Igualdade? Não!

Dia Internacional da Mulher. Normalmente, nos últimos anos, vem se repetindo um equívoco interpretativo em grande parte dos assuntos referentes à data. Falam em igualdade, equivalência, etc… A interpretação mais acertada diz respeito à real necessidade de valorização da mulher como ser social, pois é justamente a diferença que faz valer a condição humana. Buscar igualdade com os homens é uma frase que se repete ao longo dos anos. Entretanto, é preciso deixar claro que o que convenciona-se como igualdade diz respeito aos direitos e deveres, sim, mas, em escala mais significativa a consideração de valor que deve ser atribuida às mulheres. Parta-se de um conceito simples, sintetizado em um ditado, até certo ponto machista, do passado: “atrás de um grande homem, sempre há uma grande mulher”. Esse dito evoluiu para “ao lado de um grande homem, sempre há uma grande mulher”. A recíproca, portanto, deve ser verdadeira, vez que, partindo do princípio de equivalência homem e mulher, enquanto seres sociais, devem estar no mesmo nível de atribuição de valor, preservadas, obrigatoriamente, suas características e naturais diferenças. É preciso que o mundo evolua ainda em vários aspectos em relação à mulher, seja nas questões de trabalho, na família, nos entendimentos de um para com o outro. Talvez o novo ditado deva ser: “grandes mulheres (damas primeiro, sempre?) e grandes homens compartilham, lado a lado, a grandeza”.

Vale recordar que ainda hoje existem mulheres escravas (no trabalho e no sexo, por exemplo), como ocorria, com as mulheres do Século XVIII, que eram submetidas a um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias, espancamentos e ameaças sexuais. Não que pretenda-se esquecer a história, ou a trajetória feminina, pois o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, está intimamente ligado aos movimentos feministas que buscavam mais dignidade para as mulheres e sociedades mais justas e igualitárias, elementos que até hoje, embora em menor escala, são fundamentais. A partir da Revolução Industrial, em 1789, que estas reivindicações tomam maior vulto com a exigência de melhores condições de trabalho, acesso à cultura e igualdade entre os sexos. As operárias desta época eram submetidas a um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias, espancamentos e ameaças sexuais.

Igualdade, não! Mulheres devem ser mulheres e homens devem ser homens. Isso não significa que um é menos do que outro e vice-versa. O ideal da sociedade é que os espaços sejam, efetivamente, justos, equânimes. É justamente a diferença que deve ser valorizada e reconhecida. Lembre-se das 129 tecelãs da fábrica de tecidos Cotton, de Nova Iorque, que decidiram paralisar seus trabalhos, reivindicando o direito à jornada de 10 horas. A data era 8 de março de 1857, com a primeira greve norte-americana conduzida somente por mulheres. A polícia reprimiu violentamente a manifestação, fazendo com que as operárias buscassem refúgio dentro da fábrica. Os donos da empresa, junto com os policiais, trancaram-nas no local e atearam fogo, matando carbonizadas todas as tecelãs.

Lamentável que resquícios de pensamentos que incitaram tal gesto ainda persistam, pois deve existir a diferença e os homens devem atribuir o valor merecido todos os dias às mulheres, não apenas hoje. E vice-versa, em uma sociedade ideal que precisa ser construída.

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