Assim a secretária Municipal da Educação, Cristina de León, descreve a situação das crianças no Sete de Setembro: apontando o choro de uma das participantes, mas justificando o verdadeiro motivo. Ela reconhece a demora e promete buscar solução para o próximo ano, mas avisa que não há como contentar a todos

Exaustivo, mas gratificante. Apesar do tempo de espera das crianças para desfilar em 7 de Setembro, a secretária municipal de Educação, Cristina de León, classifica o evento como positivo. “Mesmo que tenha se estendido no horário, foi bem articulado, não houve espaço entre a passagem das escolas. Elas (as crianças) queriam desfilar e o fizeram com gosto. Uma criança desfilou chorando e não foi de cansaço, mas de emoção”, defende a titular da pasta responsável pela coordenação do desfile cívico. Neste ano, quase duas mil pessoas passaram pelo trajeto que culmina na rua dos Andradas, em um ato que teve início às 9h e encerrou às 15h30.

Foram inúmeras as reclamações que chegaram à redação, ouvidas nas ruas, por telefone ou recebidas por e-mail pelo site do jornal A Plateia. Insatisfeitos com a demora da passagem das escolas, cidadãos manifestaram opiniões contrárias ao fato das crianças serem as últimas a desfilar. Na defesa da organização, Cristina de León esclarece que os integrantes e a ordem do desfile são decididos por uma comissão de cerca de 20 pessoas, que representam entidades diversas, civis e militares, e dão início aos debates meses antes do acontecimento.

A secretária anuncia, ainda, que para o próximo ano tais reclamações serão levadas a esta comissão. “Vamos buscar uma solução, mas sabemos que nunca poderemos contentar a todos”, assinala Cristina. A seguir, o leitor confere os principais pontos da entrevista com a secretária municipal de Educação, na manhã de ontem.

Entrevista

A Plateia – Por que as crianças são as últimas a desfilar?

Cristina – Antigamente, eu digo antes mesmo da nossa primeira gestão, o Exército desfilava após todas as outras entidades. Foi nessa comissão, há muito tempo atrás, que foi tomada a decisão de que os militares dariam início ao desfile. Na época, havia atrasos e o argumento do Exército foi de que eles deixariam tudo pronto e iniciariam na hora marcada. Essa decisão foi tomada há muito tempo.

A Plateia – E sobre o desfile da Prefeitura antes das crianças, com diversos carros, quase que com conotação política?

Cristina – Digo em nome da Educação: precisamos desfilar antes das escolas para organizarmos o retorno das crianças para as escolas mais distantes, para providenciarmos os microônibus, por exemplo. Estamos sempre priorizando as crianças, para que não fiquem cansadas, nem fiquem com fome (as escolas são orientadas a providenciar o lanche). Evidentemente, um desfile desse porte sempre terá algum problema. É impossível contentar a todos. As pessoas se doaram para o desfile, mostramos o que aplicamos em Educação. Foi o caso dos veículos, nos quais registramos a quilometragem percorrida. Isso serviu para mostrar o grande investimento em transporte escolar – aplicação que não existia e foi mostrada a realidade da zona rural aos que não conhecem. Tem que mostrar a comodidade das outras crianças e que os funcionários precisam para executar um bom trabalho. Não recebemos reclamações dos diretores das escolas, então acreditamos que esteve tudo bem.

A Plateia – Qual foi o diagnóstico na reunião de hoje?

Cristina – Hoje, analisamos alguns pontos. Vamos levar sugestões para a comissão no próximo ano, como a possibilidade de dividir o desfile em duas etapas. Mas para isso vamos ouvir os gestores das escolas e entre todos buscar uma solução. Não podemos polemizar muito o desfile, pois há coisas que precisam ser mudadas e serão encaminhadas à comissão. Queremos também a colaboração de todos, porque a finalidade do desfile é homenagear a Pátria.

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