Adolescente é encontrado morto com pelo menos dois tiros na cabeça

O crime acordou a comunidade da vila Santa Rosa e teria acontecido ainda na madrugada de ontem, na rua Carlos Sergel, próxima à Baixada da Serra

receita parece simples e mistura ausência familiar – em muitos casos -, álcool, drogas, tempo excessivo longe de casa perambulando pelas ruas e alguns pequenos serviços a favor do crime. Basta misturar tudo isso e, pronto. Quase não existem falhas, e o resultado atende pelo nome de tragédia, ou, morte. Não são raros os casos em que mães e pais choram a perda de seus filhos quando sentem que aqueles que um dia foram alimentados por suas mãos agora se alimentam do que a criminalidade oferece, pela força das drogas e das tentações que são encontradas nas ruas.

O orvalho da manhã de verão de ontem umedeceu o corpo franzino do adolescente de apenas 16 anos de idade que, corrompido pelas drogas, acabou se tornando mais uma vítima na batalha que apresenta baixas, muitas vezes, entre aqueles que não cumprem as obrigações com o comando do tráfico. Uruguaio, guardador de carros em frente a um supermercado na vizinha cidade de Rivera, o adolescente de iniciais F.B. era um conhecido usuário de drogas no bairro Mandubi e, segundo informações repassadas pelas autoridades policiais uruguaias, também fazia alguns serviços pequenos, como entregas, para o tráfico. 

A vida na valeta 

Com pelo menos duas perfurações a bala na cabeça, o adolescente foi encontrado caído na Rua Carlos Sergel, no acesso conhecido como Baixada da Serra. De acordo com a polícia, moradores teriam escutado o som do motor de um veículo e, em seguida, alguns disparos. Ainda segundo o relato feito aos policias, o fato teria ocorrido no local por volta das 4h30 de quinta-feira. A cena chocou os moradores que utilizam o local para se deslocar para os seus locais de trabalho, por volta das 8h, mesmo horário em que a Brigada Militar foi acionada e deslocou uma patrulha até a cena do crime.

Quem precisou passar pela rua Carlos Sergel no ponto onde o adolescente estava caído, não conseguiu evitar o choque com a cena, que impressionou até quem possui experiência e convive diariamente com a face mais crua da criminalidade, os policiais. Cerca de duas horas depois, com a chegada da equipe de Peritos do IGP – Instituto Geral de Perícias, e com o auxílio de policiais de Rivera, foi possível chegar à identidade do menino. Em seguida, perto das 11h, o corpo que estava jogado praticamente na valeta desde a madrugada, após passar pela perícia e ser examinado pelos policiais, foi recolhido para o necrotério, para passar pelo processo de necropsia.

No local, a vida voltou a transcorrer normalmente, com a certeza de que em poucas horas as marcas do ocorrido sumiriam com a força das chuvas que banharam a Fronteira, mas que não lavam as mágoas da família destroçada pela tragédia. 

Investigação 

O trabalho dos investigadores segue agora com a intenção de descobrir a autoria do fato. Até o momento, não há suspeitas do crime que, segundo a polícia, apresenta características totais de execução. Por ser ao adolescente um conhecido usuário de drogas, dívidas podem estar relacionadas ao fato. 

 

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