Vereador levanta suspeita sobre assédio moral, vice quer provas

Socialista Helio Bênia qualifica como alerta manifestação em que fala sobre assédio moral a funcionários públicos; Edu Olivera contrapõe, afirmando esperar a denúncia e provas

Aquiles Pires defendeu o governo, durante o discurso

A mais recente polêmica do Legislativo surgiu ontem, durante o grande expediente. Após a votação dos projetos, que foi antecipada, o vereador Hélio Bênia (PSB), ao usar a tribuna, disse que falaria sobre assédio moral, citando um panfleto de que dispunha, evidenciando que é crime a humilhação, cortar horas extras, fazer pressão, ameaçar, entre outros procedimentos.

“Há quatro meses, venho recebendo algumas informações de funcionários públicos, meus colegas, de que há alguns servidores sendo vítimas de ameaças” – referiu o vereador, fazendo com que o secretário de Administração, Fabrício Peres da Silva, que estava se retirando do plenário, voltasse e sentasse novamente, para ouvir, enquanto, vez por outra, expressava seu descontentamento com as críticas do socialista.

Helio Bênia disse ter informações sobre assédio moral

“São fatos que chegaram a meu conhecimento e se for de cargos em comissão, está errado, mas não tenho nada a ver. Porém, com o funcionalismo, com o servidor público municipal é inconcebível admitir, inclusive o jeito chulo e depreciativo com que alguns nomeados se dirigem aos servidores. Nenhum CC secretário deve agir assim. Fiquei sabendo de um secretário, em uma reunião, que disse que o baixo escalão tinha que obedecer às novas determinações do governo. Ora… baixo escalão… Isso é uma ofensa” – vociferou Benia.

Fabrício Silva, da Administração, e Bênia: diálogo interrompido

O socialista também afirmou que chegou a ele informação sobre ameaça. “Disseram que quem estivesse em desvio de função teria que cumprir, do contrário teria que voltar às origens. Isso é ameaça, crime. Já toleramos demais, vamos denunciar toda a situação que houver” – disse ele.

Bênia foi além. “Na terça, em uma reunião com o sindicato dos servidores, em que foi dito que o governo municipal tinha maioria na Câmara e mandaria retirar direitos adquiridos dos funcionários, uma grande besteira como ameaça” – disse.

Bênia chamou a atenção de todos, em especial, do próprio secretário Fabrício Silva, destacando que também era necessário fazer com que existisse equidade no vale-refeição. “Eu estou cobrando os compromissos anunciados e assinados pelo prefeito com o sindicato dos servidores municipais. Imagine, agora o governo é PT, fundado pelos trabalhadores, assim como o PTB e o PDT, que são duas forças trabalhistas. Imagino que Getúlio Vargas e Brizola estariam se revirando nos túmulos. Eu sou bagual. Escrevo minhas falas, não tenho o dom da oratória. Sou bagual, lá do Upamaroty. Sou bagual no sentido de franqueza, de gaúcho, de fronteiriço, mas civilizado, educado, cortês, e assim trato, para ser tratado” – disse.

Os integrantes do governo tentaram aparte, porém, não foram contemplados pelo vereador. Ao sair da tribuna, Bênia foi abordado pelo colega Aquiles Pires, que já havia conversado com o secretário Fabrício Peres da Silva e preparava uma fala em defesa do governo. O titular da Administração chegou a abordar o vereador socialista, mas quando começavam a trocar as primeiras palavras, o presidente da Câmara pediu silêncio no recinto, para a continuidade da sessão ordinária.

Aquiles Pires, líder do PT na Câmara, disse que o governo, egresso dos movimentos sociais e populares, do meio dos trabalhadores, jamais poderia prejudicar os servidores, e por isso fazia a defesa, reforçando que não havia qualquer informação de casos do gênero circulando no município.

“Realizamos cinco reuniões com o sindicato dos servidores municipais e em nenhum momento a representação sindical informou qualquer tipo de assédio”

Edu Olivera

“Há quatro meses, venho recebendo informações de que há casos de assédio moral, ou seja, de ameaças que são feitas aos servidores do quadro municipal”

Helio Bênia

“O governo está pronto para apurar” – diz Edu

Edu Olivera, com Silva, ainda no plenário: surpresa com a denúncia

“Nós respeitamos o posicionamento dos legisladores, que têm toda a autonomia, respeitamos o direito de livre manifestação na tribuna. Glauber e eu fomos vereadores por mais de oito anos. Porém, deve ser revestido de alguma propriedade para que não se cometa algum ato leviano e, daqui a pouco, se levantem questões que não são verdadeiras. Não estou dizendo que seja esse o fato. Quero dizer que tomo esse discurso do vereador com uma certa surpresa, porque até então não tinha havido qualquer ruído a esse respeito por parte do funcionalismo. Só nesse episódio que nos levou a resolver a questão do reajuste e os benefícios que o funcionalismo está recebendo agora, foram cinco reuniões com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, que é o órgão representativo do servidor e, em nenhum momento algo foi manifestado. Várias reuniões, e nenhum representante disse ter recebido denúncia. Me traz surpresa, mas algumas coisas têm que ficar claras” – disse Edu Olivera, vice-prefeito.

“Primeiro, se houve algum tipo de irregularidade, nós vamos tomar as providências, no momento em que nos for formalizada essa denúncia, seja abrir sindicância, procedimento disciplinar, seja funcionário ou cargo de confiança. Não é novidade a comunidade ouvir, do Glauber e de mim, que secretário nenhum tem estabilidade. Se algum excesso ocorreu, e nós apurarmos, vamos tomar as medidas que têm que ser tomadas, sem panos quentes. Mas deve ser feita à luz dos fatos, não podemos receber uma denúncia sobre a qual até agora não vi prova nenhuma. Espero que o vereador tenha a responsabilidade de traduzir com provas materiais e provas reais aquilo que ele afirmou na tribuna. Espero, pois assim como vem o direito dele de usar a tribuna com a inviolabilidade sobre seus atos como parlamentar, suas falas, com esse revestimento legal vem a responsabilidade de não jogar nada ao vento sem provas” – afirmou ele.

Edu Olivera afirma que o governo está pronto para apurar. “Minha sala, no prédio da prefeitura, eu chamo de 01, é a primeira à direita. A porta está sempre aberta para a comunidade e para o funcionalismo. Recorrentemente, os recebo para tratar de vários assuntos. Mantenho contato e nunca ouvi queixa de assédio moral, que é algo grave. Há de se ter provas para se acusar alguém de um crime. Aguardaremos as provas e vamos até o fim. Se não houver, vamos buscar também, pois temos um governo com um nome a zelar” – concluiu.

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1 Comentário

  1. ffmorelli

    Prezado.

     Nossa Cidade está bem agora na mão do PT, hahahhahahaahhahahhahahah. Fazer o que???? Eles entraram no Governo com voto do Povo, então não podemos culpa-los por nada, pois foi o povo que escolher esses Senhores para o Governo Muncipal.

    Atc,

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