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Anvisa determina redução do iodo presente no sal

Posted By redacao On 27 de abril de 2013 @ 13:32 In Geral | No Comments

Segundo especialista, excesso de iodo no organismo pode causar câncer de tireoide

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Médico endocrinologista, Marcelo D’Ávila

Após publicação no Diário Oficial da União, ocorrida na última quinta-feira, 25, as empresas fabricantes de sal têm prazo de 90 dias para se adequar à medida da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que determina a redução da quantidade de iodo presente no produto. A medida, que vinha sendo discutida desde 2011, foi aprovada com o objetivo de eliminar os efeitos nocivos à saúde, causados tanto pela deficiência, quanto pelo excesso de iodo.

Uma pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que a população brasileira é uma das maiores consumidoras do iodo. No País, cada pessoa consome, em média, 8,2 gramas de sal por dia. A decisão prevê uma adição mínima de 15 e uma máxima de 45 miligramas de iodo por quilo de sal. Antes, o Brasil adotava entre 20 e 60 miligramas por quilo.

Segundo o Ministério da Saúde, o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sal por dia – uma das maiores taxas do mundo. A Anvisa informou, na época, que fez um acordo com a indústria para a redução de sal nos alimentos até 2020. 

ENTREVISTA

Para explicar um pouco melhor a importância do iodo e os prós e contras dessa substância no organismo, foi contatado o Dr. Marcelo Domingues D’Ávila, endocrinologista, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.

 A Plateia: Qual a importância do iodo no organismo?
Dr. Marcelo D’Ávila: A principal função do iodo no organismo é servir de substrato para os hormônios da tireoide (Levotiroxina e Triiodotironina, T4 e T3, respectivamente). Consequentemente, a quantidade de iodo disponível no meio ambiente é essencial para a formação desses hormônios. Habitualmente, todo o iodo que ingressa no organismo tem origem na alimentação; é reduzido a iodeto no intestino delgado, onde é totalmente absorvido. Sua meia-vida no sangue é de apenas 8 horas, pois é removido constantemente pelos rins, de forma passiva, e ativamente pela tireoide. Seu consumo diário recomendado é de 150 microgramas para adultos, 90 microgramas para crianças e 200 microgramas para gestantes. 

A Plateia: Quais são os efeitos nocivos causados pela deficiência do iodo? E pelo excesso?
Dr. Marcelo D’Ávila: A deficiência de iodo pode resultar em retardo mental, bócio e hipotireoidismo; na gestação, aumenta o risco de abortos e anomalias congênitas, além de baixo peso ao nascer. Já o seu excesso aumenta a incidência de hipertireoidismo, doença tireóidea auto-imune e, segundo algumas evidências, câncer de tireoide. 

A Plateia: Quais os riscos do consumo excessivo de sal?
Dr. Marcelo D’Ávila: Os maiores riscos do consumo excessivo do sal não estão relacionados ao iodo, mas a outra substância: o sódio. Seu excesso aumenta o risco de disfunção renal, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais. O sódio também provoca retenção de líquidos. Cabe lembrar que o sódio não é exclusividade do sal de cozinha, mas também está muito presente em conservantes, condimentos (caldos e temperos industrializados, por exemplo), enlatados e bebidas gaseificadas, entre outros. Via de regra, todo produto processado é rico em sódio. 

A Plateia: De que outras maneiras o corpo poderia suprir a necessidade de iodo presente no sal?
Dr. Marcelo D’Ávila: As principais fontes de iodo são os alimentos de origem marinha: ostras, moluscos, mariscos e peixes de água salgada. Além destes, leite e ovos produzidos por animais criados em solos ricos em iodo também o contêm, bem como vegetais cultivados neste tipo de solo. 

A Plateia: Existem alimentos que devem ser evitados por conter muito iodo?
Dr. Marcelo D’Ávila: A maior fonte de iodo é mesmo o sal marinho. Convém lembrar que muitos contrastes utilizados para realização de exames de imagem podem conter iodo; há que se cuidar, portanto, quando houver histórico de alergia à substância.

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