“Essa é uma casa de muito trabalho”

“Essa é uma casa de muito trabalho”.
Luiz Antonio Pagot, em sua despedida da direção do Dnit

DILMA QUER FICHAS LIMPAS

O Ministério dos Transportes é uma das pastas mais cobiçadas pelos políticos que apóiam o governo federal. É bom destacar que sempre ocorreu tal preferência, em todos os governos desde que o MT foi criado em 1967 – no governo Costa e Silva. Antes, as obras de infraestrutura eram de responsabilidade do Ministério de Viação e Obras Públicas.

Qual o motivo de tanta preferência? A resposta é óbvia: o MT é uma máquina lubrificada por verbas generosas e muitas fortunas privadas nasceram de obras mal projetadas, superfaturadas, além, é claro, de ter parido uma quantidade impressionantes de políticos em todo o país.

Terminar com uma estrutura dessas não é e nem será uma tarefa fácil e das mais agradáveis para qualquer homem público. O atual sistema político brasileiro não deixa de ser fruto de um conluio misterioso que envolve candidaturas, empresários colaboradores de campanhas eleitorais, cujos resultados o Brasil conhece: é dando que se recebe.

A crise atual no MT, há oito anos em poder do PR no sistema conhecido como “porteira fechada” deu no que deu. Um político do perfil de Waldemar Costa Netto (que renunciou para escapar dos processos do mensalão) despachava e/ou mandava de fato no referido ministério.

Foram tantas denúncias que Dilma Rousseff teve que dar um soco na mesa e acabar com o aparelhamento do MT, antes que os escândalos envolvessem a própria figura da presidente do Brasil.

Sua mais recente medida merece um crédito de confiança dos brasileiros indignados com tanta corrupção no MT. Dilma exige “ficha limpa” para todas as indicações do segundo e terceiro escalões do ministério. Quem tiver contas a ajustar com a Justiça está fora de qualquer cargo de confiança à disposição do governo.

O atual titular do MT, Paulo Sérgio Passos, já recebeu o recado de Dilma e as futuras indicações para os cargos vagos (são 18, até ontem, pelas demissões ocorridas) deverão passar pela mesa presidencial.

Se a necessidade de uma ficha limpa estivesse no primeiro item das exigências para cargos públicos, o quadro dirigente do setor público brasileiro, em todos os níveis, seria outro. Mesmo assim, Dilma Rousseff ganhou pontos com todos os cidadãos que já não suportavam mais tanta corrupção e tanto dinheiro surrupiado de seus bolsos.


DESPERDÍCIO

Nos últimos oito anos o Ministério dos Transportes teve R$ 93,7 bilhões incluídos no orçamento da União para investimento em obras, mas apenas R$ 47,8 bilhões foram aplicados no mesmo período. Faltou competência?

MENDES EMPLACA

O novo líder do governo no Congresso, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), já emplacou o ex-deputado estadual Sandro Boka na diretoria administrativa da CGTEE, estatal vinculada à Eletrobrás, com atuação no RS.

O DIRETOR

Sandro Boka não se reelegeu, mas vai ficar no cargo que deverá lhe render todos os meses um salário bem mais alto do que o de um deputado estadual: R$ 19.700,00. O novo diretor da CGTEE fez campanha para Dilma Rousseff no RS, seguindo a liderança de Mendes Ribeiro Filho.

MÁFIA DO LIXO

A denúncia é do prefeito José Fortunatti à Rádio Guaíba: os ataques aos contêineres do DMLU podem ser obra da chamada máfia do lixo pelo grande volume de dinheiro que é empregado na coleta. Fortunatti disse são “atos planejados” para prejudicar a imagem do novo sistema.

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