Incêndio devasta vegetação próxima ao viaduto do Armour
Corpo de Bombeiros levou mais de cinco horas para conter as chamas
Ontem, por volta das 11h, na região próxima ao viaduto do Armour, pela Avenida Francisco Reverbel de Araujo Goes, um incêndio devastou praticamente toda a vegetação da quadra onde o primeiro foco foi detectado. O corpo de Bombeiros foi acionado assim que o fogo foi percebido pelos cidadãos, e somente conseguiu controlá-lo por volta das 16h30, devido ao difícil acesso ao local.
O fogo se alastrou pelos dois lados da via e assustou os moradores da região, e a reportagem de A Plateia conversou com um casal que mora na residência que fica em torno do local do incêndio. Sem se identificar, os moradores comentaram sobre um possível descuido com a limpeza do local. “Aqui é sempre cheio de lixo, todo ano é igual. Nós já realizamos uma denúncia junto à Prefeitura, sobre o lixo que é jogado nos terrenos baldios”, desabafaram. “Acreditamos que isso contribui para a origem dos incêndios, e além do acúmulo de insetos, já encontramos muitos escorpiões por aqui. O fogo está quase chegando a nossa casa”, acrescentou a moradora, pouco antes da queimada ser controlada.
A reportagem procurou a secretária de Mobilidade e Serviços Urbanos do município, Ana Aseff, que enfatizou que o local denunciado pelos moradores se trata de uma área privada, sendo de responsabilidade de uma pessoa física. “O terreno citado é particular. Nós vamos averiguar a situação e tentar localizar o proprietário para tomar as medidas cabíveis”, ressaltou ela.
Segundo o Corpo de Bombeiros, neste período do ano, em que as temperaturas são muito elevadas, esse tipo de ocorrência é mais comum. De acordo com o chefe de socorro, Sargento Chagas, com a alta temperatura, qualquer descuido pode destruir uma grande área. Ele destacou, ainda, os cuidados que a população deve ter, como não jogar tocos de cigarros nas vias, campos ou florestas. “Até mesmo um pedaço de vidro aliado à alta temperatura pode causar um grande incêndio”, concluiu o bombeiro.
Os incêndios criminosos são passíveis de punição e multa aplicada pela Polícia Ambiental, e as denúncias devem ser feitas nesse mesmo órgão. O crime de incêndio, segundo a legislação brasileira, consiste em causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. Sua pena é de 3 a 6 anos de reclusão, acrescida de multa. A pena pode ser aumentada em um terço se o crime é cometido para obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio (Art. 250, § 1º). Se o incêndio for culposo, a pena prevista é de detenção de seis meses a dois anos.
Como surge um incêndio florestal e como combatê-lo?
Os incêndios mais destruidores aparecem com uma combinação explosiva de três fatores. Primeiro, um clima quente e seco, em que a umidade do ar não ultrapasse 20%. Segundo, a presença de alguma coisa que provoque a primeira fagulha, desde um relâmpago até um simples cigarro aceso. Por último, combustível para alimentar as chamas – e isso as florestas têm de sobra, com suas toneladas de madeira inflamável, arbustos e folhagens secas. Se estiver ventando muito, pior ainda: as correntes de ar são capazes de carregar uma folha flamejante por até 50 metros de distância. No país, 95% dos incêndios são causados pela ocupação desordenada da zona rural.
Como prevenir uma queimada?
Ao trafegar pelas estradas e rodovias, não lance pontas de cigarro pela janela do veículo, pois com a baixa umidade desse período, a vegetação seca se incendeia com muita facilidade.
Ao acampar, seja bastante cuidadoso na hora de acender fogueiras, velas e lampiões. Só acenda as fogueiras após limpar bem o local, retirando completamente a vegetação em volta. Procure fazer sua fogueira em local aberto, como, por exemplo, em uma clareira ou à beira do rio, para que o fogo não prejudique os galhos e folhas das árvores que estejam em volta ou acima dela. Quando não for mais utilizar a fogueira, certifique-se que as brasas estão apagadas e resfriadas. Se possível, enterre as sobras de material. Não jogue os restos da fogueira no rio. Nunca se ausente do acampamento, deixando para trás a fogueira acessa ou com torrões em brasa.
Não jogue lixo por aí. As latas de metal, os cacos e garrafas de vidro podem se aquecer ao sol e acabar dando origem às queimadas.
Cassia Barbosa – Camareira – Moradora da região do incêndio.
“Eu vi o incêndio iniciando pelos fundos do meu vizinho, quando eu vi o fogo eu chamei os Bombeiros, mas o acesso ao local é difícil”.