Divulgadas as recomendações técnicas para implementação de várias culturas

O começo da primavera será marcado pela ocorrência de chuvas dentro da normalidade para o período, mas, a partir de novembro, a tendência é de que os volumes de precipitações reduzam. A informação consta do boletim agrometeorológico emitido pelo Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do RS (CopaAergs). O boletim, destaca, ainda, que a análise detalhada dos modelos estatísticos (CPPMet/UFPel) indicam para o mês de outubro precipitações pouco acima do padrão climatológico no norte do Estado e dentro do padrão nas demais regiões.

Para novembro, os modelos mostram precipitações pouco abaixo do padrão climatológico no sudoeste e dentro do padrão nas demais regiões. Para dezembro, a tendência é ficar abaixo do padrão em todas as regiões, especialmente no oeste do Estado. Para as temperaturas mínimas, os modelos apontam para inversão térmica no decorrer do trimestre. Para os meses de outubro e novembro os modelos mostram valores pouco acima do padrão climatológico na parte oeste e dentro do padrão nas demais regiões. Para o mês de dezembro, a tendência é de predomínio do padrão normal em grande parte do Estado. As temperaturas máximas seguem padrões semelhantes das temperaturas mínimas em todo o trimestre. Para os meses de outubro, novembro e dezembro a tendência indica valores abaixo do padrão climatológico no sul e oeste do Estado e dentro do padrão nas demais regiões. Conforme a doutora em agrometeorologia Bernadete Radin, da Fepagro, as tendências de precipitações são indicações de padrões predominantes climáticos de grandes áreas, podendo ocorrer eventos localizados de maior ou menor magnitude. Lembra, ainda, que é normal, nesta época, o aumento gradual das temperaturas.

Recomendações técnicas

Consultar a assistência técnica da Emater, Irga, Cooperativas e outras para o manejo e colheita das culturas de inverno e para o planejamento e implantação das culturas de primavera-verão; consultar os serviços de previsão de tempo e clima, para o planejamento, manejo e execução das operações agrícolas; seguir o zoneamento agrícola e observar a indicação de cultivares, solos e épocas de plantio/semeadura (www.agricultura.gov.br); escalonar a época de semeadura/plantio e utilizar cultivares de ciclos diferentes; utilizar densidade de plantas indicada para a cultura; dar preferência ao plantio direto na palha. Não sendo possível, mobilizar o solo o mínimo necessário, por ocasião do preparo e da semeadura; dentro do sistema de produção, observar práticas de rotação de culturas; descompactar o solo, quando necessário; implantar as culturas sob adequadas condições de umidade e temperatura do solo; racionalizar o uso de água e irrigar quando necessário, preferencialmente nos períodos críticos; em semeaduras tardias, se possível, aumentar a profundidade de semeadura e adubação; seguir as recomendações técnicas emanadas da pesquisa.

Milho – escalonar a semeadura para diminuir a possibilidade de coincidir o período crítico da cultura (do início da floração até grão leitoso) com as épocas de menor quantidade de chuvas (dezembro); utilizar cultivares de ciclos diferentes, visando reduzir risco em períodos de menor precipitação; fazer adubação em cobertura quando o solo apresentar disponibilidade de água adequada.

Soja -escalonar a época de semeadura e utilizar cultivares de ciclos diferentes, seguindo o zoneamento agrícola; em semeaduras de outubro e dezembro, utilizar cultivares de ciclo médio e tardio;

Trigo- providenciar a revisão das colhedoras, em especial, do sistema de distribuição da palha.

Arroz – dentro do possível, seguir a semeadura respeitando o Zoneamento Agrícola, semeando primeiro cultivares de ciclo tardio, seguido das de ciclo médio e precoce e, por último, as de ciclo muito precoce; nas semeaduras da 1ª emergência de outubro, colocar as sementes na profundidade entre 2 e 3 cm para facilitar a emergência em função da temperatura do solo; dimensionar a semeadura de acordo com a disponibilidade de água; iniciar a irrigação definitiva quando as plantas estiverem no estádio de 3 a 4 folhas, fazendo a aplicação da adubação nitrogenada em cobertura, preferencialmente em solo seco, antes da entrada de água; racionalizar o uso da água disponível através de técnicas de manejo adequadas, tais como a movimentação mínima da água nos quadros, manutenção de baixas lâminas de água e a prévia sistematização de áreas.

Hortaliças – Evitar irrigação em excesso e não irrigar em dias nublados ou chuvosos. Quando necessário irrigar, fazê-lo de manhã. Usar cobertura morta e dar preferência à irrigação por gotejamento; em ambientes protegidos (túneis e estufas), proceder à abertura o mais cedo possível, exceto nos dias frios, nos quais a abertura deverá ser retardada de acordo com a temperatura do ar (em geral acima dos 10°C) e a condição de disponibilidade de radiação solar. Fechar cerca de uma hora antes do pôr do sol. Em dias de geada antecipar em cerca de 2 horas; promover práticas de manejo para reduzir riscos em função de geadas; recomenda-se a produção de mudas em ambiente protegido para garantir a qualidade das mesmas.

Forrageiras – aumentar o estoque de forragens na propriedade, através da redução da carga animal e do diferimento de potreiros, ou através de forragens conservadas (feno ou silagem); escalonar os períodos de plantio/semeadura das forragens cultivadas no verão utilizando mudas/sementes de alto vigor; no manejo de plantas forrageiras, procurar manter a cobertura de solo, através de resíduo relativamente alto; lembrar que períodos de descanso (sem a presença de animais) servem para promover o aprofundamento de raízes e resultam em maior acúmulo de matéria seca aérea; utilizar suplementação estratégica para as categorias de rebanhos mais necessitados nos períodos em que ocorrem estiagens; havendo disponibilidade, indica-se fazer silagem de cultivos e pastagens de inverno/primavera, visando garantir a disponibilidade de forrageiras no fim da primavera/início de verão, caso se confirme a ocorrência de estiagem em dezembro, e quando possível, indica-se a irrigação de pastagens cultivadas nos períodos de estiagem.

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