30 de junho é o Dia do Caminhoneiro
Profissionais das estradas recebem benefícios com nova lei recentemente aprovada
Os homenageados do dia 30 de junho trafegam pelas estradas brasileiras carregando 60% da carga movimentada no País. Hoje, a categoria conta com cerca de dois milhões de profissionais, que são responsáveis por transportar de uma cidade a outra os mais variados produtos.
A novidade que permeia a profissão nos últimos dias diz respeito à nova legislação, que garante a regulamentação das atividades dos motoristas profissionais de todo o Brasil. Já em vigor, a Lei 12.619/2012 foi criada para mudar a rotina exaustiva de milhares de motoristas que passam horas do dia na boleia. Isso porque, com a regulamentação, motoristas com vínculo empregatício, terão de cumprir intervalo mínimo de uma hora para a refeição; repouso diário de 11 horas a cada 24 horas; e descanso semanal de 35 horas.
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) divulgou, no início de maio, uma pesquisa que apontou dados assustadores: 70% dos caminhoneiros brasileiros estão sobrecarregados e dirigem acima de 13 horas sem descanso, e 30% dirigem mais de 16 horas sem intervalos.
Os números informados apontam que esses profissionais dirigem durante horas, sem pausa alguma, tendo os reflexos e condições de direção afetadas, aumentando o risco de acidentes nas rodovias.
Lei proíbe ganhos extras com a distância percorrida ou o tempo de viagem
O levantamento aponta que muitos motoristas usam drogas e anfetaminas para ficarem acordados por mais tempo. O uso dessas substâncias aumenta ainda mais os riscos de acidentes nas estradas, porque quando termina o efeito da droga o cansaço é maior, fazendo com que os caminhoneiros percam a consciência ou durmam ao volante. O conjunto dessas e outras medidas deve refletir diretamente no contracheque dos profissionais, porque a principal novidade da lei é que ficarão proibidas as remunerações relacionadas com a distância percorrida, quantidade de produtos transportados ou tempo de viagem.
Se por um lado, a profissão passa a ser reconhecida, garantindo benefícios aos empregados, entre eles para fins de aposentadoria, por outro, vai resultar em perdas de 35% a 40% da produtividade para as empresas de transporte.
Ervandil Holtz Silva Filho, 61 anos, é caminhoneiro há 42. Tendo iniciado sua profissão com um tio que tinha caminhão, ele trabalha hoje com transporte de combustível para um posto de gasolina da cidade.
Para qualificar-se na área, o caminhoneiro fez o conhecido curso MOPP – Movimentação Operacional de Produtos Perigosos, normatizado segundo o Contran, o qual todo e qualquer colaborador que atuar no transporte de produtos perigosos deve realizar.
Mais conhecido como Dilo, Ervandil já trabalhou carregando gado, cerveja, arroz e para transportadoras. Realizando três ou quatro cargas por semana, ele conta que chega a fazer 4 mil quilômetros por semana em suas viagens até a capital Porto Alegre, onde busca combustível para o Posto.
De acordo com a lei já mencionada, Dilo conta que sente cansaço, e para no caminho para repôr as energias. “Sempre paro para dormir um pouco, na ida e na volta. Graças a Deus não tenho pressa nem horário para chegar, trabalho à vontade, sem correria”, comenta.