Liga Feminina de Combate ao Câncer inaugura o Grupo de Terapia Luciana Bisso Porto

Em festa de Dia das Mães, grupo homenageia mãe dedicada e exemplo de superação

Vera Bisso (3ª da dir. para a esq.) emocionou-se com homenagem prestada a ela e sua filha

A Liga Feminina de Combate ao Câncer já é conhecida por prestar ajuda às pessoas que sofrem de câncer, apoiando das mais diversas maneiras os pacientes e as famílias que mais precisam de auxílio em um momento tão delicado.

Um dos trabalhos realizados pela equipe de voluntárias da Liga é dirigido ao auxílio psicológico que pacientes e familiares recebem, através de reuniões semanais que duram duas horas, e que tem como responsável a psicóloga Débora Coradini. O número de participantes no grupo aumenta a cada semana, para a felicidade da equipe da Liga. “Elas costumam dizer que não temos mais um grupo, mas sim uma família. Trocamos experiências, discutimos um tema diferente a cada semana, sempre falando em superação, motivação, sonhos”, conta Débora.

Na semana do Dia das Mães, o Grupo de apoio realizou uma confraternização, como forma de homenagear as mães que frequentam o grupo e também a uma mãe em especial, que, segundo Débora, é um exemplo de superação, motivação e dedicação com a filha. Vera Bisso acompanhou sua filha Luciana Bisso Porto em toda sua trajetória de luta contra o câncer de mama, que, infelizmente, acabou perdendo a batalha, no início deste ano.

Considerando que o Grupo de Apoio precisava ter um nome, Débora resolveu homenagear esta mãe e esta paciente, colocando o nome de “Grupo de Apoio Luciana Bisso Porto”.

“Durante a festa, fizemos esta homenagem à Vera, que não sabia de nada”, explicou Débora. Vera foi chamada durante a confraternização, momento em que recebeu a camiseta alusiva ao grupo. Durante o ato, a história de Luciana foi contada, e por fim, o grupo foi batizado oficialmente.

A confraternização foi realizada na sede da Liga, onde as integrantes do grupo participaram de dinâmicas, brincadeiras, além de sorteio de brindes de entidades parceiras, como Multiplantas, Consultório Médico Laser, Zuchetto, Suzzi’s, Casa China, Armazém do Sabonete, O Boticário, Tchê Farmácias e Panvel Farmácias.

A Liga Feminina de Combate ao Câncer continua atendendo seus 222 pacientes, ajudando com medicação, cestas básicas, marcação de exames, apoio psicológico, além de contar agora com o auxílio da fisioterapeuta Valquíria Machado Mota, para tratar dos pacientes que necessitam e, a partir deste mês, com os serviços de uma assistente social voluntária.

“Sempre que possível, tentamos ajudar, orientar os pacientes em relação à doença, questões familiares, filhos. O apoio da família é essencial nessas horas, embora muitos pacientes não contem com esse apoio”, pondera Débora.

A história de Luciana Bisso Porto

Em abril de 2011, aos 33 anos, Luciana percebeu um nódulo em sua mama. Porém, ela aguardou mais de um mês até buscar atendimento médico. O médico, por sua vez, procurou diagnosticar a doença de Luciana, não descobrindo inicialmente a gravidade do problema que a acometia. “Na terceira consulta, o médico disse que ela não tinha nada e que, de três a seis meses, o nódulo desincharia, mas não estava desinchando”, conta Vera, mãe de Luciana. Passado quase um mês, ela foi encaminhada para Drª. Luciane Peixoto, oncologista. A médica mandou fazer exames como ecografia de mama, exame de sangue, biópsia, quando foi constatado câncer de mama. Luciana foi encaminhada para Uruguaiana. Naquela cidade, o médico não deu muitas esperanças, devido ao estado adiantado da doença. “Ela deixou passar muito tempo antes de procurar ajuda”, reconhece a mãe. Mesmo assim, Luciana passou por sessões de quimioterapia, que duraram até o mês de dezembro. Dia 4 de janeiro, ela realizou nova consulta para fazer nova sessão de quimioterapia. Porém, sua imunidade estava baixa, o que não permitia a realização do procedimento. No dia seguinte, 5 de janeiro, ela acordou com dor nas costas, com remédio a dor não passava. Levada ao pronto-atendimento, ela foi internada. No dia seguinte, fez raio-X do pulmão, onde foi diagnosticado que Luciana estava com embolia pulmonar, em consequência da doença na mama. Aliada à embolia, Luciana teve os rins afetados, falecendo em cinco dias.

“Depois da primeira consulta, em agosto do ano passado, a Luciana se cadastrou na Liga, ela gostava de vir nas terapias, estava sempre sorrindo, esperançosa, com muita fé em Deus. Mas o problema dela se agravou por ela ter deixado passar muito tempo antes de procurar atendimento médico. Por isso, digo que qualquer coisa diferente que notarem no corpo, procurem um médico, não deixem passar, para que não aconteça o que aconteceu com minha filha”, aconselha Vera, que continua frequentando a Liga, contando com o apoio das voluntárias e procurando alertar as mulheres sobre os cuidados com sua saúde.

 

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