Polícia anuncia nome de operação e resultado da etapa investigativa

Ações contra o tráfico de drogas e armas resultaram na prisão em flagrante de oito pessoas

Queima de Arquivo. Este é o nome dado à operação iniciada no dia 24 de janeiro, e que encerrou sua primeira etapa com saldo de oito pessoas presas em flagrante, um foragido capturado, apreensão de cerca de oito quilos de drogas, como cocaína e crack, além de armamento pesado, como um fuzil da Repúbica Checa, espingarda calibre .12 norte-americana, além de revólveres, munições, colete balístico e explosivos TNT (dinamite).

O delegado Eduardo Sant’Anna Finn, titular da 12ª Delegacia Regional de Polícia Civil, demorou, mas finalmente divulgou, na sexta-feira, 31, o nome da operação que alcançou resultados que superaram as expectativas de todos os envolvidos. As ações derrubaram parte de uma grande quadrilha que vinha agindo em Livramento e Região Metropolitana, no tráfico de drogas e armas. Segundo Sant’Anna Finn, a preservação do nome foi estratégica, já que ele diz, por si só, muita coisa às pessoas que estavam sendo investigadas.

A autoridade policial que comandou as ações agradeceu à sua equipe e aos demais órgãos que trabalharam em conjunto durante o cumprimento de mandados e apreensões. “Quero agradecer e elogiar a equipe da Polícia Civil, que trablhadou incansavelmente durante toda esta semana, e também aos órgãos de segurança, como Polícia Rodoviaria Federal, Polícia Federal e Brigada Militar, que deram apoio em alguns momentos no decorrer da operação”, destacou Finn.

INDICIADOS

As pessoas indiciadas pelo transporte e venda das drogas; pela posse do fuzil; pela tentativa de roubo; e pela posse do material bélico, como colete à prova de balas, explosivo e arma de grosso calibre. Outros indivíduos presos estavam na condição de foragidos e a Polícia investiga ainda o envolvimento com outros crimes, como homicídio.
A Polícia destacou que todos os integrantes da quadrilha tinham algum tipo de ligação.

Veículo apreendido coroa primeira parte da operação 

Audi A3, pertencente à mulher de um apenado do Central, era utilizado para transportar drogas, armas, munições e explosivos, da Capital para a Fronteira

Veículo era utilizado pela quadrilha para fazer o transporte de drogas e armas

Na tarde de quinta-feira, 30, as equipes de investigação, após a prisão em flagrante do uruguaio Wilman Ricardo Nuñes Soares, 46 anos, conhecido pela alcunha de Dicró, apreenderam um veículo Audi A3, utilizado para transportar drogas, armas, munições e explosivos como TNT.

Segundo o delegado Eduardo Sant’Anna Finn, os registros frequentes da movimentação do veículo pelo Posto de Pedágio de Eldorado do Sul, Km-110, da BR-290, deram indicativos seguros de viagens realizadas entre a Fronteira e a região metropolitana. A apreensão ocorreu por ordem judicial, e segundo o delegado, coroou a operação, iniciada na última sexta-feira. 

Entrevista

Delegado regional, Sant’Anna Finn, comemorou o êxito da operação em Livramento

A Plateia: Quando iniciou a operação?
Finn: A Operação iniciou na sexta-feira da semana passada, com a prisão de um foragido que veio da cidade de Alvorada. Ele estava com outra pessoa, que acabou sendo detida esta semana, por roubo. Com isso, temos um resultado de oitos pessoas presas em flagrante, um foragido capturado e outro que não estava cumprindo uma dispensa judicial e acabou se apresentando hoje (sexta-feira). Temos uma quantidade bastante grande de entorpecentes, cerca de cinco quilos, de crack e cocaína, temos bastante munição, armamento, colete à prova de balas, equipamentos bélicos e, inclusive, uma coisa nova, que é o explosivo TNT – é a primeira vez que ocorre este tipo de material aqui na cidade.

A Plateia: Essa quadrilha era especializada somente no tráfico de armas e drogas, ou em outros crimes?
Finn: Bom, incidentalmente, capturamos esta semana uma parte desta quadrilha, que é colaboradora, que se preparava para realizar uma assalto, e então três pessoas foram presas. Casualmente, uma delas, que iria assaltar, estava dando cobertura a um foragido, na sexta-feira passada. E isso vai mostrando os pontos de contato nesta rede criminosa, e de certa forma o mais importante: tudo isso leva à região metropolitana. Esta região faz um vínculo muito forte com Livramento, na questão de compra e venda de armas, munições, explosivos e tráfico de drogas, de uma maneira muito intensa e de caráter estadual.

A Plateia: Ficou confirmado, então, que a quadrilha tinha ligação com apenados do Presídio Central de Porto Alegre?
Finn: Sem dúvidas. Temos um contato bastante forte no Presídio Central, pois na quinta-feira, 30, prendemos um veículo que pertence à mulher de um apenado do Central. Esse veículo foi monitorado e há passagens dele verificadas nos postos de pedágios. A PRF também nos forneceu informações sobre algumas passagens do veículo, com indicativos bastantes seguros de que ele estava sendo utilizado como rota de traficância entre a capital e a cidade de Livramento.

A Plateia: Quando o senhor fala em Presídio Central, estamos falando de um apenado, ou de uma quadrilha de apenados?
Finn: Bom, inicialmente, tem um apenado que, digamos, concentra a atividade. Mas dentro destas penitenciárias, hoje, um apenado sozinho não é nada. Então, eles compõem facções, se posicionam com seus favoráveis e, reunidos, formam enormes quadrilhas dentro das penitenciárias.

A Plateia: Como funciona esta moeda de troca, ou seja, a droga por armas?
Finn: Eles utilizavam vários expedientes, seja por transporte de pessoas relativamente inocentes, ou pelos próprios interessados. Às vezes, o criminoso não quer se “queimar”, não quer ser visto com muita frequência viajando e realizando este transporte, então contrata outra pessoa para realizar o serviço.

A Plateia: A droga vem de onde delegado?
Finn: Basicamente, da região metropolitana daquele eixo Porto Alegre-Alvorada. O transporte é realizado até o atacadista, a pessoa que recebe a droga. Esse distribui para os varejistas, que são traficantes menores, que por sua vez, vendem aos consumidores.

A Plateia: Esta quadrilha está ligada a outros crimes, como homicídios?
Finn: Sem dúvida, a traficância sempre envolve muita violência e morte. Não há traficância sem morte. Fica até um recado para as pessoas que costumam fazer o uso recreativo de drogas, que pensem nisso antes de usar, pois estarão alimentando o crime.

A Plateia: A operação continua aqui na cidade?
Finn: Basicamente, aqui, coroamos esta primeira parte da operação. Agora, vamos repassar para a Capital os resultados na cidade, para que eles deem prosseguimento à outra ponta da operação naquela localidade.

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