Montana inicia avaliações de ultrassonografia de carcaça em propriedades do RS e Uruguai

Santa Jovita, do santanense Francisco Serralta e Don Florentino, de Rivera participam das medições

O Programa Montana contará com mais uma ferramenta para o melhoramento genético da raça composta, a ultrassonografia de carcaça.

A técnica será utilizada para fazer as medições de Área de Olho de Lombo (AOL), Espessura de Gordura Subcutânea (EGS) e Espessura de Gordura na Picanha (EGP) dos animais. Cerca de nove mil animais da safra 2012 serão avaliados para dar origem às novas DEPs (Diferença Esperada na Progênie) do composto tropical. Criatórios do Rio Grande do Sul e Uruguai, que contabilizam cerca de 1200 animais, já começaram as avaliações.

O Programa Montana realiza as medições desde 2008, porém apenas em parte dos animais de cada safra para análises, estudos e desenvolvimento das novas DEPs. Em uma reunião recente dos criadores da raça, ficou decidido que todos os animais nascidos a partir de 2012 serão avaliados por ultrassonografia de carcaça.

Os criatórios gaúchos contam com um rebanho bastante consistente da raça. Entre eles, estão Estância da Gruta (Capão do Leão), Granja Santo Antônio (Turuçu) e Estância Santa Jovita, de Alegrete. Juntos, somam em torno de 750 animais, que serão submetidos aos exames de ultrassonografia de carcaça.

Já no norte do Uruguai, a Cabaña Don Florentino, de Rivera – fronteira com Sant’Ana do Livramento, cerca de 500 animais Montana também começaram a ser avaliados pelos técnicos.

“As avaliações são importantes na busca por animais com carcaças cada vez melhores. São medidas importantes e fáceis de obter com os animais ainda vivos, além de serem muito acuradas. Com esses nove mil animais sendo avaliados, teremos mais 27 mil medições para compor o banco genético”, avalia Gabriela Giacomini, gerente de operações do Programa Montana.

As medições que estão sendo feitas irão incrementar o banco de dados já existente no Programa.

Doutora em melhoramento animal e qualidade da carne, Marina Bonin será responsável pelas medições de parte dos animais e destaca a importância das áreas avaliadas.

“São informações que ajudam na melhoria da raça que tem como objetivo a produção de animais melhoradores. AOL está correlacionada aos cortes nobres do animal, como os cortes do traseiro, EGS está ligado ao acabamento de carcaça e EGP às medidas de gordura depositadas na picanha, fato que nos ajuda a identificar os touros precoces”, afirma a especialista.

Francisco Serralta, da Santa Jovita e, acima, gado da propriedade

O pecuarista Francisco Serralta, da Estância Santa Jovita, criador de Montana há mais de 10 anos, colocará 300 machos e 100 fêmeas na avaliação deste ano. O produtor investe na produção de reprodutores para comercialização, assim como aposta no leilão de matrizes e touros da raça, além de engorda de animais para abastecer a demanda de frigoríficos regionais.

“O cruzamento industrial está muito forte no Brasil, isso fez com que a procura por animais Montana aumentasse bastante, tanto aqui no sul do País, quanto em outras regiões onde a demanda por touros para cruzamento vem sendo crescente”, avalia Serralta.

Assim que colhidas, todas as informações serão enviadas para o banco de dados da equipe dos professores Joanir P. Eler e José Bento S. Ferraz, da USP/Pirassununga, para análise do valor genético. O material será compilado com dados das safras anteriores para dar origens às novas DEPs que, em breve, entrarão para o sumário da raça Montana. Segundo Giacomini, as DEPs serão ferramenta importante para direcionar a produção a um rebanho mais precoce.

 

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