Luan esteve presente em audiência de instrução, realizada no Fórum de Livramento

Mantendo a tese de inocência, réu no processo da morte de taxistas acompanhou o depoimento de 12 testemunhas da acusação

Com seu corte de cabelo, característico de sua idade, Luan Barcelos da Silva, 22 anos, chegou ao Fórum de Livramento, no início da tarde de ontem, 31, conduzido sob forte aparato de segurança do Grupo de Ações Especiais da Susepe-GAES, para audiência de instrução no processo que apura o assassinato de dois taxistas. O réu também está sendo acusado da morte de outros quatro taxistas (um em Rivera e dois em Porto Alegre), crimes aos quais responderá na capital do Estado.

Luan Barcelos da Silva, 22 anos, chegou ao Fórum de Livramento, no início da tarde de ontem, conduzido sob forte aparato de segurança do Grupo de Ações Especiais da Susepe-GAES, para participar de audiência de instrução

A audiência, presidida pelo juiz Gildo Adagir Meneghello Júnior, titular da Vara Criminal de Livramento, contou com a presença do advogado de defesa do réu, Mateus Marques; do promotor José Eduardo Gonçalves; e algumas pessoas autorizadas, como estudantes de Direito.

Foram ouvidas, em cerca de quatro horas e meia, 12 das 13 pessoas arroladas como testemunhas de acusação nesta audiência, entre elas policiais civis e militares, familiares e pessoas do círculo de amizades das vítimas.

Conforme a declaração de algumas testemunhas, a defesa do réu se deteve nos pequenos detalhes, principalmente no dia da prisão, uma vez que Luan declarou ter sido torturado e forçado a confessar o crime.

Desta vez, nenhum pedido da parte da defesa foi encaminhado ao Juiz Criminal, já que o magistrado Gildo Adagir Meneghello Júnior manteve a prisão preventiva de Luan, em outra oportunidade. Pela decisão proferida, Luan Barcelos da Silva continuará preso até a próxima audiência, marcada para o dia 19 de novembro.

Exclusiva

Logo após a audiência, Luan Barcelos concedeu, com exclusividade, uma entrevista ao jornal A Plateia, reforçando sua inocência e falando sobre a expectativa de poder voltar a sua vida normal:

A Plateia: Por que você mudou sua versão e o que você gostaria de falar neste momento?
Luan: Eu não mudei a versão, simplesmente falei a verdade agora. É o que tenho para falar e prefiro ficar em silêncio. O que tenho para falar é com relação às agressões e tortura que sofri para confessar uma coisa que não fiz. Estive sequestrado dentro do meu apartamento, tanto eu, quanto meu colega, Vitor. Sofri tortura nas mãos dos policiais, tanto do meu apartamento até a delegacia, quanto depois, no trânsito até Livramento.

A Plateia: Quer dizer que a confissão foi forçada?
Luan: Eles me passaram duas folhas, ainda dentro do meu apartamento, com todo o depoimento já pronto. Sofri ameaça todo o tempo, e os policiais diziam que iam me matar e me atirar na estrada. Foi muito complicado.

A Plateia: Dentro da penitenciária você é muito hostilizado? Como é a tua convivência com os outros apenados?
Luan: Difícil, pois é muita discriminação. Estou longe da minha família, então fica complicado, porque nunca cometi crime, nunca fui preso.
A Plateia: Voltando à época do crime. Você acompanhou as notícias, como ficou sabendo dos crimes?
Luan: Não vi a repercussão, porque estava trabalhando, moro em Porto Alegre. Meu amigo Vitor estava na cidade (Livramento) e não chegou a tocar no assunto, depois, sim, ele me contou.

A Plateia: Em uma suposição de que você teria praticado os crimes: o Luan, sozinho, teria conseguido dar conta das seis mortes?
Luan: Não posso me colocar no lugar de uma pessoa assim. Não tenho como lhe dizer uma coisa dessas.

A Plateia: Teus amigos mantêm contato regularmente?
Luan: Mantenho contato com eles através de cartas.

A Plateia: Se pudesse escrever uma carta para os familiares das vítimas, o que você diria?
Luan: Muita coisa. Não sei se caberia em um papel. Mas palavras não iriam confortar ninguém, e eles não iriam me julgar inocente por palavras. Mas no fim do processo, se puder, pretendo falar com eles.

A Plateia: O que mais você teme neste momento?
Luan: Minha liberdade. Eu quero a liberdade.

A Plateia: Se for provada a sua inocência, o que você pretende fazer?
Luan: Isso vou deixar o dia a dia falar. Voltar a minha vida normal, trabalhar, estudar.

A Plateia: Você acredita que conseguiria voltar a sua vida normal aqui no Estado?
Luan: Acho que conseguiria.

A Plateia: Você está no isolamento, por quê?
Luan: Estou em uma galeria, sofrendo uma perseguição, porque fui agredido por um colega. A partir deste episódio, comecei a ser perseguido. Não o denunciei, mas os outros nos denunciaram.

A Plateia: Como é o teu comportamento lá dentro?
Luan: Meu comportamento é bom, como qualquer outro apenado. Agentes me hostilizam muito.

A Plateia: Tendo em vista que você declara ser inocente, por que você acredita que eles escolheram o Luan como culpado dos crimes?
Luan: Eles precisavam de uma pessoa para indicar. Porque, no caso, eu comprei um celular.

A Plateia: E as imagens e coincidências, como o fato de você ter aparecido em locais onde as vítimas estiveram?
Luan: Algum vídeo mostra minha pessoa? Não estou a par destas filmagens. Essas perguntas o senhor pode fazer ao meu advogado.

 

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1 Comentário

  1. izabel peres

    mas para quem esta semdo descriminado e hostilisado … ele ta muito bem  limpinho cabelinho da moda , muito bem tratado.

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