“Sant’Ana do Livramento tem as condições adequadas para o combate de ocorrências de incêndio”

A afirmação foi feita pelo comandante regional de Bombeiros, tenente-coronel Pedro Ricardo Maron Burgel

Pedro Ricardo Maron Burgel

O incêndio ocorrido na Igreja Mormón, no fim de semana, assustou moradores e comunidade em geral pela dimensão da destruição. O prédio, erguido há várias décadas, ocupava boa parte da quadra, localizada entre a Avenida Vinte e Quatro de Maio e ruas Brigadeiro Canabarro e General Câmara, na região central da cidade. Quem assistiu de perto ao sinistro que iniciou durante a madrugada, viu que em poucas horas a estrutura completa da capela foi consumida pelas chamas.

As equipes do Corpo de Bombeiros de Livramento e também de Rivera encontraram dificuldades para debelarem as chamas, mesmo com todo o equipamento utilizado, como caminhões e, inclusive, o carro-tanque, que está emprestado para ajudar no abastecimento de água na cidade. Este talvez seja o segundo incêndio na área central, de grandes proporções, sendo o mais forte na memória dos santanenses o que destruiu o antigo Cinema Colombo, localizado na rua dos Andradas, em 2010.

Com tudo isso, fica o questionamento: o Corpo de Bombeiros de Livramento estaria preparado para enfrentar um grande incêndio? Para responder a esta pergunta, a reportagem procurou o comandante do 10º CRB-Comando Regional de Bombeiros, o tenente-coronel Pedro Ricardo Maron Burgel, que garantiu que “Livramento tem as condições adequadas para o combate de ocorrências de incêndio”.

Antes mesmo de entrar no mérito da questão, o comandante destacou, durante entrevista, que o Corpo de Bombeiros local está muito bem servido, em termos de equipamentos e até mesmo de efetivo, se comparado à realidade de outras regionais. Para cada bombeiro, por exemplo, segundo ele, existe atualmente um EPI-Equipamento de Proteção Individual, coisa que muitos comandantes gostariam de poder contabilizar em suas organizações. As guarnições contam, ainda, com material de apoio, como desencarceradores, motosserras e outros itens, que facilitam o combate ao incêndio, em locais de difícil acesso.

Além do que já foi conquistado pelo comando regional, para 2014 há previsão de cerca de R$ 80 mil, somente através do Funrebom-Fundo de Reequipamento dos Bombeiros, administrado no próprio município, através de um gestor, cargo ocupado atualmente por Rui Rodrigues.

Entrevista:

A Plateia: Qual a realidade do efetivo do Corpo de Bombeiros em Livramento
Burgel: Em termos de efetivo, temos que considerar que Livramento é a sede do Comando Regional e, por isso, há 28 servidores na sede, sendo 24 operacionais. Mesmo assim, estamos com uma defasagem de 40%. Conseguimos, hoje, com seis homens – guarnição mínima – efetuar o atendimento das ocorrências da cidade.

A Plateia: Como ficam distribuídos estes bombeiros para o atendimento diário?
Burgel: São duas guarnições, sendo a do Armour, com dois servidores e centro, na sede, com quatro servidores. Em caso de emergência, os seis servidores são deslocados ao mesmo tempo, em uma ocorrência semelhante à que ocorreu no prédio da Igreja na Avenida Vinte e Quatro de Maio.
A Plateia: Em uma escala de serviço de quantas horas, Coronel?
Burgel: Vinte e quatro horas, por 48 horas. É a maior guarnição da área, inclusive.

A Plateia: Livramento não foi uma das cidades contempladas com novos servidores, recentemente?
Burgel: Sim. Salienta-se que em 2013 seis novos servidores acabaram ingressando neste efetivo. Porém, ocorreu, ainda em 2013, a saída dos policiais temporários, ou seja, Livramento perdeu outros seis militares temporários.

A Plateia: Quando é necessária a solicitação de ajuda para os bombeiros uruguaios?
Burgel: Chamamos de Integração Rivera/Livramento. Neste caso, em específico, houve a necessidade de apoio de água – é uma integração que vem sendo trabalhada há muito tempo e deve ficar regulamentada em breve, pelos governos do Brasil e Uruguai. A escolha é feita de acordo com o risco e potência.

A Plateia: E com relação aos hidrantes. Como está a cidade neste sentido?
Burgel: Em Livramento, temos 68 hidrantes – 10 deles com deficiência. A corrida de hidrantes tem que ser realizada diariamente, sendo verificada a pressão, condições de uso e, se constatado algum problema, o comunicado é feito diretamente ao DAE. Viemos fazendo um trabalho junto ao DAE, no sentido de aumentar o número de hidrantes, para melhorar a manutenção, e alguns resultados já estão sendo obtidos.

A Plateia: E os caminhões?
Burgel: Atualmente, estamos com quatro caminhões, sendo o ABT-4942, com capacidade para 5 mil litros; O AT-1943, caminhão do ano de 1982, com capacidade para 07 mil litros. Esta viatura, em particular, deverá ser revitalizada, graças à chegada do ABT-8748, que tem capacidade para 04 mil litros. Este foi o caminhão novo, obtido através da consulta popular, que chegou em abril de 2013. E ainda contamos com o auto-busca-1775, com capacidade para mil litros – ele é utilizado para salvamento e serve de carro reserva. Para este ano, tem a previsão do recebimento de uma “pick up” para parte operacional e um micro-ônibus, para atender também a parte administrativa do CRB. Através da participação cidadã. O caminhão 1616, com capacidade para 10 mil litros, está na cidade para ajudar no abastecimento da água, e já acabamos utilizando este equipamento.

A Plateia: E quanto aos edifícios. O Corpo de Bombeiros tem capacidade para combater um incêndio, em um prédio de 13 ou 15 andares?
Burgel: Em princípio, todos os prédios devem ter o sistema de prevenção e proteção contra incêndios. Aqueles que precisavam de adaptação já foram adaptados. Mas, atualmente, não temos condições de utilizar a Escada Mecânica, que precisaria de investimento na ordem de R$ 60 a R$ 80 mil. Neste momento, como comandante, tu tens que pensar no custo/benefício, e por isso fui muito criticado. Em 2010, resolvemos não consertar mais a Escada Mecânica. De 2004 a 2010, ela não atendeu nenhuma ocorrência. Chegamos a investir nela, de 2008 a 2010, em torno de R$ 25 mil. Atualmente, se tenho recursos suficientes, claro que investiria na Escada, mas por exemplo: o AT-1943 tem um custo orçado em R$ 40 mil, então não poderia investir em uma escada e deixar de lado um equipamento que atende ocorrências quase que diariamente.

Sobrecarga de redes elétricas está entre as principais causas de incêndio

Especialistas e engenheiros elétricos alertam a comunidade para o risco da sobrecarga da rede elétrica de uma residência ou prédio comercial. Com a evolução e disponibilidade dos equipamentos elétricos, como condicionadores de ar e de informática, se faz necessário um redimensionamento das estruturas domésticas, as quais foram preparadas para uma demanda menor de carga elétrica.

As residências construídas em décadas passadas, normalmente não foram planejadas para comportar diversos equipamentos elétricos, mas sim algumas lâmpadas, geladeira, televisores e pequenos conjuntos de sons. Conforme os especialistas no assunto, atualmente, o que vem ocorrendo é uma sobrecarga no sistema de forma desenfreada, sem a preocupação do aval de um profissional, que possa realizar uma avaliação do sistema, para a expansão do mesmo.

Muitas redes elétricas montadas com fiação de baixa bitola de condutores elétricos, estão recebendo equipamentos de ar condicionados ou chuveiros potentes, com milhares de watts, que acabam aumentando a corrente elétrica e aquecendo todo o sistema, levando à queima da fiação e, consequentemente, um incêndio residencial. Conforme a AES Sul, é importante o consumidor prestar a atenção em dicas de segurança e sempre consultar um especialista para redimensionar a capacidade da rede elétrica de uma residência ou área comercial.

 Mais segurança na sua casa 

Com energia elétrica não se brinca. Ela é essencial em nosso dia a dia, mas para tirar o melhor proveito de todas as facilidades e benefícios, são necessários também alguns cuidados com a prevenção de acidentes domésticos.

*Antes de instalar aparelhos elétricos, leia atentamente as instruções do fabricante.

*Somente pessoas com conhecimento técnico devem executar trabalhos em instalações elétricas.

*Instale sempre o fio terra quando especificado pelo fabricante do aparelho.

•Evite o uso de benjamin. Ligue somente um aparelho em cada tomada.

•Antes de mudar a chave seletora quente/frio do chuveiro ou da torneira elétrica, feche a água pelo registro.

•Cuidado com instalações elétricas em lugares úmidos, como lavanderias, garagens ou jardins.  

•Jamais toque em circuitos ou equipamentos elétricos quando estiver com as mãos, roupas ou calçados molhados.

•Verifique sempre se os aparelhos elétricos não estão com os fios desencapados.

•Se as lâmpadas ou aparelhos elétricos de sua residência queimam com frequência, verifique o estado da instalação elétrica.

•Sempre que você estiver passando roupas e precisar atender o telefone ou a campainha, desligue o ferro elétrico.

•Jamais coloque roupas na parte traseira do seu refrigerador.

•Desligue ou remova antenas somente quando o clima estiver seco.

•Se o disjuntor desligar, constate se a instalação está em ordem antes de ligá-lo novamente.

•Em emendas de fios, faça uma boa isolação.

 

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.