Servidores da PGE deflagram greve em Livramento e todo o Estado
Presidente adjunto dos servidores da PGE, Rafael Roggia, esteve na cidade para fortalecer movimento local
Os servidores da Procuradoria Geral do Estado-PGE deflagraram em todo o Estado uma greve geral, para reivindicar a reposição salarial, que segundo a categoria faz parte das perdas inflacionárias. Conforme o Sindicato dos Servidores da PGE, o Governo Estadual prevê a recomposição inflacionária de, no mínimo, 26% para todos os servidores, porém a proposta feita em negociação pelo Codipe, para o SINDISPGE não passa de 10%.
Na manhã de ontem (4), os grevistas de Livramento receberam a visita do presidente adjunto dos servidores da PGE, Rafael Roggia, que além da cidade também passou por Uruguaiana e depois rumou para Porto Alegre.
Segundo ele, a greve iniciou na segunda-feira, em Porto Alegre. “Estamos reunindo carros de som, e hoje (terça-feira) os colegas foram para a Assembleia Legislativa para tentar falar com os deputados. O grande ato está sendo disseminado em vários locais. São 19 regionais no Rio Grande do Sul que estão parando na frente da regional, explicando à sociedade o que está acontecendo. A greve está crescendo cada vez mais e estamos com mais e mais adesões”, declarou.
A Plateia: A categoria vinha realizando indicativos de greve e isso não foi suficiente?
Roggia: Nós estamos em negociação com o governo desde outubro do ano passado, tentando reivindicar nossa recomposição salarial, que são as perdas inflacionárias. O governo vem dizendo para a sociedade que no mínimo vai dar aos servidores 26%, então tentamos com o Codipe (Comitê de Diálogo Permanente)- órgão que o Governo criou para esta negociação de reajuste da recomposição salarial dos servidores, e o governo nos apresentou apenas 6%. Então, não havendo nenhum tipo de flexibilidade na negociação, montamos um cronograma de greve, onde tentamos uma última negociação antes de deflagrar a greve. Então, o governo fez outras duas propostas, de 10% parcelados em dois anos – cuja última parcela seria em 2014, ou de 15%, mas condicionando uma modificação no plano de carreira, bem prejudicial aos servidores. Nosso plano de carreira levou 10 anos para ser aprovado, e agora o gabinete quer condicionar a proposta à modificação do plano, e não queremos isso.
A Plateia: Quais os serviços que estão sendo prejudicados com esta greve?
Roggia: Nenhum serviço está sendo prejudicado, pois o serviço público é considerado essencial. Então, estamos mantendo a legalidade da greve, ou seja, mais de 30% estão trabalhando. Os serviços de responsabilidade da PGE-Procuradoria Geral do Estado têm dois níveis de trabalhadores: os procuradores, que não podem deixar os prazos serem vencidos, e têm que dar continuidade ao serviço, e os servidores, quadro de apoio que auxilia esse trabalho. Estamos mantendo nossos 30% trabalhando. O serviço, então, somente está sendo prejudicado para o Estado – neste caso deixando de arrecadar ou perdendo uma média de R$ 2,6 milhões por dia. Assim, a sociedade vai sentir o fato de os procuradores, ao invés de sentarem, organizarem e debaterem com a gente, para não entrar em greve, estão suspendendo os prazos dos advogados, dos processos judiciais, o que é ilegal. Nossa greve não é motivo de suspensão de prazos, é um exercício sindical garantido pela constituição, pela lei da greve e estamos no nosso direito. O que acontece é que quando entramos em greve, o serviço é diminuído, justamente para pressionar o governo e para valorizar a categoria.