Os santanenses ainda pagaram valores menores nos preços da carne, óleo de soja e café, de acordo com dados da pesquisa apresentada nesta segunda-feira

Os moradores de Sant’Ana do Livramento, especialmente as donas de casa, já começaram a sentir um pouco mais de conforto no bolso, apesar da redução ainda pequena, com os valores finais da pesquisa mensal da cesta básica. Depois de meses em que o grande vilão, o tomate, ajudou a empurrar os preços para cima, uma leve queda deverá ter impacto significativo no fim do mês.

A nova pesquisa, feita pelos acadêmicos do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pampa – Unipampa, campus de Sant’Ana do Livramento, constatou o que as donas de casa já desconfiavam e o que os especialistas afirmavam, ou seja, a queda acentuada de quase 10% no preço do tomate. 

Cesta menor 

No mês de abril, o valor da cesta básica dos produtos alimentícios em Sant’Ana do Livramento apresentou leve queda de -1,63 %, em relação ao respectivo valor do mês de março. O valor da cesta ficou em R$ 267,66, enquanto o respectivo valor de março foi de R$ 272,08. O preço de sete produtos da cesta básica apresentou declínio, sendo os de maior destaque: o tomate, -9,70%; o óleo, -5,20%; o café, -4,07%; e a carne, -2,53%.

Entre os produtos que apresentaram elevação, encontram-se: a banana, 6,08%; a farinha, 4,68%; e o leite, 3,62. Com o resultado negativo de abril, a variação acumulada da cesta básica nos quatro primeiros meses de 2013 recuou para + 8,52 %, assim, até o mês passado, os maiores aumentos de preços acumulados foram para a batata, 34,17%; o tomate, 28,87% ; e a farinha, 21,56%. Nos últimos 12 meses, a variação acumulada da cesta foi de +23,11%, sendo que os aumentos mais representativos ficaram por conta do tomate, 129,24%; a batata, 89,18%; a farinha, 35,565%; o feijão 30,15%; o arroz, 22,39%; e a manteiga, 21,43%. O preço da carne teve a menor variação acumulada nos últimos 12 meses, -0,66%.

Em termos nacionais, Recife teve a maior variação percentual da cesta no mês de abril, + 6,55%. A cidade de Salvador apresentou a menor queda, -4,63%. A cesta básica em Porto Alegre teve, no mês de abril, uma queda de -3%, enquanto São Paulo e Rio de Janeiro apresentaram variações de 2,39% e 3,98%, respectivamente.

O valor da cesta de São Paulo continua sendo a mais cara do país, em abril registrou R$ 344,30. Porto Alegre ficou na marca dos R$ 312,28, e o menor valor foi para a capital sergipana, Aracaju, R$ 247,72. Nos primeiros quatro meses do ano, a variação acumulada da cesta da cidade de Porto Alegre foi de 6,08% e a acumulada nos últimos doze meses foi de 16,48%. Em São Paulo, a variação de janeiro até abril ficou na marca dos 12,92% e a acumulada nos últimos 12 meses situou-se em 24,18%.

Com a variação negativa verificada no mês de abril, Sant’Ana do Livramento reverte a pronunciada elevação do valor da cesta nos três primeiros meses do ano. “Embora desperte a nossa atenção o fato de que a queda tenha ocorrido em mais da metade dos produtos que compõem a cesta, creditar tal situação, neste momento, à desoneração tributária anunciada pelo governo resulta ainda pouco prudente, mas é uma hipótese a ser confirmada. Finalmente, os dados levantados permitem afirmar que o trabalhador santanense remunerado com o salário mínimo de R$ 678,00, correspondente a 220 horas de trabalho mensais, necessitou o equivalente a 39,48% das horas trabalhadas para adquirir a cesta básica de alimentos. Ou seja, foram necessárias 86 horas e 50 minutos de trabalho para adquirir os alimentos necessários para reproduzir a sua força de trabalho. Os respectivos valores para São Paulo e Porto Alegre foram: 111 horas e 43 minutos, e 101 horas e 20 minutos. Agradecemos a valiosa colaboração dos proprietários dos quarenta e três estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios, que nos brindam a informação necessária para a construção do índice da cesta básica. Também, destacamos que o presente informe é possível graças ao concurso voluntário dos acadêmicos do curso de Ciências Econômicas: Gederson Silva Gogia, Elis Renner Bandeira, Vivian Tatiana Rodriguez Yuane e Yan William Lacerda Dantas”, finalizou o coordenador da pesquisa, professor Carlos Hernan Céspedes.

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