Designer propõe a construção de torre para simbolizar amizade no Parque Internacional

Francisco Luis Russo Dias com o banner e o prefeito Wainer Machado apontando para a torre

Um monumento que simbolize a amizade entre os povos da América do Sul na Cidade Símbolo da Integração do Mercosul.

Essa é a proposta de construção do publicitário e designer Francisco Luiz Russo Dias, ao apresentar o desenho da Torre América do Sul.

Utilizando programas de desenho gráfico e vetorização, ele montou uma projeção da construção sobre uma fotografia do parque Internacional, que tem como pano de fundo a área atrás do monumento A Mãe, escolhendo esse local para sugerir a edificação da torre.

“A Torre América do Sul, monumento que simboliza a amizade entre os povos, é uma ideia que nasceu dentro do escritório do meu amigo Antonio Badra, há cerca de um ano atrás, quando tive a ideia de criar alguma coisa que marcasse a integração dos povos que vivenciamos aqui na fronteira Rivera-Livramento. Com o total respaldo do Badra, comecei a pensar, comparar, analisar, pesquisar e a traçar os primeiros esboços desse trabalho” – explica, recordando os primórdios da idealização e, retirando da pasta algumas projeções impressas, mostrando os rabiscos que constituem o histórico da proposta, já devidamente registrada – a fim de preservar os direitos autorais para a posteridade.

Segundo ele, a obra, em sua concepção básica, inclui um elevador panorâmico e bandeiras de todos os países Sul Americanos, tendo na parte superior do monumento um sistema giratório.

“Sua cúpula terá uma iluminação externa nas bandeiras e refletores direcionados para a base, a fim de iluminar toda a parte de trás do Parque Internacional.

Em dias de festas, shows e luzes darão grande impacto ao monumento. A torre pode abrigar dois memoriais, sendo um de Sant’Ana do Livramento e outro de Rivera, contando toda a trajetória ímpar de nossa Fronteira. Por estar em área internacional, a captação de recursos poderá ser facilitada pelos incentivos e verbas federais do Brasil, do Uruguai, participação da iniciativa privada e da população” – assegura.

Depois de concluir o trabalho, gravado em arquivo de seu banco de dados, Francisco Luiz imprimiu alguns banners da proposta, a fim de viabilizar a visualização para todos, tornando possível imaginar como ficaria uma torre no local escolhido. A proposta foi levada para o prefeito Wainer Machado esta semana. O mentor da ideia manteve uma reunião com o mandatário, no palácio Moysés Vianna, tendo, inclusive, feito a entrega de um banner para o prefeito.

“Ele ficou bem entusiasmado. Gostou muito da ideia e se comprometeu a ajudar no que for possível” – ressalta.

ENTREVISTA – Francisco Luis Russo Dias

A Plateia – Como surgiu a ideia de formular um projeto com esse fim?
Francisco Luiz - Eu sempre disse que queria fazer algo grandioso para marcar. Estou fazendo a minha parte como criador. Há um ano atrás eu disse isso ao Antônio Badra, no escritório dele. Foi ali, dentro do escritório, na conversa, que me surgiu a ideia de um monumento. Nasceu minha ideia para mudar o parque que, ali na parte de trás, junto à avenida, é escuro, sem visual. Tive a ideia para embelezar aquela área, para as pessoas daqui e os turistas. Não é um sonho. É completamente possível e viável, sei inclusive que existem muitas formas de captar o dinheiro para construir. Não há torre igual a essa no mundo inteiro. Tem algumas parecidas, segundo minhas pesquisas, uma no Canadá, outra na China e, aqui no Rio Grande do Sul, em Bento Gonçalves. Além do mais, será a única torre, o único monumento do planeta que vai ficar com uma metade de sua estrutura em um país e a outra metade no outro, o que é inédito.

A Plateia – Quais as dimensões desse monumento?
Francisco Luiz - Ah, eu vejo ele grande. Uns 20 a 30 metros de altura. Quanto mais alto, melhor. Mas, claro, o que muda é o custo, que aumenta conforme a altura. Em cima da base, em cujo meio terá um elevador panorâmico para as pessoas subirem, terá uma espécie de prato, onde se pode abrigar um museu binacional, metade de Livramento e metade de Rivera. Essa minha ideia contempla a integração, a amizade. Nessa estrutura em forma de prato, que será giratória – ou seja, vai girar sobre seu eixo gradativamente, bem lentamente, permitindo alternância de visão dos observadores – haverá refletores que vão iluminar a base e os arredores. Ao redor da estrutura, as bandeiras de todos os países da América do Sul. As pessoas vão pagar para subir lá, fazer fotos, enfim, movimentar o turismo. Não é um sonho impossível e com o que for arrecadado ali, dá para cobrir o custo de manutenção e ainda sobra dinheiro para manter o parque Internacional também. Em dias de festa na Fronteira, com as tecnologias que temos, aqui mesmo em Rivera – muitas das quais eu tenho – podemos iluminar a laser, com lâmpadas de led, fazendo com que os feixes de luz mudem de cor nos céus. Enfim, há muitos incrementos, tão avançados que podem ser acrescentados ao projeto, tornando a torre uma referência em termos de integração.

A Plateia – Qual o nome do projeto?
Francisco Luiz - Nessa minha ideia, fiz o seguinte raciocínio: Livramento é gêmea de Rivera, é Símbolo do Mercosul. Pensei em torre do Mercosul, primeiro; mas nem todos os países formam o Mercosul. Então batizei minha ideia de Torre da América do Sul.

A Plateia – Quais os custos e de onde virá o dinheiro?
Francisco Luiz - Eu não sei os custos ainda. Não foram calculados. Vou passar para os engenheiros e arquitetos calcularem. Talvez R$ 2, R$ 3 milhões, talvez mais. Mas há verbas nos ministérios do Brasil, também no Uruguai, com recursos disponíveis para essas ações, que podem ser captadas. Também existe a legislação de incentivo à cultura para captar recursos, além, claro, da iniciativa privada, que pode disponibilizar recursos, e as próprias pessoas físicas. Se pode dar um carnê para a pessoa que vai colaborar, ela paga R$ 200,00 divididos em 10 parcelas de R$ 20,00. Com R$ 200,00 por pessoa em uma população significativa como a nossa, é possível arrecadar. E como contrapartida, a pessoa terá direito de colocar seu nome em uma placa de bronze que irá ao pé do monumento. Para as pessoas jurídicas, é possível viabilizar desconto no Imposto de Renda, em função das legislações existentes. Tem também as estatais, que podem aportar recursos, as parcerias público-privadas, que também podem descontar no Imposto de Renda. Fica evidente que se trata de uma obra de engenharia que vai ficar para a posteridade, bem viável, e que, agora, precisa dos ajustes técnicos e do projeto final técnico.

A Plateia – Foi feita apresentação ao prefeito municipal?
Francisco Luiz - Levei minha ideia ao prefeito Wainer, que me recebeu no seu gabinete. Ele achou formidável, ficou muito entusiasmado, considerou bem viável, embora ainda não se tenha ideia clara do custo total. Inclusive, o prefeito disse que fará a apresentação pública do projeto, mencionando o que conversamos e a ideia, na segunda-feira, em seu discurso no evento que marcará o aniversário do parque Internacional.

Você pode gostar também de:

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.


3 Comentários

  1. aria Noedi Cardoso Torres

    O projeto é muito bonito ,mas o conjunto ou seja os arredores da torre deixam muito a desejar,sujeira por todo lado ,ruas e calçadas esburacadas , sem falar na manutenção dessa torre.Em quanto tempo ela se tornaria invisitável??????????????

  2. carlos roni

    É um absurdo,tantas outras deficiências de nossa fronteira,construir mais um elefante branco,vergonha alheia!

  3. Tiago.l

    Tudo pelo turismo, mas é uma pena que o visitante passe por ruas esburacadas e canteiros abandonados e sem flores para chegar até a torre. No armour tinha até moradores limpando a praça do bairro. Mas se o dinheiro vier de alguma vaquinha de politicos federais, estaduais ou munipais, estarei de acordo.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.