Polícia reafirma que indícios contra Luan independem de seu depoimento

Acusado dos crimes dos taxistas, ele negou autoria e ainda disse que foi ameaçado para confessar 

As declarações feitas, recentemente, por Luan Barcelos da Silva, principal acusado da morte dos três taxistas em Livramento e outros três em Porto Alegre, mexeu com os ânimos policiais em Livramento. Em entrevista, Luan, além de negar a autoria dos crimes, também disse que foi ameaçado de morte, para assinar um depoimento que já estava pronto.

A repercussão foi ainda maior, depois que o advogado de Luan, Mateus Marques, de Porto Alegre, se pronunciou. Segundo ele, seu cliente “não praticou os homicídios de que está sendo acusado, trazendo aos fatos não uma nova versão, mas a sua versão, que será devidamente comprovada no decorrer do processo, inclusive no que se refere aos depoimentos prestados por Luan junto às autoridades policiais de Livramento e Porto Alegre”, durante entrevista ao jornal A Plateia.

Em outra reportagem, o delegado de Polícia Civil, Roger Bittencourt Tavares, que participou diretamente da prisão do acusado, rebateu as declarações dizendo que as mesmas são incabíveis. “O que o Luan falou não tem cabimento, pois temos os vídeos, as provas nas roupas, a digital, enfim. Além do mais, a confissão dele não mudou em nada o caso, pois já tínhamos indícios suficientes para incriminá-lo”, destacou Tavares.

Da mesma forma, manifestou-se o chefe de Polícia Civil, delegado Ranolfo Vieira Júnior: “O que ele está dizendo não faz sentido. Não tem o menor cabimento. Os depoimentos dele foram acompanhados por uma advogada, em Porto Alegre, e por dois advogados em Livramento”.

Na entrevista, Luan declarou que não havia matado ninguém. “Fui ameaçado para confessar os crimes. Toda a versão dos fatos está errada. Me deram duas folhas com o depoimento pronto. Se eu não desse o depoimento, ameaçaram me matar. Me acusaram de matar taxista. Falei que não. Eu sou trabalhador, estudante, jamais fiz algo do tipo”, disse.

Objetos apreendidos na casa da avó de Luan Barcelos da Silva, entre eles a jaqueta com manchas de sangue

Essa semana, A Plateia teve acesso aos detalhes da investigação da equipe de Livramento, que desvendou os seis crimes ocorridos no Estado, resultando na prisão do santanense, durante uma operação realizada em Porto Alegre. 

Inquérito

A Polícia apurou que as três vítimas foram mortas por disparos de arma de fogo, identificada posteriormente pelos técnicos como sendo uma arma calibre. 22.
Foram subtraídos de todas as vítimas, dinheiro, aparelhos celulares e ainda aparelho GPS, mochila e auto-rádio do veículo de Márcio, e uma lanterna do veículo de Ênio. Alguns destes itens seriam encontrados posteriormente na posse do acusado Luan Barcelos da Silva e de seus familiares.
A Chefatura de Polícia de Rivera também instaurou procedimentos relativos às vítimas Hélio e Ênio, que já tramita judicializado através do Juizado de Primeiro Turno “Juzgado de Primer Turno”.

 

Celulares das vítimas são as evidências mais claras

Autorrádio DVD TV, Napoli, subtraído do táxi 102, conduzido por Márcio Fabiano, apreendido em Porto Alegre

Os crimes de Luan não serão levados a Júri Popular, pois isso só acontece com os crimes contra a vida. Segundo informações da Polícia, Latrocínio é um crime contra a economia, e por isso não vai a Júri, o que mostra que o advogado do indiciado também se enganou nesse ponto.

A investigação conseguiu, em pouco tempo, a localização de um dos telefones subtraídos (pertencente à vítima Hélio Beltrão), que terminou por apontar a localização do mesmo, no Parque Índio Jari, município de Viamão, casualmente em local próximo de onde fora encontrado o corpo de uma das vítimas de Porto Alegre, bairro Mário Quintana, quase no fim da Avenida Protásio Alves. O receptador do celular, que depois foi apreendido pela Polícia, relatou que comprou o aparelho de um conhecido, pelo valor de R$ 10,00, desconhecendo a origem do aparelho. Já este conhecido declarou que havia ganhado o aparelho celular de um indivíduo, cujo nome não revelou.

O aparelho celular subtraído de Ênio Rolim Lencina estava sendo utilizado pela madrasta de Luan, e foi reconhecido pela esposa da vítima. Ao ser ouvida pela Polícia, a madrasta declarou que ao chegar em casa, seu filho já estava de posse do aparelho celular, que afirmou ter ganhado de Luan. O aparelho não tinha chip, nem carregador ou outros acessórios, muito menos nota fiscal de compra.

Ainda foi apreendida, na casa da avó de Luan, uma lanterna azul e branca, posteriormente reconhecida pela esposa da vítima Ênio Rolim Lencina; uma jaqueta com manchas aparentando sangue, nas costas, lateral direita e ainda uma réplica de pistola. 

Evidências 

Celular subtraído de Márcio Fabiano e apreendido em poder de Luan

- A Polícia constatou que a ligação feita por um indivíduo, que se identificou como “Diego”, da escadinha do Armour, última corrida feita por Hélio, foi realizada através do telefone pertencente à avó de Luan, às 2h22min., do dia 28 de março de 2013;

- O Laudo Pericial Datiloscópico do Instituto Geral de Perícias – Departamento de Identificação, concluiu que analisando o vidro da janela da porta dianteira esquerda do veículo marca Fiat, modelo Elba, pertencente à vítima Ênio Rolim Lencina e comparando com a amostra constante a identificação datiloscópica de Luan Barcelos da Silva, apresenta pontos característicos coincidentes quanto à forma, direção e sentido de suas estruturas e linhas formadoras do campo digital, em número suficiente a confirmar de forma inequívoca como sendo do acusado;

- O irmão de Luan, antes mesmo de ter conhecimento da existência das gravações de imagens, descreveu com exatidão a roupa que Luan vestia no dia da morte dos taxistas, que conferem com as imagens das câmeras;

Celular subtraído de Hélio Beltrão do Espírito Santo Pinto, apreendido em Porto Alegre, em poder de um receptador

- A Polícia conseguiu obter diálogos no aparelho celular de outra vítima, Márcio Fabiano, na posse de Luan Barcelos da Silva.

Celular subtraído de Ênio Rolim Lencina, apreendido em poder da madrasta de Luan

 

 

 

 

 

 

 

 

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