ECUMENISMO

Como podemos compreender o tão comentado ECUMENISMO? Na realidade, todo o movimento ecumênico visa reviver o desejo do divino Salvador, Jesus Cristo, que veio a este mundo unificar em Deus Pai todos os povos e nações. Manifestou claramente seu desígnio para que não houvesse outras interpretações adversas ao real objetivo da salvação por ele oferecida.

São João apóstolo e evangelista, o discípulo amado, levou a sério a proclamação do Divino Mestre, quando descreveu a sentença explicitada pelo Senhor antes de sua partida para junto do Pai fazendo-lhe a denominada ORAÇÃO SACERDOTAL. O Evangelista desenvolve-a em todo o celébre capítulo 17 do “seu Evangelho”, destacando mais a comunhão de Jesus Cristo com o Pai Eterno e entre ele e a humanidade, em alguns versículos de capital importância, onde, com toda clareza, sobressai a unidade vital: “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste (v. 69). Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus (v. 9). Pai santo, guarda-os em teu nome, que me fizeste conhecer, a fim de que sejam um como nós (v. 11 b). Não rogo somente por eles, mas, também, por aqueles que, por sua palavra, hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste” (v. 20 e 21).

A plenitude da Salvação eterna encontra-se exclusivamente na Pessoa do Senhor Jesus Cristo, o qual disse em reticências ao apóstolo Tomé: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém chega ao Pai senão por mim (Jo 14, 6).

A mesma verdade da UNIDADE dos homens em Deus por Jesus Cristo é reiterada pelo apóstolo São Paulo na Carta aos Gálatas, refutando controvérsias entre judeus cristãos que pensavam que os demais povos ou gentios convertidos deveriam seguir os costumes ou modos de viver dos judeus, diz que a prática da lei mosaica não os torna justos e que é necessária a fé em Cristo: “Nós, judeus de nascença e não pecadores dentre os pagãos, sabemos, contudo, que ninguém se justifica pela prática da Lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo, e não pela prática da Lei. Pois, pela prática da Lei, nenhum homem será justificado” (Gal. 2, 15 e 16Então, destas grandes sentenças bíblicas, qual seria a conclusão a respeito de um ecumenismo mal interpretado? Pode, anda, alguém aceitar um relativismo religioso, em que se afirma como veraz toda e qualquer religião? Lembro o Papa Paulo VI que proferiu numa alocução: “Nem todas as religiões são igualmente boas”. E o nosso sempre presente Papa São João Paulo II, grande batalhador em prol do verdadeiro ecumenismo, afirmara lamentando as divisões cristãs: “O maior escândalo do mundo é a separação das Igrejas”.

Realmente, a motivação próxima do movimento ecumênico teve início em terras de Missão, entre leigos muito simples, desprovidos de sábios conhecimentos teológicos, mas de um senso lógico muito significativo, comparando as divergentes pregações de missionários católicos e missionários protestantes. Começaram, então, a se interrogar sobre a validade de uns de outros. Constatada esta realidade, surgiu a urgente necessidade de um grande movimento, que culminou no Concílio Ecumênico Vaticano II, a 11 de outubro de 1962, pelo Papa São João XXIII, cujo encerramento se deu a 8 de dezembro de 1965, no pontificado de Paulo VI. De fato, a ação ecumênica deve constituir o cerne de toda evangelização: o CRISTOCENTRISMO, ou seja, Cristo Jesus o centro de nossa vida, sob a acolhida aos seus ensinamentos e obras.

Em sentido geral, a Igreja Católica celebra a Semana da Unidade dos Cristãos de 18 a 25 de janeiro, festa da Conversão de São Paulo. No Brasil, por decreto da CNBB, temos a Semana da Unidade dos Cristãos com início no Domingo da Ascensão do Senhor ao Domingo de Pentecostes; neste ano, de 1º a 8 de junho. O Diretório Ecumênico recomenda para esta ocasião orações durante a missa, sobretudo, na Oração dos Fiéis, e, oportunamente, a celebração da missa votiva pela unidade da Igreja. Somente com muita oração e penitência, o Espírito Santo poderá debelar essa escandalosa disparidade de consciências deturpadas!…

Pe. Hermes da Silva Ignácio

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