Onda de devastação marca reta final

Aumenta incidência de depredação e até desaparecimento de materiais de campanha de candidatos

Nem painéis maiores escaparam dos atos de vandalismo

Quem imaginava que a eleição de 2012 fosse transcorrer marcada pela tranquilidade até o fim, estava errado. A dez dias da votação, aumentam em percentuais altíssimos as queixas e reclamações das coligações a respeito de placas destruídas, depredadas, quebradas ou simplesmente retiradas dos locais com destino ignorado. Há coordenações de campanha que já realizaram registros de ocorrências policiais, assim como algumas deixaram de fazê-lo, mas, segundo levantamento realizado na manhã de ontem, todas as seis forças que disputam a eleição majoritária e todos os partidos que apresentaram nomes de candidatos à vereança vêm registrando prejuízo com essas práticas.

Vandalismo, inconsequência de adolescentes, estratégia entre opositores, uso para outros fins (como a madeira para fogo). Há relatos de placas quebradas, arranhadas, incendiadas, painéis – sustentados por moirões de eucalipto – que simplesmente desaparecem, sendo arrancados de onde foram colocados; impressos com os rostos e números de candidatos cortados a lâmina de faca, estilete ou outros instrumentos perfurocortantes, sem falar nos materiais mais simples, como pequenos cartazes rasgados, amassados e até atropelados, exibindo marcas de pneus de veículos. Cavaletes quebrados, muros cedidos para pintura recebem pichações e manchas de tinta, cal e até excrementos (que podem até ser humanos). 

Invasão 

Placa com propaganda eleitoral rasgada com estilete

Um caso mais grave, entretanto, além dos já citados (verificáveis em alta incidência nas regiões do Grande Armour, Grande Wilson, Tabatinga, Prado – e até mesmo em pontos do centro da cidade), foi confirmado ontem. Um dos coordenadores de campanha do PTB, Carlos Enrique Civeira, confirmou que a sede do Partido Trabalhista Brasileiro foi arrombada, invadida e todo o material armazenado no local, situado na rua dos Andradas, 1068, foi quebrado ou inutilizado de alguma forma, sem mencionar objetos que foram furtados. “Até material de chimarrão usado pelas pessoas na sede, como cuias e gêneros guardados para fazer a alimentação do pessoal que está trabalhando diariamente, foram saqueados, levados ou destruídos” – afirma Civeira.

Ele destaca que nos últimos dias e, em especial, na madrugada de quinta-feira, uma onda de depredação e ataques foi sentida com mais intensidade no material de campanha. “Vi, além das nossas, muitas placas e painéis de outros partidos, como do PT e do PP nas mesmas condições: cortados, quebrados e inutilizados” – ressalta.

Estilete jogado no chão teria sido usado para recortar as placas

Civeira sugere que os coordenadores de campanha unam esforços para requererem à Justiça Eleitoral que peça ampliação no policiamento preventivo, a fim de tentar reduzir essa incidência. “Não é possível! Não são apenas materiais nossos, levam placas de tamanho grande, que estavam escoradas por moirões de eucalipto. Isso não é coisa de uma só pessoa. Precisa, no mínimo, três e mais um transporte bom para que desapareçam assim” – refere Civeira.

Valdinei Lima Munhoz, da coordenação de campanha do PMDB, refere que vários painéis foram retalhados com estilete na região entre o Armour e o Wilson, passando pela Tabatinga. Afirma que raros foram os materiais de divulgação que permaneceram intactos, inclusive em residências de apoiadores de candidatos dessas imediações. Por meio da assessoria de imprensa, Fabrício Peres, da coordenação do PT, lamentou o episódio, atribuindo a destruição das placas do partido à estratégia de outra agremiação política. “Foi vandalismo profissional e orientado” – entendem os petistas.

 

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