A busca da diferença

Você sabe exatamente onde está agora? Você está numa cidade, junto com muita gente, e neste momento existe uma grande chance de várias pessoas abrigarem em seus corações as mesmas esperanças e desesperanças que você abriga.

Vamos adiante: você é um pontinho microscópico na superfície de uma bola. Esta bola gira em torno de outra, que por sua vez está localizada num cantinho de uma galáxia, junto com milhões de bolas semelhantes.

Esta galáxia faz parte de algo chamado Universo, cheio de gigantescos aglomerados estelares. Ninguém sabe exatamente onde começa e onde termina o que chamam de Universo.

Mesmo assim, você é o máximo; luta, se esforça, e tenta melhorar, tem sonhos, fica alegre ou triste por causa do Amor. Se você não estivesse vivo, algo ia estar faltando.

A seguir, algumas histórias sobre o nosso direito de sermos únicos.

A árvore gigantesca

Um carpinteiro e seus auxiliares viajavam pela província de Qi, em busca de material para construções. Viram uma árvore gigantesca; cinco homens de mãos dadas não conseguiam abraçá-la, e seu topo era tão alto que quase tocava as nuvens.

- Não vamos perder nosso tempo com esta árvore – disse o mestre carpinteiro. – Para cortá-la, demoraremos muito. Se quisermos fazer um barco, ele afundará, de tão pesado o seu tronco. Se resolvermos usá-la para a estrutura de um teto, as paredes terão que ser exageradamente resistentes.

O grupo seguiu adiante. Um dos aprendizes comentou:

- É uma árvore tão grande e não serve para nada!

- Você está enganado – disse o mestre carpinteiro. – Ela seguiu seu destino a sua maneira. Se fosse igual às outras, nós já a teríamos cortado. Mas porque teve coragem de ser diferente, permanecerá viva e forte por muito tempo.

Quero ser um anjo

O abade João Pequeno pensou: “estou cansado de ser um homem como os outros, preciso ser igual aos anjos, que nada fazem, e vivem contemplando a glória de Deus”. Naquela noite, abandonou o mosteiro de Sceta e foi para o deserto.

Uma semana depois, voltou para o convento. O Irmão Porteiro escutou-o bater na porta, e perguntou quem era.

- Sou o abade João – respondeu. – Estou com fome.

- Não pode ser – disse o Irmão Porteiro. – O abade João está no deserto, se transformando em anjo. Já não sente mais fome, e não precisa trabalhar para sustentar-se.

- Perdoa meu orgulho – respondeu o abade João.

- Os anjos ajudam a humanidade; este é o trabalho deles, e por isso não precisam comer, apenas contemplar.

“Mas eu sou um homem. A única maneira de contemplar esta mesma glória é fazendo o que os anjos fazem – ajudando meu próximo. O jejum não adianta nada.”

Ouvindo o gesto de humildade, o Irmão Porteiro tornou a abrir a porta do convento.

Qual o melhor exemplo

Perguntaram a Dov Beer de Mezeritch:

- Qual o melhor exemplo a seguir? O dos homens piedosos, que dedicam sua vida a Deus sem perguntar por quê? Ou o dos homens cultos, que procuram entender a vontade do Altíssimo?

- O melhor exemplo é a criança – respondeu Dov Beer.

- A criança não sabe nada. Ainda não aprendeu o que é a realidade! – foi o comentário geral.

- Vocês estão muito enganados, porque ela possui quatro qualidades que nunca devíamos nos esquecer. Está sempre alegre sem razão. Está sempre ocupada. Quando deseja qualquer coisa, sabe exigi-la com insistência e determinação. Finalmente, consegue parar de chorar muito rápido.

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