Argentinos reclamam da falta de estacionamentos

Movimento de turistas permanece estável, porém falta de estacionamentos em frente à migração preocupa

O movimento de entrada de turistas estrangeiros, principalmente argentinos, pela fronteira de Sant’Ana do Livramento e Rivera, rumando em direção ao litoral norte gaúcho e ao litoral catarinense, não aumentou nesta temporada, porém, as filas e a falta de infraestrutura nas ruas próximas à migração continuam incomodando a grande maioria deles.

Segundo dados da Delegacia de Polícia Federal de Sant’Ana do Livramento, o movimento de entrada e saída de estrangeiros pela Fronteira da Paz manteve-se estável, principalmente nos dias de semana, com raras exceções, como os fins de semana e quinzenas, como o começo e o meio de mês. Um dos dias que teve grande movimento de estrangeiros na migração foi o dia 31 de janeiro, com 1.835 entradas e 432 saídas.

Segundo o Agente de Polícia Federal, William Prado, a média de entrada de estrangeiros por Sant’Ana do Livramento é de mil pessoas por dia, com média de 600 saídas, principalmente nos dias que iniciam o mês: “Nós já constatamos que os estrangeiros vêm no início e no meio do mês, que é quando eles fazem a migração maior. Quem entra no início, saí no meio do mês, e vice-versa”, afirma o agente, que percebe que o movimento neste ano se mantém estável em relação ao ano passado: “Não aumentou o número de argentinos entrando no País, neste período, talvez esteja um pouco abaixo, inclusive”. Segundo o agente, a Delegacia de Polícia Federal coloca à disposição um banheiro para os turistas, que nos dias de grande movimento esperam algum tempo em frente à delegacia, em função da demora: “Nós temos um banheiro aqui na Delegacia, que fica à disposição. Mas quando o volume de pessoas fica muito grande, aí complica a situação, pois não temos banheiros químicos aqui na rua. E talvez, em algum momento, possa haver demora sim”, afirmou.

Guardador de carros, Elvis Calvo Agretti

O horário com o maior movimento de turistas argentinos na Delegacia de Polícia Federal é no período da tarde, quando surgem reclamações dos próprios turistas, com relação à falta de banheiros e estacionamentos com sombra no local.

Para os argentinos Sérgio Victorico e Mariano Prieto, que passarão suas férias em Florianópolis pela quarta vez, o tempo de espera na Migração não está sendo muito demorado, porém falta estacionamentos na sombra: “Ficamos aproximadamente 15 minutos aqui na migração, o que não é demorado, porém ficamos esperando estacionados no sol”, afirmou Sergio, que partiu com sua família e a do seu amigo Mariano, da cidade de Colón, passando pela Fronteira da Paz. Segundo Mariano, eles estão viajando direto de Colón e passarão a noite na cidade de São Gabriel, onde ficarão hospedados em um hotel local. Os dois turistas argentinos relatam, também, que a falta de água e de banheiros no momento de espera na migração é a única reclamação que têm a fazer desde a entrada no Brasil: “As estradas e ruas estão boas, o serviço da migração também, porém não vemos locais para venda de água nem banheiros. O calor está muito grande para quem espera um pouco aqui na frente”, afirmou Mariano.

Segundo a turista argentina Mirta Lumina, que está a caminho da praia de Torres, o atendimento dentro da Delegacia não está demorado: “Estamos achando tudo tranquilo, a chegada não está demorando aqui na migração. Não vimos nenhuma alteração, a não ser o estacionamento”, relata.

A turista argentina do município de Rosário, Graça Mendoza, também afirma que o atendimento na migração está sendo rápido, quando o movimento não é muito grande: “Fomos atendidos rapidamente, tanto na saída, quanto na entrada no Brasil. Em outros anos, quando o movimento era maior, esperamos bastante tempo ”, afirmou Graça.

Sergio e Mariano

Segundo o guardador de carros Elvis Calvo Agretti, o movimento nesta temporada está muito calmo, se for comparado a outros anos: “Esta é a pior temporada dos últimos anos. Só vemos movimento nas quinzenas e fins de semana”. Para ele, os locais de estacionamento para os estrangeiros são pequenos, pois há sinalizações de paradas de ônibus bem próximos à Delegacia: “Há várias paradas de ônibus aqui, e a metade fica desocupada durante um bom tempo. Os argentinos encontram dificuldade para estacionar, por isso formam-se filas quando o movimento é grande. Só há vagas no sol, o que incomoda bastante”, alerta. Um dos pontos fortes mostrados por Agretti é de que os argentinos não têm deixado muita sujeira no local. Porém, são raras às vezes em que equipes de limpeza passam pelo local.

Já para os comerciantes da região, o movimento pequeno dos argentinos este ano não tem colaborado muito com as vendas. Segundo César Augusto da Luz Silva, o movimento de estrangeiros não tem surtido efeito nos rendimentos da sua padaria: “O movimento está calmo este ano e a entrada de estrangeiros não surte efeito no nosso movimento. São poucos os que vêm até o nosso estabelecimento. Os que chegam aqui é só para comprar pequenas coisas. Somente nos sábados e domingos é que o movimento melhora um pouco”, ressaltou Sérgio, que também relata que em outros anos chegou a liberar sua casa para que turistas pudessem tomar banho: “Em outros anos, chegavam excursões até o nosso estabelecimento pedindo para tomar banho, e nós colaborávamos com eles. Mas este ano o movimento não é o mesmo. Às vezes, alguns chegam aqui e pedem para montar suas cadeiras na sombra, enquanto esperam os procedimentos na Polícia Federal”, afirmou.

Conceição e Cesar Augusto da Luz Silva

Segundo o agente de Polícia Federal William Prado, os argentinos que entram no Brasil precisam enfrentar o procedimento padrão de entrada na migração, procedimento que não demora mais de um minuto: “O tempo do procedimento aqui na Delegacia é de aproximadamente um minuto. Quando eles chegam aqui, com o acordo que nós temos com o Mercosul, eles vêm com a identidade deles, com a cédula de identidade, ou DNI na Argentina, ou com o passaporte e apresentam aqui na Delegacia de Polícia Federal, onde eles têm ainda que preencher uma “tarjeta” de entrada, passando alguns dados. Assim, eles ganham o direito de permanecer 90 dias no Brasil, podendo prorrogar por mais 90 dias. A entrada é feita pelo nosso sistema de trânsito internacional. Leva em média um minuto para cada cadastramento de estrangeiro que dá entrada no País, sendo que se já estiver cadastrado, em 30 segundos já conseguimos liberá-lo para continuar a viagem”, concluiu William.

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