Seminário Binacional discute violência contra a mulher

O evento reuniu cerca de 130 pessoas, durante manhã e tarde

Rosélli Ortiz, Coordenadora do Centro de Referência Professora Deisi

Na última sexta-feira, 16, aconteceu o Seminário Binacional Contra a Violência Doméstica, que teve como tema “Os Caminhos Contra a Violência”. O evento, realizado no Auditório do IFSul, teve a iniciativa da Coordenadoria Municipal da Mulher de Sant’Ana do Livramento.

De acordo com Rosélli Ortiz, coordenadora do Centro de Referência da Mulher Professora Deisi, o objetivo de realizar um seminário com assuntos referentes à violência contra mulher é estruturar as redes de atendimento às vítimas das mais diversas violências na Fronteira. Ela ainda anunciou que Livramento é uma das cidades indicadas para receber a Patrulha Maria da Penha.

O evento, que teve a parceria do Mides e Inmujeres, da cidade vizinha Rivera – UY, foi aberto à participação da população em geral, e contou com a presença de palestrantes conhecedores do tema, tais como a Juíza Madgéli Frantz Machado, titular do Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, da comarca de Porto Alegre; Defensora Pública de Sant’Ana do Livramento, Sabrina Hofmeister Nassif; doutora em Antropologia pela Faculdade de Humanidades – UY, Suzana Rostagnol; Ivana Machado Battaglin, promotora do Ministério Público do Município de São Gabriel; Comandante da Patrulha Maria da Penha, Ten. Cel. Nadia Gehard; Tenente Dias, Coordenador de prevenção da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul; Delegada de Polícia de Pronto-Atendimento de Sant’Ana do Livramento; Giovana Ferreira Muller; e representantes da Comissão Departamental de “Luta contra a Violência” do UY.

Tenente Dias, Coordenador de prevenção da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul

O prefeito municipal, Glauber Gularte Lima, frisou que esse é um tema de extrema importância para todos e que, infelizmente, Livramento possui índices altíssimos de violência contra a mulher. “Tive a satisfação de, quando vereador, ser autor de um anteprojeto de lei que criou o Conselho Municipal da Mulher, e também de um projeto de lei que instituiu a Semana da Mulher. Temos que buscar qualificação, para que estas infelizes ocorrências deixem de acontecer, orientando nossos servidores, buscando soluções e disponibilizando estrutura para atender dignamente as mulheres que sofrem este tipo de violência”- enfatizou o Prefeito.

Ao fazer uso da palavra, a coordenadora Roseli Ribeiro Ortiz destacou que o município possui uma grande demanda. “De janeiro até agora, temos mais de 100 mulheres atendidas, e chegamos a atender 16 mulheres vítimas de violência em apenas uma semana. O nosso objetivo é que fortaleçamos nossa rede de atendimento. Recentemente, recebemos um carro da Secretaria Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres, que irá nos auxiliar na melhoria do nosso trabalho de atendimento às mulheres”- frisou.

Marta Pinheiro faz parte da Comição de Luta Contra a Violência Doméstica – UY – e Rosana Rostagnol, doutora em Antropologia, palestrou sobre “Os Cenários da Violência Baseada em Gêneros”.

O deputado Edegar Pretto, coordenador da Frente Parlamentar dos Homens Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, falou sobre a importância da Lei Maria da Penha. “Não tem coisa mais atrasada do que a violência contra a mulher, e precisamos que a lei realmente se efetive. A violência está em casa, no trabalho, em todo o lugar. Lançamos o cartão vermelho, que é o símbolo do combate à violência contra a mulher. Precisamos acabar com isso. No próximo encontro, tragam os namorados, os maridos, junto. A nossa luta continuará e contamos com outros homens corajosos para dar continuidade. Pretendemos trabalhar em conjunto com o Secretário Estadual de Educação, e instituir um projeto escolar mostrando que os meninos também podem ajudar em casa, lavar a louça”.

 

 

 

Entrevista com a palestrante, Comandante da Patrulha Maria da Penha, Ten. Cel. Nádia Gehard

Comandante da Patrulha Maria da Penha, Ten. Cel. Nádia Gehard

A Plateia: De que modo o seminário pode ajudar em relação à prevenção da violência contra a mulher?
Nádia: O seminário é, também, uma forma de conhecimento e entendimento dos casos relacionados à violência doméstica. Assim, as pessoas ficam sabendo que existe uma rede de atendimento especializada e preparada para atender as vítimas da violência. Não basta apenas o Centro de Referência, mas sim um conjunto de entidades que garantam à mulher um amparo após a denúncia.

A Plateia: Você acha que algumas mulheres ainda estão desinformadas em relação à questão da violência doméstica e a como pedir ajuda?
Nádia: Creio que sim, penso que as mulheres ainda não estão bem informadas. Existem aquelas que vão para o posto de saúde para procurar ajuda. A porta de entrada para a pessoa que quiser denunciar o parceiro, seja por violência moral ou física, deve ser os Centros de Referência da Mulher. Lá existem pessoas aptas a entender, esclarecer e atender as vítimas. Em Livramento, a equipe é formada por cinco pessoas, e entre elas, uma psicóloga, para cuidar da autoestima dessa pessoa.

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