Renda tem sido decisivo no aumento da área irrigada no RS. Com o apoio dos prefeitos e entidades que ajudam a divulgá-lo, o produtor entendeu que investir em tecnologia aumenta a produção e, consequentemente, a renda. Por isso, o plano decenal enxerga lá na frente”.

Para avaliar o peso do setor agropecuário gaúcho, basta conferir o que ele representou nas oscilações do PIB nos últimos anos. De um índice praticamente negativo em 2011 por conta da estiagem, a supersafra do ano passado ajudou a elevar o índice a 5,8%, mais do que o dobro do registrado no País no mesmo período. Em números, a atividade primária antes mesmo de agregar valor totalizou por volta de R$ 36 bilhões em 2013. Ainda há espaço para crescimento em áreas plantadas, aumento de rebanho e ganhos de produtividade. O resgate de um passado recente e a projeção para os próximos dez anos da atividade rural estão contidos no estudo elaborado pelas 19 Câmaras Setoriais de Temáticas, depois de amplo debate com as cadeias produtivas. Embora clima e preços do mercado internacional estejam favorecendo os produtos do campo, o governo do Estado em três anos atacou de frente problemas considerados históricos.

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