Atleta santanense é destaque em Malta
Com passagens pelo Internacional, Caxias e Montevideo Wanderers, Guilherme Guedes brilha em país europeu
Santanense está brilhando nos campos de Malta, na Europa
O jovem centroavante santanense Guilherme Guedes vem tornando-se um dos destaques do Gharghur FC, de Malta, país localizado ao sul do continente europeu e cercado pelo Mar Mediterrâneo.
Atleta santanense aproveita os momentos de folga para curtir as praias europeias
Nascido em Sant’Ana do Livramento, no dia 24 de julho de 1991, Guilherme Guedes desde cedo impressionava nos campos de futebol da Fronteira da Paz. Filho do goleiro amador Paulo Viana, os seus primeiros passos como jogador de futebol foram na Escolinha da AABB, onde já despertava o faro pelo gol, o que chamou a atenção de clubes do Rio Grande do Sul.
Em 2006, Guilherme iniciou a sua trajetória fora de casa, quando foi contratado para as Categorias de Base do Sport Club Internacional, onde chegou a atuar no Time B da época, fazendo treinos com o então time que seria Campeão do Mundo no fim daquele ano.
Após este período, Guilherme foi emprestado ao Sport Club Ulbra, de Canoas, onde acabou se tornando artilheiro da equipe no Campeonato Estadual da categoria. Guilherme também teve passagens pela S.E.R. Caxias e pelo Clube Atlético Mineiro.
Guilherme defendendo o Gharghur FC, em Malta
No início de 2012, o atleta foi contratado para defender o Montevideo Wanderers Fútbol Club, para a disputa da primeira divisão do Campeonato Uruguaio, onde atuou com o atual jogador do Grêmio, Maxi Rodriguez. Com o fim da temporada uruguaia, em junho, o atleta despertou o interesse de vários clubes, tanto do Brasil, quanto do exterior.
Com o auxílio da empresa santanense ML3 Football, em parceria com a R2M Management, Guilherme acabou transferindo-se para o Gharghur FC, no mês de agosto, quando começou a disputar a BOV 2nd Division de Malta.
Na sua segunda partida pelo Gharghur, Guilherme marcou seu primeiro gol em território europeu, ganhando o apoio dos fanáticos torcedores malteses. Porém, nas rodadas seguintes, o atleta sofreu uma grave lesão no pé, ficando afastado dos gramados por, aproximadamente, 60 dias.
Guilherme conhecendo o lindo litoral de Malta, banhado pelo Mar Mediterrâneo
Após semanas de fisioterapia e recuperação, Guilherme voltou a atuar no mês de dezembro, na partida entre Gharghur x Siggiewi. E a volta não poderia ter sido melhor: com grande atuação do centroavante santanense, o Gharghur venceu por 3×1, com dois gols de Guilherme, que ainda sofreu o pênalti que decretou a vitória do seu time.
Na última partida do ano, realizada no dia 15 de dezembro, a torcida do Gharghur pôde comemorar mais uma grande partida do santanense, que comandou a equipe e marcou o gol da vitória do Gharghur, por 1×0, sobre o San Gwann.
Com este resultado, o Gharghur FC encostou nos líderes do campeonato e subiu para a 6ª posição da BOV 2nd Division, com 19 pontos, apenas 5 atrás do líder, Fgura United.
Guilherme está encantado com as belas paisagens do local
Em 2013, Guilherme Guedes vestiu a camiseta do Gharghur FC em 5 jogos, tendo marcado 4 gols e dado 2 assistências. Após a pausa de fim de ano, o Gharghur FC e Guilherme Guedes voltam a campo no dia 5 de janeiro, para encarar o Mdina Knights, e dar sequência à brilhante campanha do atleta, que está levando o nome de Sant’Ana do Livramento pelo mundo.
Para quem quiser acompanhar um pouco mais da carreira do atleta, curta a FanPage no Facebook: facebook.com/GuilhermeGuedes19.
Em entrevista exclusiva ao jornal A Plateia, o jogador relatou um pouco de sua trajetória profissional e também contou os fatos que marcaram sua vida longe de casa.
Jornal A Plateia – Há quanto tempo você mora longe de casa?
Guilherme - Já faz oito anos. Saí de casa pela primeira vez quando tinha 14 anos. Morei em Porto Alegre, Canoas, Salvador, Fortaleza, Caxias do Sul, Belo Horizonte, Montevidéu e agora em Malta, tudo proporcionado pelo futebol.
Jornal A Plateia – Como é viver em Malta?
Guilherme - Para mim, viver em Malta é estar sempre aprendendo alguma coisa. Malta é uma ilha que fica no sul da Europa, conta com menos de 500 mil habitantes, e mesmo tão pequena, tem me proporcionado coisas muito boas no futebol e como pessoa. É raro eu ver assaltos e essas coisas aqui. Considero um país muito seguro e isso me dá muita tranquilidade para viver e desfrutar as praias, que são muito bonitas.
Jornal A Plateia – Quais as dificuldades de morar em um país com cultura diferente?
Guilherme - A minha maior dificuldade tem sido com o idioma, o maltês. Tenho aprendido alguma coisa, porém é uma língua com origens árabes e é muito difícil de aprender. O segundo idioma aqui do país é o inglês, e quando eu cheguei aqui não sabia falar. Mas eu tenho estudado e hoje consigo me comunicar bem com as pessoas utilizando este idioma. Outra dificuldade que encontro aqui é com o churrasco deles, que é feito com carne de cavalo, vê se pode? (risos). Nunca comi e nem pretendo, vou ter que esperar até a volta pra casa, pra comer um churrasco de verdade, como é o nosso gaúcho.
Jornal A Plateia – Como é lidar com a saudade de casa, estando tão distante?
Guilherme - Hoje, eu consigo lidar um pouco melhor com a saudade. Quando saí de casa, com 14 anos, sendo filho único, foi o momento mais difícil. Mas hoje eu sei que a saudade da minha família e dos amigos é o preço que eu pago por ter realizado um sonho que eu tinha desde criança, e se eu pudesse, faria tudo outra vez, porque é o que me faz muito feliz, ser jogador de futebol.
Jornal A Plateia – Qual sua melhor lembrança de Sant’Ana do Livramento?
Guilherme - A minha melhor lembrança era ver toda a minha família reunida na virada de ano, isso me marca bastante, principalmente nesta época do ano.
Jornal A Plateia – O que fazer para matar a saudade de casa?
Guilherme - Eu converso todos os dias com os meus pais, por telefone ou pela internet, e saber que eles estão bem me dá muita tranquilidade pra eu poder jogar e fazer as coisas da melhor maneira possível.
Jornal A Plateia – Como é a rotina de uma atleta em Malta?
Guilherme - Em Malta, treinamos durante a semana e jogamos apenas aos fins de semana. Aqui nós não temos concentração nas vésperas das partidas, como tem no Brasil e também no Uruguai.
Jornal A Plateia – Qual seu maior sonho?
Guilherme - É poder seguir fazendo o que eu faço por mais tempo, poder um dia jogar em um grande clube da Europa e poder viajar o mundo inteiro jogando futebol. Dar esta alegria para a minha família, amigos e para os santanenses, que sempre torceram por mim.
Jornal A Plateia – Deixe uma mensagem para os seus conterrâneos santanenses:
Guilherme - Eu vejo muitos guris aí de Livramento, que têm o mesmo sonho que o meu, que é ser jogador. Gostaria de falar que nada vem fácil. Eu tive que abrir mão de muitas coisas pra poder estar onde eu estou, hoje. Tive que abrir mão da minha adolescência pra ficar dentro de um alojamento concentrado, não tive festas em fins de semana, passei muitos aniversários longe da minha família e perdi muitos aniversários dos meus pais. Mas valeu muito a pena, hoje sou muito feliz e realizado por estar onde estou e por poder fazer o que eu faço. Sinto muito orgulho em poder levar o nome da minha cidade por todos esses lugares onde vou. É muito prazeroso alguém perguntar de onde tu é, e poder dizer: eu sou de Sant’Ana do Livramento.
Luís Fernando Martins
Loading ...
