Lembranças de menina
No dia 12 de outubro, festejamos o “Dia da criança”.
Lembro quando tinha 7 ou 8 anos e morava em Pelotas, minha terra natal. À tarde eu e minhas amiguinhas brincávamos na calçada. Brincávamos de roda, de estátua e de pega-ladrão.
“Se esta rua fosse minha eu mandava ladrilhar, com pedrinhas de brilhante para o meu amor passar”… “Carneirinho, carneirão, olha pro céu, olha pro chão”… “Pega, pega o ladrão, na panela do feijão”. E lá íamos nós correndo pegar o ladrão…
Não havia televisão, computador, etc. As brincadeiras eram simples, como nós. Os tempos mudaram mas a pureza, a inocência, a ingenuidade das crianças continuam iguais. Nós fomos crescendo e enfrentamos um outro mundo: preconceituoso, violento, maldoso. É preciso não deixar morrer a criança que existe dentro de cada um de nós. Com medo do ridículo, do que os outros vão pensar, nós a amordaçamos. Não é preciso cantar cantigas de roda, brincar de pega-ladrão para voltar a ser criança. Ser criança é um estado de espírito. Ser criança é sorrir com o coração. É se extasiar diante do mistério que habita dentro de cada um de nós.
Se eu tivesse que definir “criança”, eu diria: “é um anjo que escorregou numa nuvem e caiu na Terra!”
Meus amigos, por favor, voltem a ser crianças e sejam felizes!
Lucia Regina Souto de Abreu Fialho