Emília é destaque em jornal português

Emília Fernandes é secretária Executiva do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul

A secretária Executiva do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (CODESUL-BRDE), Emilia Fernandes, recentemente foi destaque nas páginas do Jornal I Online de Portugal. A ex-senadora concedeu entrevista falando a respeito da sua vida como líder política, mas, principalmente, da figura feminina nas mais diferentes esferas da política brasileira.

O jornal português destacou a carreira de Emilia Fernandes, dizendo que a petista “entrou na política, como o ex-presidente Lula da Silva, através da atividade sindical. Liderou várias greves e movimentos estaduais no Rio Grande do Sul. Foi vereadora da cidade onde se criou, Sant’Ana do Livramento, muito mais perto da uruguaia Montevidéu e da argentina Buenos Aires que da longínqua Brasília, onde chegaria em 1994, eleita para o Senado ainda pelo PTB. Seguiu depois Leonel Brizola para o PDT, antes de ingressar no PT de Lula e se transformar na primeira mulher a presidir uma comissão permanente do Senado. Ascendeu a vice-líder do partido naquela câmara, nomeada secretária Especial de Políticas para as Mulheres do Brasil, em 2003, com estatuto de ministra. Foi deputada federal entre 2009 e 2010″.

Mulher na política

Dentre os temas abordados na entrevista, Emília falou das razões por que a Argentina é o país que conta com o maior número de mulheres no parlamento (40%) em toda a América Latina, e por que razão no Brasil a participação das mulheres na vida política é tão baixa. Segundo ela, “o Brasil tem uma grande dívida com as mulheres, do ponto de vista político e do ponto de vista econômico. Atualmente temos uma legislação que garante a quota de 30% de presença de mulheres candidatas nos partidos, mas a legislação não previu nenhum tipo de sanção para os partidos políticos que não cumpram com essa determinação. No Brasil, os partidos políticos não valorizam os seus quadros femininos. Para além disso, no Brasil, as campanhas eleitorais são muito caras, custam milhões de reais, e as mulheres não têm dinheiro nem empresários que invistam nas delas. Estamos lutando por uma reforma política que retire o financiamento privado, para ter um recurso público que seria igual para todos os candidatos, de forma a não haver partidos ricos e partidos pobres. Procuramos também reformar o voto numa lista aberta; no Brasil o eleitor escolhe uma pessoa da lista para votar e isto faz com que as mulheres, que têm menos visibilidade na imprensa, sejam boas candidatas, mas não sejam eleitas”.

Preconceito

Ao longo da entrevista, a ex-senadora foi questionada sobre a existência de um preconceito das mulheres que as leva a não votar em mulheres. Na opinião de Emília, sim, porque muitas mulheres têm, ainda, aquela cultura antiga e tradicional de que a política é algo feio e é coisa de homens.

Porém, a petista ressaltou que nos últimos anos tem havido mais mulheres presidentes na América Latina, concordando em dizer que isto é produto de uma evolução. “Estes espaços que as mulheres têm conquistado são resultado de uma luta histórica”, disse.

Outro assunto abordado foi o tráfico de seres humanos na América Latina, sobre o qual ela explicou que o Brasil possui mais de cem rotas internas de tráfico de mulheres e mais de 130 rotas de destino para o exterior. “Estamos implementando políticas e programas, assim como pesquisas e grandes campanhas junto dos setores dos direitos humanos, das políticas para as mulheres e dos órgãos de justiça, para diminuir índices que são muito tristes e até envergonham o nosso país”.

Realizações

Ao finalizar, Emília destacou as principais ações desenvolvidas quando esteve à frente do Ministério das Políticas Públicas para as Mulheres e deixou uma mensagem para as mulheres brasileiras que estão vivendo em uma situação de escravidão em Portugal. “Eu pediria às mulheres que deixaram o Brasil que repensem as suas vidas. O Brasil atualmente é um bom país para viver. Há trabalho, há condições políticas para as mulheres. Espero que fiquem fora do Brasil só aquelas que têm assegurada a sua autonomia financeira e que realmente têm a sua dignidade garantida. Àquelas que estão sendo exploradas e que continuam tão pobres ou até mais pobres do que quando estavam no Brasil, peço que voltem, porque há políticas de amparo para vítimas, há políticas de desenvolvimento econômico. As mulheres podem procurar os nossos consulados ou embaixadas, que estão prontos para ajudar, pois terão o sigilo garantido. Peço- -lhes que resgatem coragem e força, denunciem e procurem auxílio”, completou.

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