Redução de custos como foco

Presidente Dagberto Reis sustenta a necessidade de adequação da Câmara à realidade financeira

Presidente da Câmara, Dagberto Reis, sustenta redução de custos

Com 17 vereadores, o custo do parlamento santanense aumenta. É uma lógica. O duodécimo – fração de recursos do orçamento que a prefeitura repassa para a Câmara – é o mesmo. Daí, a necessidade de adaptar a funcionalidade e os gastos. O presidente Dagberto Reis (PT), da Câmara de Vereadores, tem uma certeza: a redução dos custos do legislativo é inadiável. Além de procedimentos de rigor no controle financeiro, redução de gastos com telefonia e despesas dos gabinetes, o que pretende construir dialogando com seus pares, o presidente entende que a realização de concurso público para algumas funções é também uma forma de economizar. O legislador, que durante 2013 será o ordenador de despesas da Câmara, concedeu entrevista para A Plateia. Reis confirma que somente na presidência, houve uma redução de cargos na ordem de 40%.

A Plateia – Quais os principais focos da presidência para 2013?
Dagberto Reis – O principal é realização do concurso público. Já foi determinado ao diretor da casa para que se faça concurso com provas no mês de março. A Câmara já foi apontada pelo Tribunal de Contas do Estado para que realizasse concurso para procurador, motorista e contador e vamos fazê-lo, inclusive com dispensa de licitação, via Escola do Ministério Público. Esperamos fazer as nomeações ainda no primeiro semestre e estamos fazendo estudo com a Ascam e vereadores para prover outros setores da administração, inclusive setor de imprensa. Também em função de vagas abertas por pessoas que estão saindo, se aposentando. Concurso público do ponto de vista da gestão, é o principal. A transparência administrativa não precisaria nem falar, porque é lei, portanto o funcionamento do portal da transparência da Câmara é essencial, de forma que todos tenham conhecimento sobre o que acontece na Câmara. Fora outras medidas administrativas, como número de diárias mensais. Temos que dar todas as condições para que os gabinetes funcionem e os vereadores consigam fazer uma legislatura com qualidade, mas alguma coisa vamos ter que reduzir. Nós estamos nos apropriando das situações e vamos fazer algumas adequações. É fundamental que tenhamos esse pensamento.

A Plateia – A redução de custos se impõe, mas ao mesmo tempo, há 17 e não mais 10 vereadores. Como equalizar do ponto de vista financeiro?
Dagberto Reis – A economia vai se dar com redução no número de diárias, redução das contas de telefones fixos e celulares; teremos que fazer alguns cortes e ajustes na questão de estiagiários. Eles devem estar nos setores administrativos da casa e não nos gabinetes. Eles podem atuar na secretaria, departamento de licitações, procuradoria jurídica. Que sejam indicados pelos vereadores, mas uma indicação qualificada. Um exemplo: quem está fazendo Direito na Urcamp tem que ter um estágio na procuradoria jurídica; quem estiver fazendo gestão ou administração na Unipampa deve estar junto à secretaria, à direção, no departamento de licitações. E quem estiver fazendo contabilidade deve estar nessa área estagiando no Legislativo. Eles vão atuar nas áreas específicas até para contribuir com a formação deles. Já estamos fazendo essas adequações. Colocamos a ex-secretária da Fazenda, Carmen Ilha, junto com o contador da casa para justamente fazer o levantamento desses números e reduzir os custos. A Câmara, por exemplo, paga estacionamento de veículo e acho que é desnecessário, pois é possível usar a prefeitura municipal para guardar o veículo da Câmara. São R$ 4.000,00 por ano pagos para estacionamento e acho desnecessário. A Câmara tem contrato com duas operadoras de telefone celular e acho que podemos ficar com uma única, que ofereça melhores condições, plano mais adequado. Vamos reduzir um dos contratos. Essa redução e mais os valores de xerox, telefonia, só aí conseguimos economizar R$ 10 mil por mês e isso vai gerar economia necessária, porque precisamos pensar no que fazer em relação ao prédio. Sabemos que por mais que tenhamos que adequar, muitos dos gabinetes jamais terão as devidas condições para os vereadores trabalharem com qualidade. Vamos estudar o que fazer: locar, adquirir outro prédio, em anexo, fazer uma troca com município, Estado ou União. Temos que observar o que fazer.

A Plateia – Em relação ao ambiente político, como está a Câmara?
Dagberto Reis – Considero que o ambiente é bom, pois houve uma renovação que era desejada e o novo governo também se instituiu. Todos os partidos representados, mesmo os de oposição, estão respeitando ao natural, pois o poder Legislativo requer respeito e essa consciência existe. Acima das divergências, que são naturais e fazem parte do processo democrático, considero que o clima de trabalho é muito bom. Como exemplo, fui eleito presidente com 16 dos 17 votos e não comprei voto nem troquei por cargos, nem fiz concessões a ninguém. Fiz acordos políticos, sim, mas sem comprometimento de outras coisas que não o voto. Todos os partidos representados têm participação na mesa, que tem relação franca com todos os vereadores. Isso gera e deverá se manter um bom ambiente político.

A Plateia – Em relação à estrutura física do prédio da Câmara, é possível expandir ou deve ser destinado para outra função que não abrigar o Legislativo?
Dagberto Reis – Vamos convocar um engenheiro, técnico, para ver se dá para ampliar, o que é a ideia principal. Em não havendo mais condições de construir, este imóvel abrigou um centro de saúde no passado, então vamos pensar se adquirimos um novo prédio para anexo, para uso total ou se fazemos uma troca com Município, Estado ou União. Uma dessas alternativas será efetiva.

A Plateia – Como pretende que seja a relação da Câmara com a sociedade?
Dagberto Reis – Estaremos implantando o projeto Diálogos com a Comunidade, a exemplo do que fez o deputado Adão Villaverde quando foi presidente da Assembleia Legislativa, para fazer com que o parlamento dialogue com os setores, nas associações, bairros, vilas, sindicatos e nos mais diferentes segmentos do meio urbano e do meio rural. Queremos um novo tempo com a comunidade dentro da Câmara, indo até a população.

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