Conheça um pouco da história desse apetitoso lanche

De passeio ou em viagem, comer um desses virou febre santanense

Afonso Brondani, riverense, assíduo do cachorro- quente santanense

Livramento é conhecida mundo afora por muitas particularidades, mas uma delas, talvez bem comum para quem é natural da terra, vem a passeio ou para aqueles que já moram aqui há muitos anos, é a cultura do cachorro-quente.

Quem vem à cidade pode até se espantar com os cardápios de lanchonetes e restaurantes, mas acredite, em quase a maioria dos estabelecimentos e até em churrascarias, o cachorro-quente é item quase que obrigatório.

Amilton Braz, e a história do cachorro-quente registrada

A família Braz tem tradição nesse ramo, e praticamente começou a febre por esse apetitoso lanche. Em muitas ruas da cidade, pode-se ver lanchonetes e estabelecimentos que até hoje mantêm o sabor e padrão do cachorro-quente vendido há 25 anos.

No entanto, para quem ainda não sabe como surgiu esse lanche, existem algumas teorias: a mais conhecida é a de um açougueiro de Frankfurt, na Alemanha. Em 1852, ele resolveu batizar as salsichas que fabricava com o nome de seu cachorro dachshund. Outra, é a de um imigrante alemão, de nome Charles Feltman. Diz a história que ele levou a salsicha para os Estados Unidos, em 1880. Lá, desenvolveu um sanduíche quente, feito com pão, molhos e a salsicha.

No Brasil, por volta de 1926, o empresário Francisco Serrador, que idealizou a famosa Cinelândia, no centro da cidade do Rio de Janeiro, lançou o cachorro-quente em seus cinemas. A novidade inspirou Lamartine Babo e Ary Barroso a criarem, em 1928, a marchinha de carnaval “Cachorro-Quente”.

Em Livramento, a história começa por volta de 1989. O senhor Amilton Machado Braz ficava com seu carrinho de lanches ao lado do prédio do Sindicado dos Bancários. Segundo ele, outras pessoas já vendiam lanches e faziam a famosa receita de pão, salsicha e molhos, mas no caso dele, o negócio logo deslanchou e ele ficou querido na cidade. Acompanhe a entrevista:

A Plateia: Como surgiu a ideia de vender cachorro-quente?
Braz: No começo, eu trabalhava com pastel, e na região já tinham outras pessoas que vendiam lanches. Fazer pastel era muito difícil e trabalhoso, foi quando a gente começou a fazer o cachorro-quente.

A Plateia: Onde o senhor vendia? Tinha um ponto fixo?
Braz: Eu comecei ao lado do prédio do Sindicado dos Bancários, tinha inclusive clientes de A Plateia, a equipe que trabalhava no jornal era freguesa e todo mundo adorava. Naquela época, o pessoal já ficava entusiasmado com o cachorro-quente, achavam gostoso e tiravam fotos, colocavam no jornal. Mas de começo mesmo, a primeira vez eu saí com meu filho, vendendo na rua. Vendemos uns dois, três e no outro dia a gente saiu de novo e começou a vender mais, daí foi aumentando. Hoje, o pessoal que vende cachorro-quente, às vezes batiza de Braz e é muito gratificante ver que a gente agrada e que o pessoal gosta.

A Plateia: O senhor já é reconhecido, inclusive, em outras mídias, verdade?
Braz: Ah, sim. Uma vez uma revista antiga, K entre nós, fez uma reportagem sobre mim. Tenho tudo guardado, matérias antigas de A Plateia, mas já faz tempo também.

A Plateia: Hoje, quem mais trabalha com o senhor na venda de cachorro-quente?
Braz: Hoje, meus filhos também trabalham com isso, cachorro-quente e outros lanches também. Tenho um sobrinho que tem um negócio grande. Meu filho mais velho tem uma “lancheria” também aqui na cidade.

A Plateia: E o senhor se sente feliz com toda essa repercussão hoje em dia?
Braz: Sim, muito. Tem gente de São Paulo, Brasília e Ceará que vem na cidade e sempre me procura, lembra, pede para tirar foto e a gente fica muito feliz, diz que vai colocar no facebook e acho muito bom.
A cultura do cachorro-quente cresceu bastante e hoje muitas pessoas na cidade fazem o seu negócio de pão, salsicha e maionese. Existem carrinhos espalhados por vários lugares – praças, avenidas, ruas, calçadas. Em várias partes, se pode encontrar um local para fazer um lanche e comer um bom cachorro-quente.

Comer cachorro quente hoje é uma febre, na saída do trabalho, num passeio, em casa, restaurantes. São vários os lugares e tipos. Esse “quitute” santanense já conquistou até clientes da cidade vizinha, que dão uma “passadinha” para degustar o cachorro-quente de Livramento. Um exemplo é o jovem riverense Afonso Brondani, de 18 anos de idade, que mesmo em dia de chuva não deixou de se deliciar com um cachorro-quente “à la santanense”. A média do lanche é R$ 3,00, já o sabor, não se paga: crianças, jovens, adultos e terceira idade, não é difícil achar quem se entrega a essa delícia. 

Outro lugar bem conhecido é a lanchonete da Avenida João Goulart. Lá, entrevistamos Sandro Asptide Braz, proprietário, e ele contou um pouco de sua história:

Sandro Braz

A Plateia: Como começou a sua história com o cachorro-quente?
Sandro Braz: Meu tio começou isso tudo, na verdade. Eu trabalhava como motoboy e ele me propôs a compra desse lugar. No princípio eu não queria, mas acabei comprando e arriscando na ideia da vender cachorro-quente. Quando comecei aqui, trabalhava muito, saía tarde e chegava muito cedo, foi muito duro no começo. Isso tudo foi em 2008.

A Plateia: E depois o negócio cresceu muito?
Sandro Braz: Hoje eu já tenho quatro pontos de “lancheria”, mas a gente tem que estar todo dia andando, trabalhando e cuidando do negócio.

A Plateia: Como é o seu cachorro- quente, tem diferença?
Sandro Braz: Não tem, ele é padrão, com pão macio, salsicha, maionese, ketchup, mostarda e queijo.

A Plateia: E a venda desse lanche é grande?
Sandro Braz: Bastante, a média de venda de cachorro-quente por noite de semana é de 300 unidades, mas no fim de semana a gente chega a vender até 1000 unidades, por noite.

A Plateia: E como foi a ideia de ter outros produtos no cardápio?
Sandro Braz: Muita gente gosta de “cachorro”, mas de repente eles querem variações ou maior, daí a gente criou outras variedades de lanches. Uma das ideias foi da minha esposa, Patrícia Rodrigues. São lanches com vários recheios, que vão do tradicional ao frango, milho, filé, bacon, presuntos e ovos.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.