O terminal de ontem, e o terminal de hoje

O terminal, logo após sua inauguração: limpo, pintado e iluminado

Como está a obra que foi orçada em 351 mil reais, na época, após quatro anos de sua inauguração

Devido a reclamações dos usuários do terminal de ônibus urbano de Sant’Ana do Livramento, localizado na Avenida Almirante Tamandaré, e também de comerciantes que trabalham nas proximidades, ressaltando o abandono do local, tanto na questão de embelezamento, quanto com relação à depredação, a equipe de reportagem do jornal A Plateia foi às ruas saber quais as melhorias que deveriam ser realizadas no terminal, na visão da comunidade.

O terminal, inaugurado em 2009, foi motivo de inúmeras criticas na época em que foi aceito o projeto da obra – orçada em R$351 mil -, no entanto, parte do centro de Sant’Ana do Livramento parou no início da manhã do dia 2 de janeiro de 2008, para acompanhar os primeiros movimentos da obra que estava começando: seria construído, então, o novo terminal rodoviário urbano da cidade. Apenas quatro anos após a inauguração, o local está em péssimas condições.

O relógio (detalhe), que deveria marcar hora e temperatura, só funcionou nos primeiros meses após a inauguração do terminal

De acordo com Gildo Paz, comerciante, o terminal de ônibus está praticamente às escuras, pois, das oitenta lâmpadas existentes, apenas quarenta e cinco estão funcionando, 

sendo que algumas lâmpadas da rua também estão queimadas, deixando o lugar ainda mais escuro. Segundo alguns usuários, para quem sai um pouco mais tarde, a falta de iluminação é muito perigosa – primeiro, em relação aos assaltos, que podem ocorrer, mas também pelos acidentes envolvendo pedestres, em virtude do forte fluxo de veículos. “O terminal está abandonado, sendo que inúmeras pessoas, de tantas vilas e tantos bairros do nosso município, que utilizam ônibus para se deslocar até o aconchego do lar, têm que estar em um ambiente mal cuidado e sujo, em uma cidade que luta para ser ponto turístico”, desabafou o comerciante. Gildo Paz completou, ainda, que o lugar precisa
urgentemente de uma revitalização, pois fica bem no centro da cidade, sendo trajeto de visitantes, que se deparam com a falta de higiene do local. “Lavando, pintando, proibindo a colação de folders e propagandas que provocam a poluição visual, já iria melhorar o aspecto do terminal de ônibus”, ressaltou ele, enfatizando que deveria existir um espaço, como um painel, para a fixação das propagandas, cartazes, anúncios, compra, venda, emprego, entre outros.

Fixação de cartazes e lixo mostram a falta de higiene no terminal de ônibus de Livramento

Outras observações apontadas pela população, que diariamente passa pelo terminal, foram o relógio – que deveria informar a hora exata e temperatura, e que na maioria das vezes está desligado ou com informações erradas, e cujo conserto não demandaria grandes orçamentos -; a sujeira que, realmente, tomou conta do ambiente, muitas vezes com restos de lanches nos bancos, os quais tabém apresentam problemas; a falta de abrigo em dias de chuva, pois a parte de trás da parede é toda vazada, passando vento e chuva no inverno, e sol no verão; e os arranjos de flores, que não estão mais no jardins e hoje servem para acúmulo de lixo. “Antes, existia no local, cachorros, muitas vezes doentes, pessoas dormiam no terminal, mas hoje em dia pelo menos isso não acontece mais”, finalizou Gildo. 

“Abraçamos a causa” 

Sem o fechamento completo na parte de trás da estrutura, usuário fica à mercê das intempéries

A Secretária de Serviços Urbanos, Ana Aseff, informou que quando a obra do terminal foi concluída, não foi designada a função de manutenção do local a nenhuma secretaria, o que ainda não existe. No entanto, a Secretaria de Serviços Urbanos tem se preocupado em não deixar que o lugar permaneça no estado em que está. “Nós abraçamos a causa, pois precisa ser feita a manutenção do terminal de ônibus. Sabemos que por ali passa um grande fluxo de pessoas”, destacou Ana.

Há cerca de dois anos, de acordo com a secretária, os bombeiros fizeram uma limpeza, entretanto, o serviço não é mais realizado por eles,uma vez que essa não é uma função da entidade, da mesma forma como a lavagem das ruas após a Semana Farroupilha. Os Bombeiros se propuseram a fazer o empréstimo da moto-bomba para ligar em um hidrante, para que fosse realizada a higienização do lugar, que serve de passagem a centenas de pessoas diariamente.

Secretária de Serviços Urbanos, Ana Aseff

A secretaria de Serviços Urbanos também já fez o levantamento de quantas lâmpadas estão queimadas, somando um total de 45 luminárias. “As lâmpadas são econômicas e saem um pouco mais caro. Se fossem uma ou duas, era mais fácil, mas são 45! Então, a aquisição se faz através de licitação, que já está em andamento, há 25 dias”, esclareceu Ana. Ela ressaltou, porém, que em menos de 60 dias o problema de iluminação não será solucionado, devido à demora nos trâmites característicos de uma licitação.

Em relação à tinta para pintar o local, Ana falou que é um produto especial, e que cada galão custa, em média, R$ 200,00. Ela contou que já foi solicitada a ajuda de alguns empresários para a doação, ao menos parcial, de alguns galões de tinta, no entanto, até o dia 26, a secretaria não havia recebido nenhum retorno. “Então, pensamos em comprar uma tinta mais barata, mas que resolva o problema da poluição visual no terminal de ônibus”, enfatizou ela.

A secretária tabém salientou que já existe uma legislação que proíbe a fixação de cartazes no local, e que deve haver uma fiscalizaçãoefetiva. “Tem que intensificar a fiscalização e responsabilizar os culpados”, disse Ana Aseff.

“Temos essa preocupação de melhorar o aspecto do lugar. Força de vontade nós temos, mas infelizmente não é só isso que faz a diferença. No entanto, haverá melhorias, sim”, finalizou a secretária de Serviços Urbanos. 

Gildo Paz, 40 anos, comerciante

 

 

 

 

 

 

 

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3 Comentários

  1. Roque

    A situação lamentável em que se encontra o local, assim como tantos outros, é fruto da falta de educação da população. O primeiro passo para melhorar o local é proibir a colocação de cartazes, que enfeia e “emporcalha”.

  2. astor

    Uma outra solução seria que artistas fronteiriços pintassem o lugar 1 vez por ano,seria mais barato e mais original..não conheço nenhuma cidade que queira ser turística que não tenha espaços públicos decorados pelos seus artistas locais…que um exemplo pertinho San gregorio De Polanco em Tacuarembo….valorizem o povo Santanense ele também podem contribuir,desde que convocados….

  3. walter garin

    Isso é uma das tantas coisas vergonhosas da Administração Do ex prefeito Wainer, teria sim que fazer um levantamento dos bens dele antes de assumir a prefeitura e depois de deixa-la. é uma vergonha que um terminal ridículo como esse tenha custado todo esse dinheiro. Ministério público deveria investigar isso e outras coisas a fundo, pois os maiores prejudicados são os cidadãos santanenses.

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